27 de fevereiro de 2019

O Rappa - "Lado B, Lado A" (Disco da Semana #52)

NOTA DO EDITOR: em razão da interrupção extraordinária das atividades do UBQ na semana em que ocorreu o falecimento do jornalista Ricardo Boechat, alguns textos tiveram sua publicação postergada. O editor agradece a compreensão da ‘Redação UBQ’ e também dos nossos leitores.

Buenas,

Nesses meus dias de férias, talvez pela localização, ou por quantidade de gente, o sinal da internet era escasso e por isso fiquei meio afastado do mundo, mas foi colocar os pés em São Paulo novamente para  ter uma notícia que me pegou de surpresa e entristeceu-me um bocado: A morte do grande Marcelo Yuka. Baterista mediano, mas letrista e cronista pra lá de feroz do cotidiano do Rio de Janeiro, além de ser um dos caras mais lúcidos e cientes das causas sociais brasileiras, o que já fazia dele um dos prediletos da casa.

Eram dele as letras mais contundentes d'O Rappa até seu infortúnio ao tentar escapar de uma tentativa de assalto em 2001, o que além de sua lesão, custou a sua saída da banda.

Após a sua saída, a banda continua relevante no cenário nacional, mas suas letras nunca mais tiveram o mesmo impacto. A banda virou uma versão de si mesma, não que isso fosse ruim, pelo contrário, mas faltava a eles um "que" a mais, mostrando que o ex-baterista era o elo mais forte dessa corrente.

Esse disco produzido por Chico Neves e Bill Laswell mostra uma banda mais madura e consolida o discurso social dos cariocas, mostrando o descaso com as periferias, além da melhor e mais profícua fase instrumental dos caras.

Pesado, experimental, panfletário, mas sem deixar de ser popular. Temos aqui a banda em seu auge criativo, onde praticamente mais da metade do álbum se transformou em singles (na verdade em hinos) e passou a ser parte preponderante em seus shows. O apoio e a transmissão maciça de seus clipes na MTV e o uso das faixas "Tribunal de Rua" e "Lado B, Lado A" na trilha sonora dos filmes "Tropa de Elite" também ajudou a alavancar o álbum a um status de clássico, figurando em quase todas as listas de maiores álbuns brasileiros de todos os tempos.

As letras mostram o cotidiano da periferia carioca em um momento político complicado para a cidade (e por que não… do país todo?). Todas as críticas viram verborragia na poderosa voz de Marcelo Falcão que é acompanhada  por uma banda pra lá de afiada.

Da cozinha pesada de Yuka e Lauro Farias, às guitarras de Xandão e os efeitos e beats do tecladista Lobato e do convidado essencial (quase um 6º membro da banda) DJ Negralha, mostram a disposição dos caras em criar um clássico.

Os produtores conseguiram tirar da sonoridade da banda  algo que os transformara em plural, mesmo tendo um caldeirão de referências, a identidade da banda se solidifica, se transforma em algo único. Um dos discos mais indispensáveis da nossa discoteca básica nacional.

Após sua saída, Yuka ainda teve tempo de formar uma outra banda, a F.Ur.T.O., mas sem a mesma repercussão de seu trabalho anterior.

Que a obra de Marcelo Yuka e o Rappa seja exaltada, não só como música, mas como um retrato crítico do Rio de Janeiro, feito por alguém que soube como ninguém escancarar o que a mídia sempre fez questão de esconder.

Vá em paz Yuka… sua música e seu legado serão eternos.

Para ouvir esse clássico, clique aqui.

Logo menos tem mais.

26 de fevereiro de 2019

Apex… Lava mais branco? (#BoraJogar)

Fala rapaziada do UBQ… Belezura? É o seguinte: estou enrolando, me segurando, me impedindo mas não deu… vim aqui falar de APEX o novo game da EA. Aliás, gratuito.

“Gratuito!?!?!?! Como assim EA?!?!?!?”

[ A história ]

Basicamente, Apex é um Battle Royale em primeira pessoa e ambientado no universo de Titanfall.

O jogo saiu tem pouco mais de 3 semanas e já virou febre entre os streamings que antes ficavam alternando entre Fortnite, Freefire e Overwatch. Falando dele propriamente dito, segue basicamente aquele esquema onde o ultimo deve sobreviver.

