22 de março de 2014

A “ética” de alguns…

Ética… uma palavra que anda em moda. Um palavra que é usada sempre que alguém quer invocar valores e princípios que são considerados alicerces de uma vida ou conduta correta e sem desvios.

etica

No popular, dizem que a ética são os valores que defendemos enquanto os outros não estão observando.

Para alguns, ser ético é escrever mensagens positivas, colocar na linha do tempo da rede social aquelas imagens com frases de efeito que mostram (ou pelo menos, tentam mostrar) que a pessoa é dotada de cultura e sabedoria tão vastas quanto os oceanos.

Para alguns, ser ético é mostrar-se como um líder sereno e justo (apesar de que é um erro confundir “ética” com “justiça” ou mesmo “serenidade”).

Para alguns, a ética é mostrar os valores que moldaram sua vida e seu caráter na juventude, colocando como grandes exemplos os pais ou avós. Pessoas que normalmente não são mais julgadas pelo que foram, pois afinal de contas, já não estão no dia a dia dos acontecimentos.

É bonito – realmente bonito – alguém invocar a ética e afirmar de forma categórica que é sim uma pessoa ética.

Para mim, isto não passa de falácia… não passa de bravata…

Ética, pode e deve ser algo mais simples.

Ser ético é tratar a todos com igualdade, sem protecionismos aos amigos ou então àqueles que “vendem” sua lealdade em função de pequenos favores.

Ser ético é agir em razão da instituição em que se trabalha. Pensando no que é melhor para a instituição e não no que será melhor para o networking ou por que vai ganhar um elogio de um superior.

Ser ético é trabalhar em prol de uma causa que beneficie a todos e não apenas um ou outro.

Ser ético é agir com transparência. Dizer o que pensa para quem interessa e não pelos cantos criando fofocas e difamações.

Ser ético é respeitar a opinião dos outros, ainda que contrária à sua opinião.

Ser ético é algo bem mais amplo do que simplesmente afirmar “sou ético”.

E é uma pena que algumas pessoas não tenham inteligência suficiente para entender que a difença entre “ser” e “falar que é” é realmente gigantesca…

Mas quem sou eu pra falar sobre ética, não é mesmo?

Ah sim… já ia me esquecendo: ser ético também é não falar mal de uma pessoa para terceiros. Eu realmente espero que pessoas que dizem ser éticas, ajam com ética que dizer ter e não resolvam sair me queimando por aí por que não gostou e não respeitou (olha aí a ética novamente…) minha opinião.

E no final foi mesmo só pelos R$ 0,20

Em junho do ano passado escrevi no blog alguns textos sobre a onda de protestos que surgiram principalmente após o anúncio do aumentos das tarifas de ônibus e metrô.

Na ocasião, ponderei que os protestos eram legítimos e mostravam a força da opinião popular. Critiquei a postura de ambos os lados: do poder público com seus excessos na tentativa de coibir os protestos e dos revoltosos que também exageraram na medida em alguns momentos ao depredar e destruir o bem público.

Mas os protestos se foram. Bem é verdade que a tarifa retornou ao seu valor antigo. Bem é verdade que por algumas semanas o cenário político foi agitado pelos reflexos dos protestos.

E infelizemente, é a mais pura verdade que os protestos já são coisa do passado…

Aliás, os protestos originiram uma nova forma de manifestação: a arruaça. Agora, toda manifestação implica no mesmo: tumultuar, depredar, transtornar. Os protestos de junho que foram absolutamente legítimos deram lugar a pequenos grupos de baderneiros.

Tudo que me resta agora são algumas perguntas.

Onde estão as lideranças? Confesso que nunca mais ouvi falar no tal “movimento passe livre” nem de qualquer “líder” que apresentou os ideias revolucionários daquele momento.

Onde estão os políticos? Aqueles mesmos que fizeram vários programas partidários na TV com imagens conclamando o povo e apoiando a luta pelo protesto…

Onde estão os veículos de imprensa? Eles que muitas vezes funcionaram como grandes propagandistas dos protestos declarando que o brasileiro é sim um povo aguerrido e que luta pelos seus ideais…

Onde estão os representantes do poder público? A princípio declararam que se tratava de baderneiros que feriam a ordem pública. Depois uma manifestação popular. Depois nada mais se falou. E em algumas capitais até mesmo o aumento refreado já foi consolidado (caso do RJ).

