8 de maio de 2014

E se?

Todos nós pensamos uma vez na vida: E se?

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E se naquele dia especial em que encontramos um grande amor resolvêssemos ficar em casa? E se no dia do vestibular decidíssemos em não fazer a prova? E se naquela entrevista de emprego respondêssemos “sim”, ao invés de “não”?

E se?

Vez ou outra eu me flagro fazendo um exercício pouco saudável: dou uma olhadinha na vida das pessoas que passaram pela minha vida e que – de uma forma ou outra – ainda consigo me lembrar delas.

Em tempos de redes sociais e globalização e com uma internet que fala de tudo e todos não é tão difícil assim localizar uma pessoa. Basta você lembrar de seu nome.

Não sei se é uma qualidade ou um defeito, mas tenho mania de lembrar-me das pessoas por seu nome completo. Assim, um fulano ou beltrano qualquer dos tempos do colégio, ou faculdade é lembrado por mim por seu nome completo. Pensando bem, parece que é uma idiotice memorizar os nomes completos das pessoas, mas tenho esse hábito desde a infância.

Parece estranho, não?

Assim, quando por alguma razão me lembro de alguém do passado lá vou eu digitando ou no Google, Facebook, LinkedIn ou ainda Skype o nome do cidadão. Surgem então, personagens que fizeram parte – para o bem ou para o mal – da minha vida… Tenho bons exemplos disto.

Acho que o melhor exemplo disto é uma grande amiga minha dos tempos do cursinho. Foi uma amizade quase fraternal. Lembro que na época em que nos conhecemos, medicina estava em seus planos. Depois por motivos que realmente não me recordo trocou a carreira. Cursou biologia e publicidade e acabou ficando somente com a publicidade. Trabalha na área, casou e tem um filho. Vez ou outra nos falamos. Bem menos do que deveríamos nos falar é verdade, mas sei que ela está bem e também é leitora aqui do blog. Com ela aprendi a ser um cara mais legal e também aprendi como um rapaz deve tratar bem uma garota.

Por falar, em garotas, tenho também o exemplo de uma garota que fez par comigo durante minha formatura do ginásio. Ela era muito legal. Vez ou outra estudávamos juntos para as provas da escola. Outro dia vendo as fotos antigas fiquei curioso por saber notícias dela. Não foi difícil descobrir que ela se tornou chefe de cozinha. Não me lembro dela falar em culinária na época da escola, mas o fato é que hoje é isso que ela faz. E de quebra casou com um colega daqueles tempos.

Outro bom exemplo: nos tempos em que eu era estudante ginasial, mais especificamente na oitava série eu e mais dois colegas formávamos um bom grupo de estudos. De fato nos tornamos bons amigos a ponto de fazermos algumas viagens para o litoral. Até tentávamos paquerar algumas garotas, mas sendo bem honesto, éramos uma desastre como conquistadores.

O fato é que este amigo sempre deixou claro sua intenção em ser engenheiro. Aliás, era bem o perfil dele. De certa forma eu o invejava pela maneira como ele era organizado e disciplinado para com suas tarefas. Eu tentava me espelhar nele. E de certa forma funcionou, porque o ano de 1988 foi um dos melhores anos acadêmicos da minha vida.

E um belo dia achei uma pasta com algumas anotações desta época em que estudávamos juntos. E lá fui eu pesquisar.

E com algum orgulho descobri que de fato ele é sim engenheiro. Trabalha na área de engenharia de produção e é professor universitário. Sensacional.

Já o outro colega eu não tenho tantas notícias assim. A última vez que o vi, ainda estavamos no cursinho. Confesso que lá fui eu procurar pelo cidadão enquanto escrevia este post. Descobri que ele é executivo de uma multinacional e que está concorrendo ao prêmio de executivo do ano por uma revista da área de recursos humanos.

Você deve estar pensando: “Ok… mas onde entra a história do E se?

Lembra quando eu disse que eu me lembrava das pessoas que de alguma forma tiveram alguma influência em minha vida?

Pois então… muitas delas são lembradas por mim até hoje pelas atitudes, pelos exemplos. Por aquilo que eu – de alguma forma – gostaria ser capaz de fazer ou no caso de influência negativa, de não fazer.

O fato é que quando eu me “flagro” nestas memórias, eu me pergunto: E se?

E se eu tivesse seguido ou deixado de seguir algum exemplo, como seriam as coisas hoje? Melhores? Piores? Devo acreditar em um destino pré-determinado?

E se?

Apesar de ser algo feio esta mania de bisbilhotar (bom, alguém aí tem algum outro nome para isso?) os outros, acabo descobrindo que a vida seguiu para todos. Alguns caminharam exatamente para aquilo que planejavam. Outros (como eu) acabaram mudando o rumo por algum motivo (nem todos escrevem blogs contando o que deu certo ou errado em suas vidas).

E aí me lembro das coisas certas que (acho que) fiz. Lembro das coisas erradas (pelo menos as que eu considerava erradas) que evitei. Lembro das coisas que pensei que estavam certas, mas eram apenas ilusões. Lembro dos erros que evitei e que no futuro descobri que não eram erros.

E se eu tivesse feito diferente?

Para alguns, acho que o texto soa como uma grande lamentação. Não os culpo por pensar assim… lamentar é sim uma forma de frustração. Em minha defesa, devo dizer que minhas escolhas me levaram as coisas boas também: a esposa, o filho que está chegando, os meus filhotes peludos e até mesmo este blog, que nem sei se existiria como ele é hoje.

Mas, em noites de insônia como a de hoje, não consigo deixar de pensar – ainda que só por alguns instantes…

E se?

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