Como em qualquer jogo estilo Battle Royale. A diferença aqui está no fato em que você começa em um “squad” com 3 pessoas, então não é algo que – inicialmente – vira um “salve o próprio rabo” e já era.

Com a mecânica de time tudo muda, a estratégia fica mais complexa porém tem alguém cobrindo seus fundilhos. Não que o time precise estar inteiro para ganhar, apenas um estando no final traz a vitória para o time… mas time unido no começo e no fim é mais legal.

Falando no time são 6 personagens iniciais para você começar e 2 a serem abertos. Cada personagem tem uma característica de jogo, habilidade e poderes a serem utilizados em prol do time e da estratégia de sobrevivência e – aproveitando esse gancho – o próximo paragrafo começa minha opinião como gamer sobre este jogo...

Pois é… não falarei do game, mas… tem o que falar? Então, darei minha opinião na caruda mesmo.

[ Opinião… vale a pena? ]

O Jogo é no universo de Titanfall e você não vê um caspito de um Titan… nem mesmo no cenário. Aí, os caras criam vários personagens, cada um com um poder muito “inspirado” (notem as aspas, pra mim foi quase que plágio) em Overwatch e não para por ai.

Os personagens, os poderes, o estilo de jogo, lootbox, sem falar do esquema de customizar o personagem… o jogo é na pegada mais clássica de battle royale onde PUBG manda lembranças, só faltou a frigideira.

Eu, PH, também acho que eles beberam de uma fonte chamada “Borderlands” para a criação do cenário e na pegada das armas e armaduras normais, azuis, rochas… tipo a forma como elas caem no chão, as cápsulas onde você as pega… muito Borderlands. Até um dos personagens que você joga é um robô que tenta puxar um carisma a lá “Claptrap”.

Some tudo isso e você terá a mecânica do jogo que faz um pouco de cada coisa e no fim, na minha humilde opinião, não entrega nada bom…

“Ah claro, o game é gratuito você esperava o que PH?”

Esperava pelo menos algo que me fizesse jogar mais do que 2 ou 3 dias e não foi isso que aconteceu.

“Mas, PH… Cadê a parte que você comenta da história do jogo… os detalhes… as curiosidades?”

Sei lá! A EA não deu nada disso para os jogadores… deu um sistema já conhecido com elementos já conhecido de outros games. A única coisa que eu entendi (e posso estar realmente errado) é que se passa depois de Titanfall e só isso.

Virou febre, mó galera jogando, “streamando”, falando, comentando, mas para este humilde jogador aqui… o jogo não vale nem a banda de internet para baixá-lo.

É isso… “haters gonna hate but that’s how life it is”, diria o poeta.

Abraços.

25 de fevereiro de 2019

Mais rápido ao seu destino (Amarelinhas Expresso #1)

NOTA DO EDITOR: em razão da interrupção extraordinária das atividades do UBQ na semana em que ocorreu o falecimento do jornalista Ricardo Boechat, alguns textos tiveram sua publicação postergada. O editor agradece a compreensão da ‘Redação UBQ’ e também dos nossos leitores.

Esta semana, voltei a minha rotina normal de trabalho. Mais uma vez, estou usando o transporte público que dá nome e inspiração aos textos aqui no blog. Mas, nesta semana fui surpreendido. Por isso, a mudança do título e do conteúdo deste texto.

Agora, alguns dos ônibus troncais (amarelinhos), que trafegam entre os terminais urbanos de transporte, receberam um adesivo com a palavra “Expresso” de forma estilizada. E pelo nome, já dá pra imaginar sua função... estes ônibus terão a função, de somente fazer paradas nos terminais, com a finalidade de agilizar o transporte.

O Amarelinho Expresso, só vai parar em uma única parada que não pertence aos terminais. Esse ponto está localizado em frente a Rodoviária da cidade e que – coincidentemente – é a parada que eu pego o ônibus.

Por isso, em homenagem a esse grande momento, farei textos paralelos a coluna principal, mas com textos breves menos sofisticados, mais rápidos, apenas reflexões, ou seja… ‘Expressos’.

Inauguro então as crônicas ‘Amarelinhas Expresso’, explicando o título.

Esses dias fiquei muito emocionado. As mortes em Brumadinho, a dos meninos da base do flamengo e de Ricardo Boechat, me deixaram chocado. A morte é algo ainda inevitável e  é o destino de todos.