E onde estão os manifestantes?

protesto

Muitas coisas ruins aconteceram desde os aumentos no transporte público. Coisas que deveriam causar sim indignação e protesto. Os tais embargos infringentes foram aceitos. Os políticos corruptos tiveram seus privilégios (afinal o presídio da papuda se transformou em pólo político). A Petrobras se envolveu em um escândalo enorme por conta de uma refinaria falida. Dona Dilma preferiu investir na modernização e ampliação do Porto de Cuba do que investir na recuperação dos nossos portos. O estado de São Paulo passa por uma grave crise de abastecimento de águas e foi demonstrado a lentidão do governo paulista no trato desta questão. Uma crise energética pode ocorrer no Brasil e sequer licitaram linhas de transmissão para fontes de energia que há muito tempo estão concluídas.

Repito… ONDE ESTÃO OS MANIFESTANTES?

É duro reconhecer um erro. E aqui tenho que reconhecer minha opinião equivocada. Os protestos foram uma moda… algo como um flash mob social… ser um manifestante era algo “must”. E agora não é nada.

No final das contas, foi sim apenas pelos 0,20 centavos. E nada mais que isso… e este ano – ora, este ano – é ano de Copa do Mundo… Copa no Brasil. Para que se preocupar com alguns centavos a mais na passagem do ônibus se teremos o prazer de ver a família Scolari em campo, não é mesmo?

Talvez surjam novos protestos. Talvez venham pessoas lutando pelo “padrão FIFA” no estado. Talvez os jornais, os políticos, os manifestante reapareçam.

Mas considerando o atual estado de coisas em que as manifestações foram simplesmente coisa do passado, qualquer coisa que surja em sinal de protesto, não vai passar de uma simples modinha…

E de modinha e modinha… criarão mais espaço para idiotas criarem o caos, a barbárie e a depredação.

trianonmasp

E de novo isto se tornará notícia.

Porque, os jornais lucram aí: esmiuçando as crises. Pois, falar de crise dá Ibope e vende jornal.

18 de março de 2014

"How long? How long must we sing this song?"

O problema da segunda Marcha da Família(*), convocada para o próximo dia 22 de março, nem é emular a primeira. Dependendo do ângulo que se olha, em 64 tínhamos também uma nulidade na presidência, a economia patinava e algumas ideias, por assim dizer, revolucionárias, ganhavam força em setores-chave do país. A reação na forma da Marcha foi uma resposta de pessoas angustiadas com a bagunça reinante, a corrupção irrefreável, a falta de um projeto decente de país.

A melhor resposta para a pergunta "por que enfrentamos estes mesmos problemas cinquenta anos depois?" seria com certeza "porque queremos resolvê-los da mesma forma, cinquenta anos depois". Considerar uma intervenção militar, mesmo que de longe, mesmo que só uma intervenção - Castello Branco imaginava estar assumindo um governo interino, a ser "devolvido" em pouco tempo a um civil - revela não uma fixação suicida por ditaduras, mas um movimento de terceirizar uma ação que tem que ser nossa.

Ainda estamos no tempo em que a democracia precisa ser defendida na espada. As democracias mais estáveis se baseiam em Instituições. Uma Instituição é qualquer coisa, lugar ou momento em que temos oportunidade de exercer nossa cidadania, garantindo a liberdade de expressão de quem discordamos e entendendo que além de nossos direitos temos que observar o cumprimento de nossos deveres. Uma sala de aula é uma Instituição, o local de trabalho também, assim como o Congresso Nacional. Quando as Instituições funcionam, a democracia fica quase que naturalmente resguardada. Eleições nunca garantiram por si só uma democracia. Na nossa ditadura as tivemos. A Coréia do Norte faz eleições regularmente, assim como Hitler chegou ao poder por meio do voto.

A chamada "ordem democrática" se constrói no cotidiano. Pode ser que dê trabalho, mas uma ditadura dá muito mais. Desejar a volta de militares para que disciplinem o funcionamento do país é reconhecer nosso fracasso enquanto cidadãos.

