15 de novembro de 2018

Neve Negra – Ricardo Darín… Lembre-se desse nome!

Já parou pra pensar que 99% dos filmes e séries que assistimos (sem contar novelas, pra quem assiste novela) e que são famosas, são produções dos EUA ou da Europa? Por isso, nesse texto, pense em mim como um catequizador do cinema sul americano.

Só por hoje… he he he.

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Aqui estamos nós para mais um Luz, Câmera, Textão no UBQ… essa coisa xuxu e cheia de conteúdo legal! Nesse texto eu quero falar um pouco sobre cinema argentino, algo meio desconhecido pra nós brasileiros, o que é um pouco problemático, pensando que nossos hermanos estão logo aqui do lado e tem uma produção cultural muito legal!

O filme de hoje é do ano passado (2017), chama-se Neve Negra, uma produção argentina, dirigido por Martin Hodara, que estrela Leonardo Sbaraglia, Laia Costa e, o homem, o mito, o ator supremo sul americano: Ricardo Darín.

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Sério… lembre-se deste nome. Esse ator argentino fez diversos filmes, já foi indicado ao Oscar, ganhou vários prêmios. Tudo sempre relacionado ao cinema argentino. É um cara que se recusou abertamente a ir trabalhar em Hollywood, justamente pela forma como atores latinos são tratados e a forma como os latinos são exibidos no cinema americano; sempre como traficantes, vilões, bandidos, etc…

[ A história ]

Neve Negra conta a história de Marcos, um argentino, criado numa fazenda na Patagônia, que recebe uma notícia sobre a família dele, que decidiu vender a fazenda, e, por isso, leva sua esposa Laura, que está grávida, de volta para a tal fazenda.

O local é completamente afastado de tudo, isolado pela neve e o clima difícil. Nessa fazenda vive isolado um dos irmãos de Marcos. Salvador. Ele vive ali, na casa da família, em parte por opção, em parte por não ter escolha.

Salvador fez algo em seu passado que destruiu a família e a vida de Salvador. Os irmãos não se gostam, na verdade se odeiam, mas vão se ver obrigados a conviver nessa fazenda por algum  tempo, enquanto os temas legais da venda da fazenda da família são resolvidos.

Essa convivência traz a tona os problemas dos irmãos e o mistério sobre o que Salvador fez pra estar naquela situação.

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[ Análise ]

Sim, a sinopse vai terminar nesse mistério mesmo. O filme é um suspense muito bem executado, então não vou ficar aqui estragando a trama, quero que você, meu leitor querido, assista esse filme e tire suas conclusões e veja as viradas que essa trama dá e como são complicadas as relações de família, especialmente no meio da neve e num local isolado na Patagônia.

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Mas aqui vão alguns detalhes e minha impressão sobre esse filme e, mais importante, porquê esse filme pode ser um exemplo da qualidade do cinema argentino.

A abordagem que esse filme traz a temas muito complexos da condição humana é algo a se apreciar. A história de toda uma família, grande por sinal, vários irmãos e irmãs, e como essa relação além de complicada, pode ser muito frágil. Afinal, o que leva alguém a se afastar completamente da própria família? Esse tipo de rompimento tem conserto?

Uma família que passou a se odiar, pode voltar a se amar?

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Outro tema trazido pela filme é a solidão. Como cada pessoa lida com sua própria solidão, como seguir com a vida ao perceber que você é uma pessoa sozinha e não há nada que você possa fazer a respeito… a solidão de estar ao lado de uma pessoa que não se importa com você.

Acredite, isso tudo é tratado e MUITO bem tratado nesse filme sobre três pessoas em uma cabana no meio da neve.

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Percebeu que eu gosto desse filme né? Acho uma pena ele ser relativamente desconhecido no Brasil. Na minha opinião ele é um ótimo exemplo de cinema argentino, pois é um filme que não abre mão de seus temas complexos, mas é totalmente acessível, um suspense de roer as unhas e não conseguir conversar durante as cenas.

Some-se a isso também o fato de que, apesar do orçamento baixo (cerca de 4 milhões de dólares) não abre mão da qualidade técnica. Os cenários e fotografia do filme são lindos. As cenas, apesar de terem boa parte do cenário coberto de neve, nunca ficam chatos e sempre trazem a beleza da paisagem pra encher os olhos. Inclusive, a própria paisagem reflete muito sobre os próprios personagens, pensa nisso quando estiver assistindo, local isolado e frio, isso podem ser caraterísticas humanas também, não?

Enfim, fica aqui mais essa dica aqui de filme, que tem na Netflix ainda, pra quem tiver! E acredito que vale a pena darmos uma chance pros nossos hermanos aqui da América do Sul, pois no cinema eles mandam muito bem.

Os argentinos são um belo exemplo de produção cultural e cinematográfica de qualidade!

Segura esse trailer aqui:


Então a gente se vê por aqui no Luz, Câmera, Textão! Até a próxima e bom filme!

[ Serviço ]

  • “Neve Negra” (Nieve Negra), 2017 – Suspense/Drama, 87 minutos
  • Sinopse: Salvador (Ricardo Darín) vive isolado do mundo nas colinas geladas da Patagônia. Sozinho há décadas, ele recebe a inesperada visita do irmão Marcos (Leonardo Sbaraglia) e de sua namorada, Laura (Laia Costa). O objetivo dos dois é que Salvador aceite vender as terras que os irmãos receberam em herança, algo que ele não está nem um pouco disposto em fazer. (Fonte: Adoro Cinema)
  • Direção: Martín Hodara
  • Produção: Juan Pablo Buscarini, Axel Kuschevatzky e Pol Bossi
  • Elenco: Ricardo Darín, Leonardo Sbaraglia e Laia Costa
  • Lançamento: Junho/2017 (Brasil)
  • Disponibilidade na data da publicação desta resenha: Netflix

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