Mas por que alguns tem que chegar mais rápido ao seu destino, sendo que seu legado poderia ser bem maior?

24 de fevereiro de 2019

Mobile World Congress 2019 (MWC 2019)

No mundo da tecnologia, a Mobile World Congress é um dos maiores eventos a ser considerado. Em uma tradução livre, seria algo como “Congresso mundial de Mobilidade”… mas para nós, mais íntimos, trata-se da MWC Barcelona 2019.

[ Um pouco de história ]

Organizada pela GSMA, o evento é realizado desde 1987. Na ocasião, a MWC era conhecida apenas como GSM World Congress. Mas quem diabos é a GSMA?

A GSMA (Global System for Mobile Comunications Association) é uma entidade formada por representantes das principais operadoras de telefonia móvel em nível mundial. Atualmente ela congrega cerca de 1200 operadoras. Sua formação aconteceu em 1995, mas desde 1987, uma carta de intenções já havia sinalizado a formação da associação.

Até 2006, o evento era realizado em Cannes, na França. Tradicionalmente o evento é localizado na cidade de Barcelona (Espanha) sempre em Fevereiro. Com seu crescimento, outros eventos paralelos surgiram, sendo assim, estão previstos para 2019 a realização da MWC Los Angeles e da MWC Shangai.

Tendo como tema “Conectividade Inteligente”, a MWC será o lugar onde mais de 100 mil pessoas, entre influenciadores e formadores de tendências e opiniões irão se reunir para explorar o quanto a conectividade inteligente moldará no futuro nossas experiências digitais, nossa indústria de tecnologia e nosso mundo.

A MWC19 incluirá conferências, exibições de produtos, oportunidades de negócios e ocorrerá entre 25 e 28 de Fevereiro.

Apesar do evento contar com a participação de empresas se tecnologias e fabricantes de dispositivos móveis de peso – curiosamente – alguns grandes players do mercado, como Apple e Samsung, optam por não participar ativamente do evento, preferindo apresentar seus produtos em eventos próprios. E mesmo os fabricantes que lá estarão, costumam fazer suas keynotes em eventos antes do início do evento.

Foi o caso da Huawei, Nokia, Alcatel e Microsoft, para citar os mais conhecidos.

Quanto às tecnologias, o surgimento do 5G para o mercado, as telas ‘dobráveis’, as multicâmeras e em menor impacto, a realidade aumentada são os grandes temas do evento para este ano. Mas é claro que outros temas (Big Data, Inteligência Artificial, Automação, Análise de Dados, etc…) serão abordados em maior ou menor escala.

[ O que temos até o momento? ]

Apesar de não estar oficialmente no Brasil, a Huawei tem alguma relevância no mercado mundial. Em sua conferência, apresentou seu novo smartphone… o ‘Mate X’. De acordo com a empresa, é o smartphone dobrável mais fino do mundo. Ele tem o mesmo conceito que vimos no lançamento do Galaxy Fold da Samsung.

No campo dos notebooks, a empresa mostrou a linha ‘MateBook’, com os modelos de 13”, 14” e X Pro. Os modelos são voltados principalmente para o mercado europeu. A seguir, você pode conferir o vídeo com a conferência da Huawei.

Já a Nokia, lançou uma linha completa de smartphones, renovando sua linha para 2019. O destaque vai para o Pure View 9 que conta com nada menos do que CINCO câmeras traseiras. Infelizmente, a Nokia não está presente no Brasil de forma oficial, desde sua malfadada experiência com o falecido Windows Phone. Uma pena…

O site Engadget publicou um vídeo condensando a conferência da Nokia, onde são mostrados os seguintes modelos:

  • Nokia 210: um feature phone que custará apenas US$ 35
  • Nokia 1 Plus: um smartphone de entrada com o diferencial de possuir tampas intercambiáveis e custará US$ 99
  • Nokia 3.2 e 4.2: intermediários com um notch em forma de gota e câmera dupla na traseira no modelo 4.2
  • Nokia Pure View 9: pode ser considerado o flagship da empresa. Ele conta com absurdas CINCO câmeras (como dito anteriormente), e traz o poderoso SnapDragon 845, além de 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno… um monstrão.