Se estamos insatisfeitos com "tudo que está aí", há diversos modos além do voto de mudar o estado das coisas. O silêncio da presidente Dilma em relação aos protestos na Venezuela só mostra o medo da onda chegar aqui - e não me venham com o junho/julho do ano passado. Aquilo era só pelos vinte centavos sim. Vamos à luta se for preciso, não para derrubar governos mas para fortalecer as Instituições.

Dá para exigir um judiciário mais dinâmico, um trânsito mais solidário, um legislativo menos calhorda, sindicatos menos cínicos, licitações e gastos mais abertos à fiscalização. Uma boa forma de começar com tudo isso é cumprindo as leis, sendo mais solidário ao dirigir o próprio carro, acompanhando o político em que votou, cumprindo com nossos deveres profissionais para então exigir melhores condições de trabalho e visitar sites que tratam de contas públicas. Trocar tudo isso por um governo militar é mostra de deseducação e preguiça.

Eric Hobsbawm, um historiador marxista foi uma vez perguntado se a causa valeria o morticínio de 30 milhões de soviéticos, promovido por Stálin. Ele respondeu simplesmente "sim". Não sei de vocês, mas eu não acho viável confiar em quem esteja disposto a matar por uma causa. Se queremos uma mudança contundente teremos nós mesmos que nos lançar à luta, com disciplina, ordem, senso de dever e patriotismo.

E aí? Precisa mesmo dum sargento gritar no seu ouvido para que você assuma essa postura?

(*) Nota do Editor: a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" foi o nome comum de uma série de manifestações públicas ocorridas entre 19 de março e 8 de junho de 19641 no Brasil em resposta à "ameaça comunista" representada pelo discurso em comício realizado pelo então presidente João Goulart em 13 de março daquele mesmo ano. (veja na Wikipedia). Está sendo divulgada na imprensa a reedição da marcha.

11 de março de 2014

Um blog de opinião… e uma opinião a ser considerada.

Ora ora ora…
Confesso que não pretendia escrever alguma coisa aqui nestes dias. O texto do Michel sobre o Deputado Francisco Everardo está ótimo e merece todo o destaque pelos próximos dias.

Entretanto, fui surpreendido por uma, digamos, novidade. E acho bacana divulgar isto entre nossos leitores.
Bom, o objetivo principal do UBQ é ser um formador de opinião. Ou ao menos ter uma opinião sensata sobre fatos e ideias que surgem em nosso cotidiano. Já escrevi aqui anteriormente que o blog me deu o poder de ficar livre para escrever sem me preocupar com códigos de programação Web.

Assim, o blog já vem caminhando há alguns anos. Pequeno a princípio… bom, ele ainda é pequeno. Mas já são quase 27 mil visitas. Um número bem maior do que pensei alcançar.

Por dia, o blog recebe uma média de 80~100 acessos. Costumo acompanhar as estatísticas do blogger (serviço que hospeda o meu blog) e posso inferir que o blog é visitado diariamente. Uma maneira que criei para acompanhar as postagens mais acessadas foi criar uma lista estilo “Top Five” (que eu chamo de “artigos bacanas”). Ali aparecem os textos mais lidos.

E eu reparei que ultimamente, o texto sobre os rolezinhos começou a ser muito acessado. Em uma semana o texto foi acessado 8x mais que o segundo texto mais lido. Enquanto os textos são lidos na casa das dezenas de usuários, este texto especificamente está sendo lido na casa das centenas.

Impressionante…

Confesso que não acho este um dos meus melhores textos. É um bom texto… desculpe a arrogância… mas não o julgava como sendo “O” texto.

Caso esteja interessado, leia o texto clicando aqui.

Curioso para entender os motivos de tantos acessos, passei a pesquisar a origem do tráfego.
E aí veio a descoberta… o texto faz parte de uma coletânea de textos sobre os rolezinhos que está sendo utilizada por um portal que oferece cursos de redação on-line. Pelo que entendi visitando o site, funcionam como uma espécie de cursinho eletrônico. Em uma determinada seção do site, eles oferecem um tema para redação, com uma coletânea de textos, ao melhor estilo Fuvest e Unicamp.

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redacaonota10O UBQ é referência de opinião… neste link.

