30 de junho de 2013

Onde será o fundo do poço?

Uma expressão pra lá de depressiva é aquela que diz “cheguei ao fundo do poço”. É comum ouvirmos isto de alguém que esgotou suas forças para resolver uma situação, de alguém que já fez tudo pelo caminho mais errado possível, ou ainda de alguém que chegou ao seu limite final.

Seja como for, a expressão transmite a ideia de que chegamos a um limite. Chegamos a um ponto onde não é possível que exista algo além. E por ser um local profundo, escuro, temos a impressão de algo negativo. Enfim… chegar ao fundo do poço é chegar ao limite do pior que poderia acontecer em um evento.

E por ser tão intransponível, por ser tão limítrofe, pensamos tratar-se de um clímax… do pior que poderia acontecer. E que se o pior já aconteceu, então daquele ponto em diante, as coisas tendem a melhorar.

Então – para alguns – chegar ao fundo do poço significa ter ultrapassado todas as adversidades.

E a vida nos mostra… bom, pelo menos ME mostra, que as coisas não são tão lineares assim…

Creio que – como todo ser humano – pensei ter chegado ao fundo do poço. Achei que alcançara o fundo do poço lá pelos 12 anos, quando ganhei um apelido irritante na escola. Depois achei que o fundo do poço seria aos 15 anos quando terminei meu primeiro namoro. Aos 17 pensei que seria um lesão nos ligamentos. Já com 20 tive a convicção que a reprovação no vestibular seria o limite. Aos 28 eu decretei que o fundo do poço foi meu retorno de Campinas (com a consequente perda da faculdade de medicina).

Com 33 comecei a perceber que talvez o pior ainda estava por vir (foi a época negra das escolas de informática e ensino profissionalizante). Aos 36 o fundo do poço para mim era trabalhar em um ambiente hostil. Curiosamente, os anos seguintes começavam a confirmar esta minha expectativa.

Mas então, eis que aos 38 (quase 39…) percebi que não… o fundo do poço poderia ser  uma outra coisa. Percebi que o fundo do poço pode ser mais de uma coisa.

E pior… descobri que talvez o fundo do poço seja apenas um limite teórico, e que sempre estará lá… longe de nosso alcance. Pois ele sempre pode estar mais fundo.

Hoje tenho aquela sensação de que estou no poço… em algum lugar bem fundo. Não sei se é “o” fundo. Os fatos passados já me ensinaram que as coisas ainda podem ficar piores.

Curiosamente, o fundo do poço é relativo para cada pessoa: para alguns são problemas financeiros, para outros uma situação amorosa mal resolvida, uma doença, a repetição de um erro, notas baixas na escola ou faculdade, falhas de caráter… a lista pode ser bem longa. E talvez por isso, o meu fundo do poço não seja nem a beirada do poço para alguns; ou então seja de uma profundidade impensável para outros.

Mas sei que – do lugar onde estou, seja fundo ou não – estou no poço. Para mim, bem fundo… E no momento isto é o que conta.

Pelo menos, ainda sei que existem algumas opções: uma delas é olhar para o fundo, vislumbrar a escuridão, ser engolido por tudo aquilo.

Outra opção é olhar para o alto. Afinal, por mais fundo que seja e mesmo que eu não saiba onde é o fundo, a saída dele permanece ali… no mesmo lugar.

fundo

E nesta opção, tudo que preciso é me apegar desesperadamente a possibilidade de que – em algum momento – encontrarei uma maneira de sair do poço.

Preciso parar de pensar onde estará o fundo do poço… eu não preciso encontrá-lo.

21 de junho de 2013

Os protestos, a Copa, o padrão FIFA

A imagem a seguir é de 2007:

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A nação estava explodindo de orgulho. Após 64 anos o Brasil sediaria novamente uma Copa do Mundo. De lambuja, levaria a Copa das Confederações também.

E assim começou o grande projeto de reconstrução nacional. Novos estádios trariam desenvolvimento com novos empregos no setor da construção, um projeto esportivo para desenvolver o esporte como ferramenta de igualdade social, grandes oportunidades para o setor de turismo. Esta seria a arrancada final do Brasil em direção ao pleno desenvolvimento econômico e social.

Pelo menos, essa era a teoria…

A conta dos investimentos diretos e indiretos já passa dos US$ 5 bilhões. E o Brasil ainda é um país com grandes deficiências econômicas e sociais.