Por fim, vale o destaque da Microsoft, que na conferência de Satya Nadella (CEO da companhia) apresentou uma reinvenção do Kinect (aposentado dos consoles Xbox em 2016) para uso corporativo. Para variar, não há previsão de disponibilidade para o Brasil.

Outro anúncio da Microsoft é o anúncio do HoloLens 2, o dispositivo de realidade mista da companhia.

Claro… não há previsão de lançamento para o Brasil.

Aliás, o grande registro deste tipo de evento é justamente este: de não vermos tecnologias novas chegando na terra brasilis.

Ainda temos novidades da LG (V50 ThinQ e LG G8 ThinQ), da Oppo (protótipo de um sensor de câmera com três lentes e zoom óptico de até 10x) e a Xiaomi (Mi Mix 3).

[ A MWC 19 só está começando… ]

É importante deixar claro que muitos destes dispositivos estão sendo apresentados na MWC 19, mas ainda não estão disponíveis para a venda. Aliás, muita coisa é apresentada como protótipos, mas que servem para ilustrar os caminhos que estão sendo seguidos pela indústria de tecnologia.

Ainda teremos notícias das novidades apresentadas por Sony, OnePlus, Motorola (mesmo com o recente lançamento do Moto G7), Honor, ZTE, Vivo, HTC, Qualcomm, entre outros grandes do setor.

A MWC 19 poderá ser acompanhada através das coberturas dos principais sites de tecnologia como Tecmundo, Canaltech, Tecnoblog, Engadget ou até mesmo pelo app oficial do evento, disponível para iOS e Android.

O site oficial do evento pode ser acessado neste link.

Em breve, publicarei aqui um texto após MWC 19 com um resumo geral do evento.



22 de fevereiro de 2019

Quatro gotas de adoçante

Desde a faculdade eu como coxinha com Fanta no café-da-manhã. Pois é… Sem querer parecer indelicado, estamos em pleno estado de direito. E – no gozo de minhas prerrogativas de cidadão livre – entupo minhas coronárias com o que eu quiser. Grato.

Descobri uma padaria perto de casa que tem coxinha feita na hora. Juro. Aquelas coxinhas que ficam dentro daquele trapézio de vidro, quente por dentro são, digamos, fresquinhas. Na maioria das padarias só o pão-de-queijo não é dormido. Nestas… quando se pede coxinha, eles a levam para o micro-ondas antes de servir, transformando uma ‘coxinha-de-ontem’ numa ‘comida-do-satanás’.

E nestas horas… só mandando bala na maionese e na pimenta para aquilo poder descer - além da Fanta - arrematando-se o repasto com água com gás num copo com bem muito gelo e um sonho-de-valsa.

Viver é bom... Mas voltemos à padaria perto de casa.

É que lá, além da coxinha de frango com catupiry (deve haver um estudo para entender a mente de quem come coxinha de frango sem catupiry) tem também bolovo fresquinho. Um bolovo tem o aspecto parecido com o da coxinha, sendo porém arredondado e não em forma de gota como sua colega.

Dentro da casca de fritura há, como se supõe, um ovo cozido no qual é salpicada uma pequena porção de carne moída. De comer rezando. Já eu como pedindo perdão, porque qualquer dia desses Deus perde a paciência comigo.

De tal sorte que esta padoca só não é perfeita por duas coisas: primeiro porque ainda não tem pizza fresquinha de manhã. Segundo, porque tem uma clientela muito estranha, que não respeita o cardápio do estabelecimento.

E isto causa certos constrangimentos…

Dia desses eu cheguei para tomar café. Só tinha esfirra e os infalíveis pães-de-queijo. Paciência. Pedi esfirra.

"E para beber, Parmêra?" (os simpáticos balconistas dispõem de um talento inato de sempre acertarem o time dos clientes. É impressionante.) "Fanta Uva". Ele fez uma cara estranha e me deu a esfirra.

Nisso, chegou um do meu lado. Pediu um chocolate quente - tava um calor da bexiga. A partir daí a humanidade baixou por lá. E tome pedidos off-label, sempre berrados pelo balconista ao chapeiro ou ao tirador de café:

“Pão na chapa sem apertar!”

“Canoa com requeijão!”

O que diabos é um pão-canoa?

“Americano sem alface!”

Americano tem alface?