E foi com muito orgulho que vi que nesta lista, o meu texto sobre os rolezinhos está ali, como primeira referência… junto com textos de revistas e jornais como Época, Istoé, Carta Capital, Folha de São Paulo e também do site Observatório da Imprensa

Minha opinião… ou melhor… a opinião deste blog está – finalmente – cumprindo o seu objetivo: ajudando a formar novas opiniões, fomentando a discussão e o debate.

E lá atrás, quando escrevi meus primeiros textos, ainda sem saber ao certo que rumo tomar… se seria ou não impessoal, se falaria sobre coisas mundanas, se falaria sobre as grandes questões da humanidade, eu não imaginaria isto.

OK, não se trata de nenhum portal gigantesco… mas já é um bom começo, não é mesmo?

Obrigado por sua audiência, por seu apoio e incentivo. Um especial agradecimento aos autores e colaboradores Michel, Lucas, Carlos, Leandro, Édson e Maurício que sempre que podem estão participando com sua genial criatividade.

Apreciem a leitura… divirtam-se. Compartilhem…

6 de março de 2014

A nossa terrível depedência por tecnologia

Escrever um blog é para mim uma atividade sensacional. Eu me divirto com isso. É sério… Vez ou outra eu me pego pensando em um tema qualquer e já vou rabiscando algumas coisas para meus futuros textos. Normalmente eu faço minhas anotações no aplicativo OneNote do meu smartphone…

Ah… maldita tecnologia…

Lembro que há alguns anos atrás escrevi em um texto que não via sentido nenhum em gastar um bom dinheiro na compra de um smartphone. Um celular com algumas funções básicas para mim seria suficiente.

Minhas exatas palavras na época:

“Aliás, acho que eu não teria coragem de pagar mais do que R$ 400 em um celular… não consigo imaginar qual a necessidade de ter um celular que sabe até fazer cafezinho…”

Ricardo Marques in Celulares” – maio/2011

Bom… queimei a língua…

Para quem não sabe (e eu duvido muito que alguém aqui não saiba de tanto que encho o saco das pessoas sobre o assunto), sou usuário de um Windows Phone. Meu primeiro WP foi um Lumia 710 e hoje sou um feliz usuário de um Lumia 720. Tinha planos de um dia pegar o sucessor do Lumia 925, mas honestamente não pretendo trocar de celular por muito muito tempo… Os motivos da desistência? Simples… na verdade, é um só… e atenderá pelo nome de Fernando ou Mariana dentro de alguns meses…

É… ter um filho muda muita coisa… a gente se desapega de algumas bobagens e começa a pensar no que é importante.

Enfim, já falei sobre minhas preferências sobre o Windows Phone e sobre meu celular… quem tiver paciência pode ler os textos aqui, aqui, e aqui.

Até aí, apesar de adorar meu Lumia, apesar de tê-lo transformado no meu “tudo-em-um”. Nunca me considerei dependente do aparelho.

E aí… acontece o inesperado… esqueci o Lumia em uma das salas da Diretoria de Ensino. Ao perceber a ausência do danado, fui procurá-lo. Para minha sorte, acharam o celular e o guardaram. Só que a pessoa que o guardou trancou a sala e só poderia reaver meu celular na quarta-feira…

Eu descobri então que teria de passar todo o feriado de carnaval sem o meu… digamos… brinquedinho.

E só então é que eu descobri o quanto estou dependente desta birosca…

smartphone

O que se segue é o breve relato do que aconteceu na ausência do Lumia em um feriado prolongado…

Sexta-feira

17h25 – Descobri que o Lumia está trancado em uma sala da diretoria. Ninguém tem a chave. Apelei… disse que minha esposa estava grávida e precisava do celular para poder falar com ela… ninguém se comoveu. Saí irritado da diretoria.

17h50 – Pensei em ligar para minha esposa para saber como estão as coisas… levei alguns minutos para me dar conta que, sem o celular, eu não conseguiria fazer a tal ligação.

18h20 – Um trânsito danado no caminho para casa. Pensei em ver se tinha algum e-mail importante. Ao invés disso, liguei o rádio… rádio CBN…

19h00 – Chego em casa. Feliz por ver meus gatos e meu cachorro. Mike e Meg estão fazendo gracinhas um com o outro. “Uma foto!”, pensei… de novo frustração… ao invés da foto, como uma banana. Depois fui cuidar dos bichos.