Mas temos um evento padrão FIFA de qualidade.

O povo pode ter muitos defeitos… e não vamos cobrir o sol com a peneira. Este povo tirou Fernando Collor de Mello da presidência e hoje ele é Senador da República. Renan Calheiros renunciou para não ter seu mandato cassado. Hoje é presidente do Congresso Nacional pois foi eleito pelo voto popular para o Senado. Maluf é deputado federal (também foi eleito pelo voto popular). O povo tem memória curta… infelizmente.

Lembro que a nação comemorava o fato de sediar o evento da FIFA. Ninguém falava em aumento do custo de vida ou da precariedade do sistema único de saúde.

Foi necessário mexer no bolso… foi necessário o evento começar a acontecer para as pessoas perceberem que o evento não é para o povo. É um evento promovido por uma entidade particular que recebe muito dinheiro para organizar a copa. A FIFA lucrará muito, a CBF também, as grandes empresas de comunicação igualmente.

Mas e o povo? Quantos poderão assistir aos jogos? Quantos terão condições de desembolsar 1/3 de um salário mínimo para assistir a uma partida de 90 minutos de futebol?

E o que ganharemos com isso? Prestígio internacional?

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Os protestos que estão ocorrendo pelo Brasil afora começaram sem uma causa única definida: aumento das tarifas do transporte público, infra-estrutura de saúde precária, falta de investimento no desenvolvimento social são algumas das causas que as pessoas criticaram.

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O que o Brasil (ou melhor, o povo) ganhou sediando um evento da FIFA? Qual será o legado que isto trará?

Para a FIFA, pouco importa o resultado de tudo isso. Até mesmo o cancelamento do evento não seria um problema pois existe um seguro bilionário prevendo um cenário como esse.

O povo ficou com a conta de tudo isso. Sua vida não melhorou. A saúde, a educação, a segurança… o que disto melhorou?

Eu não quero o padrão FIFA… quero que a FIFA se exploda…

O que eu gostaria mesmo é vergonha na cara do povo. É… exatamente isso. Que se lembre do que está acontecendo hoje para que nas eleições de 2014 excluam da política todos aqueles que estão causando isto hoje…

Pintar o rosto, escrever um cartaz, andar pelas ruas… tudo isto é muito fácil. Cobrem uma atitude dos governantes… isto é legítimo. Mas cobre sua consciência na próxima eleição.

17 de junho de 2013

Apenas um reajuste?

Nesta última semana a cidade de São Paulo presenciou algumas manifestações populares contra o reajuste das tarifas do transporte público. Em princípio, os manifestantes criaram algum barulho, mobilizaram simpatizantes e bloquearam algumas vias públicas importantes.

E isto no caótico trânsito de São Paulo…

Também em princípio, a polícia militar tratou de garantir o direito constitucional do ir e vir de qualquer cidadão.

E o confronto foi inevitável. E houve exageros de ambos os lados…

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Em alguns momentos tive a impressão que a polícia e os governos municipal e estadual trataram a manifestação como um movimento de vândalos. Um amigo relatou em seu Facebook suas impressões sobre o movimento e o meu comentário foi o seguinte:

Algo está muito errado e distorcido. Ordem? Paz pública? Não entendo onde os revoltosos querem chegar impedindo o direito das pessoas de ir e vir pela cidade, mas entendo menos ainda onde a polícia quer chegar com esta reação desmedida a um movimento que - em princípio - seria apenas uma manifestação de insatisfação ao que se apresenta ao cidadão paulistano.

De qualquer forma, certo ou errado, os protestos prosseguiram. E hoje a manifestação atingiu proporções nacionais. Várias capitais pararam.

E – pelo menos em São Paulo – tudo feito pacificamente.

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E uma manifestação popular desta magnitude não pode estar acontecendo sem nenhum motivo. E obviamente, o problema não é o aumento R$ 0,20 tarifa do transporte público.

Alguns partidos políticos tentaram levar vantagem com o movimento (leia-se PSTU e PSOL), mas foram rechaçados pelo movimento com palavras de ordem: “Partido não! Partido não!”

Genial… é um movimento popular de protesto… E é legítimo!