“Café com espuma de leite, mas só um pouquinho de espuma!”

Se vier com muita não é só tirar com a colherinha?

“Minas quente com orégano!”

Borracha com orégano…

“Vitamina mista com paçoca-rolha!”

Essa me apeteceu…

“Churrasco com vinagrete no francês!”

Opa! Um dos meus… Fui olhar e era um sujeito magrelo, vestido de ciclista, até de capacete. Odiar um estranho a esta hora do dia é ruim. Mas pode acontecer.

É claro que isso acontece não só nesta, mas em qualquer padaria, em qualquer lugar e época. Tem até um samba do Noel Rosa onde um sujeito se dirige ao garçom despejando pedidos, "faça o favor de me trazer depressa uma boa média que não seja requentada, um pão bem quente com manteiga à beça, um guardanapo e um copo d´água bem gelada, feche a porta da direita com muito cuidado, que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol, vá perguntar ao seu freguês do lado qual foi o resultado do futebol". Eu ainda tenho pena do garçom quando ouço.

O fato é que minha esfirra já passava da metade e a pimenta, por conta da falta da bebida,  já ia tomando proporções mexicanas. Tive que admoestar o gente-fina do balcão:

- Meu rei, ...

Ele nem deixou que eu terminasse.

- Vixe, sua bebida! Desculpa, fera, mas é o quê mesmo?

Achei que se eu complicasse, iria sair mais rápido…

- Abacaxi com hortelã, batido com pouco gelo e quatro gotas de adoçante.

Ok… não é bem meu estilo de suco mas só queria que saísse depressa. O balconista berrou o pedido fazendo questão de repetir "com quatro gotas de adoçante para ele aqui", e me apontava como se convocasse um julgamento público para o gorducho que pedia suco com adoçante.

O suco estava bom. E, confirmando meu palpite, veio bem rapidinho.

19 de fevereiro de 2019

Anthem… Bora Jogar?

Fala rapaziada do UBQ… Beleza pura? Seguinte… aproveitando que rolou um beta aberto de Anthem, resolvi escrever desse bichinho, um dia após ter testado o brinquedo que a EA disponibilizou para os meros mortais. Então… Bora jogar?

Vamos lá! Seguinte… alguns dias atrás aconteceu o ‘Open Beta’ depois de um ‘Closed Beta’ que só quem tinha convite entrava. Pois bem, eu recebi um convite, baixei os 40 GB’s do jogo… e você acha que eu consegui jogar?

Claro que não! Não é mesmo, EA? Não é mesmo, BioWare? Mano… estão de brincadeira comigo… Bom… frustração passada vem o open beta e aí sim, dá-lhe baixar os benditos 40 GB de novo mas para desta vez poder testar de fato o brinquedo.

[ A história ]

Bom a história de Anthem fala de Deuses antigos, uma força chamada “Hino da criação” uma porrada de coisa que mudou por causa disso, monstros, um planeta em eterna mutação e a humanidade no meio disso tudo aí, tendo que dar um jeito de se defender.

E como eles fizeram: criaram armaduras que são capazes de feitos sobre-humanos as famosas Javelins (traduziram para ‘Lança’ na versão PT-BR e, apesar da ‘Javelin’ ser um tipo de lança eu achei sem nexo a tradução então manterei o nome original, ok?).

As Javelins estão divididas em 4: ‘Patrulheiro’, ‘Colosso’, ‘Tempestade’ e ‘Interceptador’. Vou comentar um pouco sobre cada uma delas…

  • Patrulheiro – É a Armadura mais equilibrada entre poder de fogo, velocidade, resistência, tempo de vôo e o escambáu. Nem preciso dizer que de longe é minha predileta, pois se adapta a diversos tipos de situações.
  • Colosso – Armadura do tank. Aguenta mais porrada, utiliza armas mais pesadas, porém sua velocidade e tempo de voo são reduzidas.
  • Tempestade – É a armadura “mística” do jogo, com ela você tem maiores poderes sobre os elementos garantindo dano, porém, principalmente, “de buffs” nos inimigos. É a que pode ficar mais tempo voando (quer jogar de suporte, vai nessa).
  • Interceptador – Esta armadura é a que te permite maior agilidade durante as batalhes e manobras. Ela é rápida, porém foi feita para combates mais corpo-a-corpo. Por ser ligeira – do tipo ‘bater-e-sair’ não deve se rum problema se você tiver as manhas dos controles. Aguenta menos porrada que as demais e eu particularmente não gostei nada de jogar com ela.

