26 de novembro de 2018

Eu poderia estar roubando… (Crônicas Amarelinha #5)

No último fim de semana, fui visitar uma bela cidade turística aqui nas proximidades e consegui pegar uns bons dias de sol, tendo a oportunidade de andar na beira mar desta cidade e apreciar a praia, a areia e as belezas naturais.

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Não quero falar, necessariamente, das belezas naturais, mas sim das pessoas. Ao andar por poucos metros, bem no coração da praia, vi muitas pessoas bem distintas. Em um primeiro momento vi vários idosos.

Realmente o pessoal da terceira idade se faz muito presente na praia. Principalmente nesse período que ainda não é considerado alta temporada. O pessoal que está aposentado, gosta de frequentar esses ambientes, para gastar e se divertir.

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Além dessas figuras, me destacou também, um grande número de pedintes, moradores de rua e pessoas “avulsas”. Os considerados excluídos da sociedade, estavam lá. Dormindo nos bancos, deitados na porta do shopping, manobrando veículos, circulando entre um ponto e outro, esperando uma oportunidade de ganhar um dinheiro (de forma lícita ou ilícita), para comprar comida, ou até drogas (lícitas ou ilícitas).

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Talvez o meu destaque seja algo rotineiro e comum nas grandes cidades. Mas não deveria ser. Não é possível que seja normal ter um exército de pessoas, em idade apropriada para o trabalho, que não estão trabalhando. Mas estão por aí, sem grandes objetivos. Esse é um sério problema social, o que falta para essas pessoas?

Será que lhes falta emprego? Será que lhes falta conhecimento para o mercado de trabalho? Será que lhes falta vontade de trabalhar? Será que lhes falta condições para sustentar seus vícios? Será que lhes falta acolhimento familiar?

Conversando com pessoas, que conhecem essa realidade, ouvi o relato de que o governo contrata um ônibus (ou algo similar), recolhe essas pessoas, consideradas “avulsas” e os leva para outro lugar. Ou seja, durante a alta temporada do verão, esse problema deixa de existir. Os turistas então não percebem o problema, só percebem as belezas e as atrações da cidade. Portanto, problemas social resolvido, não é mesmo?

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Resolvido, até surgirem outros pedintes, mendigos e desempregados, no próximo ano e o ciclo começar de novo. Novamente os invisíveis se tornam visíveis, até ficarem invisíveis de novo e te abordarem na rua, dizendo as seguintes palavras “Eu poderia ter sumido...”

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