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O recado é claro: o povo cansou. Cansou do descaso do poder público. Cansou do abuso do poder. Cansou de ser tratado como idiota. Cansou…

Volto a dizer: não se trata do reajuste. A questão é que o povo quer ser representado. Quer que seus anseios e valores sejam defendidos por que os representa. Quer ser ouvido…

E o aumento pode até não ser cancelado (acho que não será), mas o recado está dado: nós os elegemos, portanto, lembrem-se que vocês nos representam.

Respeitem-nos…

Em defesa do Windows Phone

windows

Resolvi escrever este post após a leitura deste artigo no site do Tecmundo. Para quem não está com paciência para ler o artigo, o autor – em linhas gerais – condena a plataforma de smartphones baseadas no Windows Phone. Sua alegação é que as empresas estão abandonando a plataforma porque o investimento não compensa o retorno.

A matéria tem alguns (muitos) equívocos. E mostra o despreparo da publicação para tratar de assunto tão relevante na área de tecnologia.

Vou deixar claro que não sou um fanboy de uma plataforma, tampouco um hater das outras. Mas creio que alguns fatos precisam ser estabelecidos.

Para melhor compreensão do post, vou me restringir às quatro plataformas mais relevantes atualmente, a saber:  iOS (Apple), Android (Google), Windows Phone (Microsoft + Nokia) e Blackberry (a própria).

Em primeiro lugar e o mais importante: todas as plataformas têm seus defeitos e qualidades. A seguir breve relato de cada uma delas.

iOS (Apple)

Apple_iOS

O iOS é um sistema parado no tempo. Seus desenvolvedores optaram apenas por atualizar suas funcionalidades, mas a verdade é que desde a versão iPhone 3GS o que temos é apenas mais do mesmo.

Para a nova versão (a iOS 7) a Apple resolveu mudar o design do sistema e agregar algumas novas funcionalidades. Honestamente (e não o único a pensar assim), a plataforma se aproximou muito do conceito daquilo que é o Windows Phone.

Qualidade: sistema incrivelmente estável

Defeito: plataforma excessivamente fechada

Android (Google)

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O Android sofre por ser um software livre: por um lado isto é bom porque permite o desenvolvimento de diversas soluções simultaneamente, por outro lado, gera a fragmentação. Existem muitas versões do Android e algumas são literalmente mutiladas. A falta de uma padronização e o excesso de liberalidade tornam o sistema muito instável em algumas configurações. Surgem telefones baratos, travestidos de smartphones, mas que são verdadeiras bombas.

Qualidade: plataforma de desenvolvimento aberto

Defeito: excessiva fragmentação e sem um padrão mínimo operacional

Blackberry

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É uma plataforma voltada para uso corporativo. Suas ferramentas são direcionadas para otimização de tarefas de produtividade (office, email, calendário, etc…). Das quatro plataformas, creio que esta é a que menos interessa.

Qualidade: forte no seu nicho de mercado

Defeito: restrito a apenas um nicho de mercado

Windos Phone (Microsoft + Nokia)

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A Microsoft demorou para engrenar no mercado de smartphones. Aliás, tentou anteriormente com o fracassado Windows Mobile. O Windows Phone foi concebido para uma experiência onde o usuário é o centro de gravitação do celular e não os aplicativos. Não é incomum relatos de pessoas que utilizam o Windows Phone e comentam: “puxa, ele é muito mais fácil”.

Quando cito a Nokia eu o faço por um único motivo: foi a única empresa que realmente acreditou no sistema. Parte do possível sucesso que o Windows Phone vier a obter será por conta da Nokia que abriu mão se sua plataforma Symbian e apresentou opções em todas as faixas de consumo.

Qualidade: sistema intuitivo e voltado para o usuário

Defeito: desenvolvimento relativamente recente

Afinal, qual o problema?

Nas quatro plataformas podemos destacar ótimos aparelhos de todas elas. Um Samsung Galaxy S IV é sensacional, assim como um iPhone 5, ou ainda o Blackberry Z10 e o Lumia 920. Claro que a excelência têm o seu preço e aqui, no caso todos os modelos citados custam mais de R$ 1800,00.

Voltando ao artigo, o autor informa que as empresas estão abandonando o Windows Phone. Não é bem assim. As empresas não tem interesse em desenvolver para o Windows Phone. Quando falamos empresas de celulares devemos pensar principalmente em: Apple, Samsung, Blackberry, Motorola, Nokia, Sony, HTC e LG. Existem outros fabricantes, mas os principais estão aí.