Além de suas características, cada armadura tem customizações de armas (duas cada), granadas, canhãozinho, especial, itens que melhoram sua performance, além da boa e velha customização visual.

Tirando a customização visual – que é igual para todas – os demais itens podem variar de acordo com a classe/Javelin que você utiliza.

[ A jogabilidade ]

Sobre o gameplay, fora da armadura, o jogo é em primeira pessoa e você – pelo menos no beta – só pode andar e conversar com pessoas (no Beta, isso é bem restrito a pessoas envolvidas nas missões, as demais se você tentar diz que o diálogo só estará disponível no jogo Full). É bem chato pra falar a verdade, meio Desmond fora do Animus de Assassin’s Creed.

Quando você vai para uma missão e entra na Javelin aí a história muda… o jogo passa a ser em terceira pessoa e você pode voar com a armadura (por um período apenas, porque depois o motor superaquece e você tem que pousar).

Essa possibilidade de vôo é o que deixou Anthem bem legal mas – baseado no Beta – é só isso. Putz! Que treta controlar o vôo com o mouse! Depois que você está no chão, o jogo é um shooter bem do normalzinho já que a história não está bem estruturada ainda e – sinceramente – tanto EA e BioWare apenas mostram o jogo durante o vôo de armadura, cenário lindo, tudo muito legal e só.

Os Inimigos até que mostram um nível legal de dificuldade. Mas foram muito repetitivos… algo como ‘mais do mesmo’.

Tirando isso, ‘Vanquish’ era bem mais legal como shooter, tinha armadura, poderes, algumas customizações e entregava uma experiência interessante (na época comparavam ‘Vanquish’ à ‘Gear of War’).

E o Anthem fez o que?

Downgrade de gráficos comparado com o que eles apresentaram na E3 e mais e mais polêmicas envolvendo nossa queridinha amiga EA.

O fato é que estão comparando muito ele com ‘Destiny’ pela pegada de multiplayer, mas para mim, ‘Destiny’ entrega uma história muito mais elaborada, muito melhor amarrada com gráficos bem mais bonitos.

[ Opinião ]

Bom, desculpem não falar muito bem do game mas – de verdade – ele é um shooter padrão que dá para voar.

E só…

Para um jogo que está com previsão de lançamento em 22 de fevereiro, o beta deveria estar bem melhor e com menos bugs.

Resident Evil 2 Remake a essa altura entregou um “One Shoot demo” muito mais jogável, bonito e honrando o original do que Anthem.

Chance de eu comprar? Quase zero… vou esperar meu brother jogar e me convencer de que vale a pena ai, quando rolar promoção, talvez eu pegue. Até lá, fica a ressalva de que não recomendo o jogo.

Um abraço!

12 de fevereiro de 2019

A morte de Ricardo Boechat

Talvez seja melhor começar o texto da forma como ele mesmo provavelmente faria… com a informação objetiva e direta. Sendo assim, a informação é essa: um helicóptero sofreu uma pane e caiu na região da Rodovia Anhanguera, na altura do km 7 do Rodoanel. Na queda, a aeronave se chocou com um caminhão na pista. Com a explosão, os dois tripulantes morreram. Entre as vítimas, o jornalista Ricardo Boechat.

Precisei de algum tempo para processar a informação… e a explicação é simples. Boechat é uma das minhas grandes referências, seja no jornalismo, seja nos princípios éticos (mesmo considerando o episódio do grampo telefônico em 2001, que resultou em sua demissão da Rede Globo… ele falou sobre isso em uma entrevista para o UOLleia aqui uma versão atualizada da mesma entrevista), seja na vida em geral.

E digo isso (a vida em geral) por uma razão… assim como eu, Boechat também foi acometido pela depressão. E ele enfrentou a doença com dignidade, de frente e falou abertamente sobre o assunto. Durante meus surtos depressivos, e em busca de informações sobre como enfrentar a doença, eu me deparei com seu relato e com a transparência como ele tratou o assunto. Mas o texto não é para falar de mim, e sim do meu xará.

