6 de março de 2019

Estamos de Mudança!!!

Tudo evolui… tudo muda.

A história é antiga e já foi contada aqui de uma forma ou de outra por algumas vezes. Mas a história do UBQ de certa forma se confunde (principalmente no início) com minha história pessoal.

Desde 1996, quando eu criei a primeira versão da “Página Pessoal do Ricardo Marques”, eu sempre busquei criar um conteúdo próprio. Uma época em que conexões discadas, a guerra dos navegadores, GIF’s animados e HTML eram as notícias vigentes.

O tempo passou e depois de algumas mudanças estruturais, eu finalmente cheguei ao formato de uma página do tipo Blog. Um blog sem nome… um blog de opinião, informação, um pequeno espaço para a manifestação livre.

Não importava o assunto, não importava o tema, em minha concepção, o blog deveria funcionar como uma tribuna onde as pessoas pudessem expressar suas opiniões e ideias, gerar o debate pela análise dos fatos, pela discussão das ideias.

E apesar de a blogosfera ser um espaço imenso, eu sonhava em ter um blog escrito por vários autores, com várias (e diferentes) ideias. E desde 2009, venho alimentando com textos e outros conteúdos este blog. Que quando surgiu, sequer tinha um nome. Era apenas um blog qualquer.

E foi com essa ideia na cabeça que em 2012, o blog ganhou sua identidade. Ele de fato se tornava o “Um Blog Qualquer”, que pouco tempo depois ganhou o carinhoso apelido de ‘UBQ’ do nosso amigo e autor Michel Vieira.

Aliás, muito tempo depois, alguém me alertou sobre a sonoridade da sigla.. ‘UBQ’ em inglês pode ser pronunciado como algo parecido com “iubiquíu”, que por sua vez tem uma sonoridade com outra palavra em português: “Ubíquo”.

E é curioso pensar que a ideia do UBQ sempre foi essa… uma difusão de ideias que se expande por qualquer parte. Confesso que achei graça na hora, mas depois vi que sem querer, “Um Blog Qualquer” seria o nome perfeito para o meu projeto.

Um projeto que ganhou leitores, amigos e colaboradores. Por aqui, pude contar com o talento de pessoas sensacionais que gentilmente cederam parte de sua genialidade para os textos no UBQ. E hoje, de certa forma posso afirmar, o UBQ é plural. Pois temos não só minha opinião e ideias, mas também de outros loucos que adoram pensar.

E a eles eu terei um dívida de gratidão eterna.

Aos poucos, ganhamos um espaço virtual próprio… a “Redação UBQ” – nosso pequeno espaço de discussão que geram parte das ideias que são publicadas por aqui.

E – caramba – já se vão quase 10 anos que estamos por aqui!

Em 23/04/2009 eu fazia a primeira mudança: a separação do blog e do site. Até então, o blog vinha sendo hospedado no serviço “Windows Live Spaces” (descontinuado pela Microsoft em 2011). Resolvi adotar a solução da Google para usuários domésticos e com isso ingressei no Blogger. Era o começo de uma história…

Com o tempo e novos autores, o blog ganhou novos ares e eu trabalhava intensamente no layout da página. Por muito tempo, o UBQ assumiu um layout essencialmente neutro, todo branco com poucos detalhes em gradientes de cinza.

Nestes 10 anos de plataforma Blogger, o UBQ cresceu. Para se ter uma ideia, nos primeiros meses, a audiência era literalmente um traço. Isto mesmo: nenhum leitor. Isso foi mudando com o passar do tempo.

Hoje, temos algo entre 3000 e 4000 acessos mensais. São quase 130 mil page views e nossa audiência alcança até mesmo outros países (temos leitores no Japão e Estados Unidos). É muito legal ler comentários que chegam e ver o engajamento de boa parte da audiência.

É bacana… bacana mesmo.

Bom, e agora, após 10 anos, criei coragem para um novo desafio. Esta é a última postagem do UBQ em sua casa atual. A partir de agora, o UBQ migrará o seu site para a plataforma WordPress. Um desejo antigo, sempre adiado pela questão financeira e também pelo conforto em usar o Blogger por tanto tempo.

Mas – como eu disse lá no início – tudo muda… tudo evolui. E esta evolução se faz necessária. Algumas coisas que gostaríamos de implantar no UBQ necessitam de uma solução mais robusta. E o Blogger, apesar dos bons serviços prestados, não poderá nos atender nesta nova jornada.

E graças a uma parceria, o UBQ ganhou um serviço de hospedagem (explicarei isso com mais detalhes em outra publicação) e terá seus novos conteúdos publicados no novo site. O endereço permanece o mesmo: www.umblogqualquer.com.br, mas algumas mudanças visuais serão inevitáveis.