21h20 – Minha esposa chega em casa. Consigo contar a ela que estou sem o celular. “Por que não me ligou de casa?”, ela perguntou… Acho que esqueci que temos linha fixa em casa. Tão acostumado a ligar pelo celular.

21h50 – Vendo novela… normalmente nessa hora estou com o celular na mão lendo algumas notícias do Bing Notícias ou do App da Revista Época. Desta vez tenho que ver as desventuras de Helena e Laerte…

22h30 – Minha esposa resolve dormir. Eu vou para o computador. Antes vou procurar o celular para colocá-lo no carregador. Isto está ficando ridículo…

00h40 – Está faltando alguma coisa. Entro no site do Windows Phone para tentar localizar o celular pelo GPS. Tenho sucesso. Mas é uma tremenda idiotice… o que vou fazer agora? Tirar um print da tela e postar no Twitter?

02h00 – Insônia… não é incomum. Deitado na cama, tento alcançar o celular para ver as horas. Como eu sei a hora? Simples… levantei e fui até a cozinha olhar no relógio… devo ter levado mais uma meia hora para conseguir dormir.

Sábado

??h?? – Acabo de acordar… a hora? Sei lá… normalmente a esta hora eu dou um toque duplo na tela do Lumia e vejo a hora nele… Como o Lumia não está em casa…

11h15 – Depois do café da manhã, ajudo minha esposa com a bagagem… vai ficar no chalé neste final de semana. Na despedida, o ato falho: “Boa viagem… vá com cuidado… me manda uma mensagem quando chegar lá”

14h00 – Entediado… arrumei algumas coisas em casa… dei atenção aos peludos e agora eles dormem… daria uma boa foto. Daria… se eu tivesse a câmera disponível.

15h50 – Com preguiça de ir até o computador para olhar e-mail e noticiário fico sapecando o controle da tv a cabo… assisto a dois filmes na sequência. Depois uma maratona de episódios dos Simpsons. Durante os filmes, minha esposa me liga para avisar que chegou. Provando que é muito mais inteligente do que eu, ela se lembrou que eu estou sem celular…

21h40 – Comer… não me falem em Facebook. Nem e-mails…

22h30 – De novo na TV… resolvo a assistir os episódios que baixei do The big bang theory, Two and a half men, The crazy ones, Anger management e Grey’s Anatomy… a brincadeira foi até as quatro da manhã. Ao final, não pude atualizar o status do app TvShow, que agenda os episódios para mim…

Domingo

??h?? – Não perguntem… só descobri muito tempo depois.

15h15 – Estou orgulhoso: em pleno carnaval, consegui fugir de todas as transmissões carnavalescas… não vi (nem quis ver) nenhum desfile. Na TV, National Geographic… Não vejo nenhum noticiário há 2 dias. Espero que o papa esteja bem, que nenhum avião tenha batido em um prédio de grande porte e que mais nenhum culpado pelo mensalão tenha fugido…

20h10 – Venci a preguiça e fui para o computador. Vi o Facebook, os e-mails… vídeos… notícias… joguei Battlestar Galactica. Fui dormir tarde pra xuxu.

Segunda-feira

??h?? – …

10h30 – Resolvo escrever para o blog… não para este aqui, mas para o www.ricardomarques.pro.br falando sobre downgrade de software. O texto foi ficar pronto somente na terça-feira. Normalmente, faço as leituras para os textos no celular. Sem celular e com muita preguiça de ler no computador.

14h00 – Para minha salvação, descubro que hoje é o dia mundial do tênis. Vários jogos de exibição com lendas do esporte (como Ivan Lendl, John McEnroe, Andre Agassi, Pete Sampras). Isso realmente salvou meu dia

20h40 – Me nego a assistir o Jornal Nacional. Não quero saber quem ganhou o carnaval de São Paulo se não posso ler as notícias no meu celular.

22h00 – Assisto na sequência aos filmes “Captains Phillips” e “Gravidade”. Muito bons… a noitada de filmes vai até a alta madrugada. Resolvo “jantar” depois das 03h00 da manhã.

04h00 – Fui dormir… e esqueci o computador ligado desde a parte da manhã… normalmente eu desligo o bicho através de um app no celular que sincroniza a tela, o teclado e o mouse com a tela do celular…

Terça-feira

??h?? – Deve ser algo entre 11h30 e 15h30… não tenho muita certeza

19h40 – Publico meu texto no blog… quem estiver curioso, pode ler o texto através deste link. Normalmente libero a publicação pelo celular… de novo sentado à frente do computador.