[ A trajetória de Ricardo Boechat ]

Ricardo Eugênio Boechat é natural de Buenos Aires, nascido em 13/07/1952. Filho de diplomata, ele não chegou a concluir o 2º Grau (atual Ensino Médio) e sua formação jornalística é essencialmente prática.

Iniciou sua vida profissional aos 16 anos vendendo livros e material para escritório. Pouco depois, recebeu uma oportunidade para trabalhar na redação do extinto jornal Diário de Notícias.

Apesar da formação prática, esta não impediu Boechat de conquistar credibilidade e seu lugar de destaque no jornalismo. Com o tempo, assumiu a coluna de Ibrahim Sued no jornal ‘O Globo’ e tornou-se um dos mais respeitados jornalistas no Brasil.

Também passou pelas redações do ‘Jornal do Brasil’, ‘O Estado de São Paulo’ e também da revista ‘Istoé’.

Em 2001, após uma polêmica em torno de um escândalo no setor de telefonia, Boechat foi desligado das organizações Globo.

A saída conturbada da Globo fez com que Boechat tivesse que se reinventar. Posteriormente, foi contratado pelo grupo Bandeirantes para atuar no jornalismo do veículo. Em 2005, iniciou sua vida como radialista, na BandNews do Rio de Janeiro. Pouco depois, assumiu a apresentação do Jornal da Band.

Também era palestrante e ministrava cursos livres de jornalismo. Curso este aliás, que eu tive a honra de participar.

Sempre enérgico e contundente em suas opiniões, seus colegas próximos eram unânimes em afirmar que Boechat era um exemplo de doçura como pessoa. Generoso em suas relações pessoais, e nas palavras do jornalista William Bonner, Boechat foi um colecionador de amigos por onde passou.

E também um colecionador de prêmios… foi reconhecido com o prêmio Esso de jornalismo em três oportunidades: 1989, 1992 e 2001. Também foi reconhecido pelo ‘Portal Comunique-se’, sendo premiado nas edições de 2006, 2007, 2008, 2010, 2012, 2013, 2014 e 2017. Ainda foi considerado pelo ‘Portal dos Jornalistas’ como o jornalista mais admirado do país em 2014 e 2015. E ainda foi agraciado com o Troféu Imprensa como melhor apresentador de telejornal no ano de 2016.

[ A repercussão ]

Por ocasião da notícia de sua morte, os veículos de comunicação foram unânimes em apontar Ricardo Boechat como um dos maiores expoentes do jornalismo brasileiro. Uma referência que deixa uma lacuna insubstituível. Entre homenagens e honrarias, o bonito gesto da BandNews em aposentar sua cadeira no jornal. Ainda vimos uma salva interminável de palmas pelas redações de jornalismo da Rede Bandeirantes de Televisão.

E vimos vários jornalistas de emissoras concorrentes noticiando o triste fato com a voz embargada…

Ricardo Boechat era casado com Veruska Seibel Boechat e deixou 6 filhos, sendo 2 deles oriundos do relacionamento com Veruska. ou ‘Doce Veruska’, como ele mesmo insistia em dizer. Uma relação linda, que ele mesmo fazia questão de demonstrar…

E como não se divertir com o seu amor pelo seu carro favorito? O Renault Twingo 2001 era o seu amor automotivo. O carro surgiu em sua vida quando ele veio para São Paulo. O primeiro, um modelo prata fabricado em 2001. O carro sofreu um acidente em 2014 e foi doado por Boechat a um artista plástico que fez várias peças de arte com as sobras do carro.

Mas é claro que Boechat não ficou muito tempo sem sua paixão. Pouco depois, um novo Twingo. Desta vez, um modelo azul. Também 2001.

 

Sua simplicidade e talento fez com que eu me tornasse fã do seu trabalho e também da pessoa. Sempre me divertia com suas diabruras em frente ao microfone (como não se lembrar da briga com o Pastor Malafaia???). Ou suas brincadeiras em relação a sua falta de traquejo com a tecnologia?

Imagina esse homem fazendo Podcast? Seria fenomenal…

O UBQ está em luto… perdemos – ou melhor – eu, como editor deste blog perdi uma das minhas maiores referências jornalísticas. E da mesma forma que a BandNews, precisarei de um tempo por aqui…

Vá em paz e obrigado pelos seus ensinamentos, xará…




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