No princípio, iremos migrar a estrutura principal do site e publicar os novos artigos por lá. Posteriormente, faremos a migração dos textos antigos para o novo layout. Claro que fico bastante preocupado, porque é uma migração massiva de mais de 600 textos, com imagens, links e referências.

E por isso contarei com a compreensão de todos neste período de transição. Provavelmente teremos alguns problemas com layout, formatação, mas que aos poucos iremos consertando, até que tudo fique no lugar correto.

A versão anterior do UBQ permanecerá ativa até a conclusão da migração, que não tem prazo para terminar. Mas – olhando o lado positivo – terei a oportunidade de revisitar alguns textos maravilhosos que surgiram nestes anos.

Então é isso… o próximo texto do UBQ já será no site novo. Até lá, peço um pouco de paciência e caso queira, entre em contato conosco pelo contato@umblogqualquer.com.br.

Meus sinceros agradecimentos a todos… leitores, autores, amigos.

Obrigado!

27 de fevereiro de 2019

O Rappa - "Lado B, Lado A" (Disco da Semana #52)

NOTA DO EDITOR: em razão da interrupção extraordinária das atividades do UBQ na semana em que ocorreu o falecimento do jornalista Ricardo Boechat, alguns textos tiveram sua publicação postergada. O editor agradece a compreensão da ‘Redação UBQ’ e também dos nossos leitores.

Buenas,

Nesses meus dias de férias, talvez pela localização, ou por quantidade de gente, o sinal da internet era escasso e por isso fiquei meio afastado do mundo, mas foi colocar os pés em São Paulo novamente para  ter uma notícia que me pegou de surpresa e entristeceu-me um bocado: A morte do grande Marcelo Yuka. Baterista mediano, mas letrista e cronista pra lá de feroz do cotidiano do Rio de Janeiro, além de ser um dos caras mais lúcidos e cientes das causas sociais brasileiras, o que já fazia dele um dos prediletos da casa.

Eram dele as letras mais contundentes d'O Rappa até seu infortúnio ao tentar escapar de uma tentativa de assalto em 2001, o que além de sua lesão, custou a sua saída da banda.

Após a sua saída, a banda continua relevante no cenário nacional, mas suas letras nunca mais tiveram o mesmo impacto. A banda virou uma versão de si mesma, não que isso fosse ruim, pelo contrário, mas faltava a eles um "que" a mais, mostrando que o ex-baterista era o elo mais forte dessa corrente.

Esse disco produzido por Chico Neves e Bill Laswell mostra uma banda mais madura e consolida o discurso social dos cariocas, mostrando o descaso com as periferias, além da melhor e mais profícua fase instrumental dos caras.

Pesado, experimental, panfletário, mas sem deixar de ser popular. Temos aqui a banda em seu auge criativo, onde praticamente mais da metade do álbum se transformou em singles (na verdade em hinos) e passou a ser parte preponderante em seus shows. O apoio e a transmissão maciça de seus clipes na MTV e o uso das faixas "Tribunal de Rua" e "Lado B, Lado A" na trilha sonora dos filmes "Tropa de Elite" também ajudou a alavancar o álbum a um status de clássico, figurando em quase todas as listas de maiores álbuns brasileiros de todos os tempos.

As letras mostram o cotidiano da periferia carioca em um momento político complicado para a cidade (e por que não… do país todo?). Todas as críticas viram verborragia na poderosa voz de Marcelo Falcão que é acompanhada  por uma banda pra lá de afiada.

Da cozinha pesada de Yuka e Lauro Farias, às guitarras de Xandão e os efeitos e beats do tecladista Lobato e do convidado essencial (quase um 6º membro da banda) DJ Negralha, mostram a disposição dos caras em criar um clássico.

Os produtores conseguiram tirar da sonoridade da banda  algo que os transformara em plural, mesmo tendo um caldeirão de referências, a identidade da banda se solidifica, se transforma em algo único. Um dos discos mais indispensáveis da nossa discoteca básica nacional.

Após sua saída, Yuka ainda teve tempo de formar uma outra banda, a F.Ur.T.O., mas sem a mesma repercussão de seu trabalho anterior.

Que a obra de Marcelo Yuka e o Rappa seja exaltada, não só como música, mas como um retrato crítico do Rio de Janeiro, feito por alguém que soube como ninguém escancarar o que a mídia sempre fez questão de esconder.

Vá em paz Yuka… sua música e seu legado serão eternos.

Para ouvir esse clássico, clique aqui.

Logo menos tem mais.

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