23h15 – Insônia… também pudera: dormindo errado todo o final de semana, só poderia dar nisto mesmo. Resolvo ligar o laptop na cama para assistir alguma coisa pelo Netflix… Droga… o celular tem netflix… mas tenho que carregar o trambolhão do notebook para a cama…

Quarta-feira

08h30 – Desta vez fui esperto… liguei o rádio-relógio. Poderia ter feito isto há 4 dias atrás. Arrumar a casa… arrumar a casa.

11h30 – A caminho da diretoria… buscar meu Lumia.

12h27 – Fim do meu calvário. O que me irritou foi ainda eu ter que provar que o celular era meu. Mostrei a minha foto armazenada no celular… digitei a senha de desbloqueio também… quais as chances de um celular de um estranho ter a minha foto e eu saber a senha de desbloqueio do celular do estranho?

Ufa…

Enfim… sobrevivi ao feriado prolongado sem celular. Mas percebi que deixei de fazer algumas coisas que faço rotineiramente só porque não estava com o celular por perto. Não tirei fotos que gostaria (com o Nokia Camera)… não ouvi músicas (com o Xbox Music)… não li meus livros (com o Kindle app)… não li nenhuma notícia (com o Bing Notícias ou o app da Revista Época)… não interagi com o mundo.

E eu poderia ter feito tudo isso de modo tradicional… digamos… no mundo analógico.

Eu me rendo…

Essa desgraça (a tecnologia) vicia…

3 de março de 2014

De onde veio uma árvore?

Me deparei com essa pergunta assistindo um debate entre ateus e religiosos. 4 religiosos fazendo diversas perguntas para um único não religioso, em que um padre cristão perguntou sobre a criação, como as coisas surgiram, como nós surgimos. O ateu Daniel Sottomaior respondeu de uma maneira um tanto equivocada dizendo que uma árvore veio de uma semente de outra árvore. Claramente o padre não perguntava sobre isso, houve um conflito entre criação e como a natureza funciona na pergunta e resposta. O padre falava da primeira árvore que existiu nesse mundo.

Uma árvore, assim como todo ser vivo, é resultado de pressões seletivas que compõem a evolução, desde os primeiros organismos unicelulares, células com uma complexidade maior, o aparecimento de organismos fotossintetizantes, a formação de pequenas algas, a conquista do ambiente terrestre onde uma planta necessita de raízes, folhas, tronco, até chegar o que chamamos hoje de árvore. Não necessariamente houve um criador, uma força inteligente que descreveu o modelo de uma árvore mas sim um processo lento e gradual de milhões de anos, sendo mediado pela evolução para chegarmos na atual árvore. Uma árvore característica como vemos hoje em dia veio de processos evolutivos que ocorrem desde os primeiros seres vivos.

Possivelmente a grande dificuldade seja entender como a complexidade tenha se formado à partir do nada. Como um olho, com toda a sua complexidade pode ter surgido do acaso? A questão é que a evolução aprende com seus erros e teve tempo para isso. Milhões e milhões de anos atrás, por meio de mutações genéticas juntamente com fatores ambientais, apareceu o primeiro organismo com células receptores de luz que teve sucesso pois tinha a vantagem de se guiar pela luz, fugindo da escuridão e de predadores. Tendo esse sucesso, houve uma maior chance de reprodução e disseminação desses genes que promovem células sensíveis à luz e o processo continua com melhorias no foco, transmissão de sinais de cor e movimento para o cérebro formando, após milhões de anos, a complexidade de um olho humano. É um processo de tentativa e erro onde quem possui a característica que se adapta ao ambiente e seus requisitos de sobrevivência terá sucesso reprodutivo e se destacará no pool gênico (todos os genes em potencial que podem ser replicados e expressados em uma determinada população).

Complexidade não necessariamente está ligada a um criador inteligente, uma força maior que nos criou e criou tudo a nossa volta.

Explicações científicas\biológicas conseguem preencher as lacunas da dúvida sobre o aparecimento da vida na terra e seu grau de complexidade atual.
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