A Apple não teria interesse em investir no Windows Phone por motivos óbvios. Samsung tem como carro chefe a série Galaxy, baseada no Android. Além disso está trabalhando no desenvolvimento de sua própria plataforma (Tizen). Pergunto então: qual o sentindo da Samsung investir onde obviamente ela não tem lucro?

A divisão de celulares da Motorola pertence à Google, que é a desenvolvedora do Android, o que descarta a Motorola como possível desenvolvedora do Windows Phone. HTC e LG possuem portfolio de produtos variados e como empresas que visam lucro atuam no mercado que lhes dão lucro. A LG não deu bola para a nova versão do Windows Phone 8, e nem é o foco principal dela investir em smartphones. Já a HTC tem modelos para Android e Windows Phone (8S e 8X). A Sony investe em modelos com Android, mas com um alto grau de personalização (linha xPeria) que praticamente descaracteriza o sistema.

Pergunto então: quem sobra para investir? Sobra a Nokia. E por sinal, está fazendo um ótimo trabalho. Está oferecendo celulares baseados no Windows Phone para vários segmentos: Lumias 520, 620, 720, 820, 920 e 925 (só para citar os modelos que estarão disponíveis no Brasil).

Então, a questão não é que as empresas estão abandonando o Windows Phone… elas nunca sequer se aproximaram.

Aliás, qual o problema de a Nokia ser o principal e talvez futuramente o único desenvolvedor? A Apple é a única empresa que fabrica iPhone’s e vai indo muito bem, por sinal.

Outra questão de implicância: a quantidade de apps disponíveis. O iOS é um sistema que está no mercado desde 2007 conta com aproximadamente 600 mil apps. O Android foi lançado em 2008 e também está na casa dos 600 mil apps. Não tenho os dados da Blackberry para informar. Já o Windows Phone que surgiu no final de 2010 e conta com uns 160 mil.

Eu desafio alguém a instalar (e utilizar rotineiramente) pelo menos 500 apps no telefone.

Este argumento da quantidade de apps é a maior bobagem que ouço na defesa do Android e do iPhone. Alguns apps são simplesmente LIXO. Outros são só repetições gratuitas de apps pagos. Alguns outros possuem finalidade duvidosa (como o app “Rachar a conta do buteco” que pode ser feito com qualquer calculadora e um pouco de boa vontade)

O Windows Phone possui praticamente todos os apps necessários para sua utilização. Não fiquei desamparado em nada. Alguns reclamam do Instagram… Um dia ele virá. Honestamente, existem tantos apps alternativos que fazem a mesma coisa que o Instagram. Não entendo porque esta mobilização pela ausência do app.

Eu contei os apps instalados no meu Lumia: tenho 38 apps instalados. E consigo fazer tudo o que preciso: acessar internet, ler arquivos PDF, enviar e receber e-mails, ler livros eletrônicos (tanto e-Pub como MOBI), tirar e editar fotos, editar documentos do office, ver vídeos, ouvir música, operações bancárias, rádios digitais, acessar redes sociais (twitter, facebook, LinkedIn), usá-lo como agenda diária, bloco de anotações, controlar remotamente meu PC, controlar remotamente minha TV, compartilhar internet 3G, jogar. Ufa… a lista é grande.

Ah… os jogos! Isso é verdade, o Windows Phone não têm tantos jogos. Acho que é isso que o povo reclama tanto. Mas cá entre nós… pagar R$ 1000 reais para jogar numa telinha de quatro polegadas? Prefiro pagar os mesmo R$ 1000 em um Xbox ou PS3 e jogar no conforto de casa. Os joguinhos casuais serverm para aqueles minutos de tédio. E nisto os jogos que ali existem me atendem muito bem.

O que os críticos de plantão (e principalmente os haters) não percebem é que eu poderia falar exatamente a mesma coisa das outras plataformas se estivesse com um bom celular delas. O Windows Phone é tão bom quanto Android e iPhone. O que é nocivo é o preconceito. E nisto eu vejo um grande preconceito por parte da mídia (dita) especializada.

É triste ver um artigo em revista ou site dizendo que foi desenvolvido um app qualquer para iPhone ou Android e aí não vejo o WIndows Phone ali. Dizer que é mais difícil programar no Windows Phone é mentira. O SDK (software developer kit) disponibilizado é tão bom quanto os outros. É uma questão de desenvolver os apps. Apenas isto.

A Microsoft foi por muitos anos criticada por suas práticas monopolistas e alguns de seus produtos são verdadeiros desastres (o Windows Vista e o Me que o digam), mas vamos admitir o óbvio: o Windows Phone é um bom produto sim é uma plataforma promissora que chegou um pouco mais tarde ao mercado, mas que se tratada com respeito será tão grande e boa quanto os outros. Há espaço para todos. A Google pode continuar abastecendo o mercado com celulares que usam sistemas fragmentados e obsoletos, a Apple pode continuar elitizando o mercado de smartphones e a Nokia pode sim oferecer uma boa alternativa para quem quer um bom smartphone para fazer suas coisas.

Meu nome é Ricardo Marques, tenho um Lumia 710 e estou muito satisfeito com minha escolha. E meu celular não fica devendo nada para Android’s e iPhone’s

lumia
Esse é o da minha esposa… o meu é preto…

Informações de copyright: os logotipos pertencem aos seus respectivos detentores e foram utilizados aqui apenas para ilustração do post. A fonte das imagens é a Wikipedia.

12 de junho de 2013

Distante… muito distante daquilo que sonhei.

“Eu preciso estar disposto a desistir do que sou para me tornar o que serei”.

Albert Einstein (1879-1955)

Desde ontem, um novo período de férias. Pelos próximos 15 dias poderei dedicar-me um pouco mais as coisas de casa e também à vida acadêmica. A faculdade anda muito largada.

O que aliás, não é exatamente uma novidade…

Aliás, repetindo a expressão, tenho pensado muito na faculdade. Não é segredo de estado o desastre da faculdade de medicina. Também não é nenhum segredo qual é o meu projeto com a faculdade de biologia.

A idéia é simples: com a licenciatura eu poderia dar aulas a noite e fazer a faculdade de medicina pela manhã. Esta é a versão resumida do plano.

Não posso negar que fiquei muito feliz com a aprovação na USP. Depois de tantos anos, sem nem estudar, passar na primeira chamada era (e ainda é) motivo de muito orgulho. Eu inclusive escrevi sobre isso no blog na época.

Comecei a faculdade empolgado. Estar ali foi muito importante.

O problema não foi tanto a faculdade, mas eu mesmo. A rotina do meu trabalho atrapalhou algumas vezes. Atrapalhado com as coisas da escola, do casamento que estava por vir… enfim. Meu desempenho foi péssimo no primeiro ano.

No ano seguinte, acabei trancando a faculdade por motivo de saúde. Eu não estava bem para fazer as duas coisas e por conta disso fiquei afastado nos anos de 2011 e 2012.

E agora eu voltei. No começo tentei fazer um bom trabalho. De novo a rotina do trabalho interferiu (menos, é verdade). De novo me atrapalhei em ser funcionário, marido e estudante.

E tenho que reconhecer o óbvio… biologia é algo bem distante da medicina.

O curso é bacana, tem uma estrutura ótima (apesar de eu não entender as aulas de sistemática e biogeografia) então o que está errado nisto tudo?

Outra resposta simples…

Eu estou errado nesta história. O curso de biologia tem duração de 6 anos no noturno. É voltado principalmente para área de pesquisa e está atrelado principalmente aos grandes ramos da história natural. Pouco tem a ver com as ciências da saúde.

Confesso que estou pensando em desistir…

E confesso também que estou com um plano maluco (mais um…) na minha cabeça.

Não… ainda não é a faculdade de medicina.

Preciso acertar algumas coisas em minha vida. Preciso de tempo para isso. A medicina um dia virá… deixou de ser uma urgência e passou a ser um ideal. Um dia – e sei lá quando será este dia – eu volto. Até lá, tenho que tocar o barco. Seguir em frente.

Acho que preciso desistir de tudo isso que sou neste momento para poder ser algo próximo do que planejei há anos atrás.

Pode ser o adiantado da hora… mas acho que está na hora de desistir da biologia.

Tenho medo de quando começo a arquitetar estes planos malucos…

post-2013_12-Junho

Estes post está incompleto. Sei disso. Mas no momento, é o que consigo falar sobre isso. A propósito… tem uma dica da minha loucura na imagem… alguém dá algum palpite?

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