21 de junho de 2018

Raimundos - "Cantigas de Roda" (Disco da Semana #30)

Povo, há quanto tempo esperava um novo disco dos Raimundos, mas um disco de verdade, não um arremedo, e sou agraciado com essa pedrada!!!

20180621_raimundos

Em "Cantigas de Roda", temos o Raimundos que todos sentimos falta, de volta: as letras engraçadas, as misturas com forró/reggae/ska, os riffs metaleiros, o HC bruto, os backing vocals canalhas ... tá tudo aqui, do jeitim que todo mundo gosta.

Conseguiram fixar o melhor line-up da banda após a formação original. Digão até que enfim se achou como vocalista. Presença de palco, voz, empatia, além da guitarra absurda que toca (e que agora não é mais o seu foco principal). Canisso tá de volta, o que garante um baixo pra lá de pesado e bem executado (além do bom humor e "pedreiragem" da banda).

Marquim (que já está com os caras desde a saída do antigo vocalista), tá tocando mais do que nunca. De sua guitarra saem os belos riffs, solos cortantes, execução absurda e peso meu amigo, muito peso. O novato aqui é o batera Caio Cunha, e que bela surpresa, um legítimo batera de HC, o que engrandeceu (em qualidade e peso) o som dos caras.

O disco foi financiado por crowdfunding via Catarse e arrecadou mais do que o previsto. Essa "gordura" financeira possibilitou que a producão fosse caprichadíssima e feita em terras estadunidenses por Billie Graziadei do Biohazard (que também participa do disco em "Politcs"), ou seja, é baseado em um peso absurdo, mas com uma qualidade sonora digna de primeiro mundo. Valeu cada centavo.

O baixista Canisso descreveu o disco como sendo uma trilha sonora para rodinha, música de roda. De pogo, de violão, não importa. O disco não é só sobre farra, sarro e fuleiragem, entre as letras do disco, a primeira lançada, "Politics", fala sobre os protestos populares de 2013, um Raimundos mais consciente.

Falam também sobre os percalços e perrengues da estrada (principalmente para uma banda independente, como são hoje) em "Nó Suíno", com refrão pra ser cantado a plenos pulmões enquanto se arrebenta na roda de pogo. A parceria com Zenilton é retomada na sacana "Gato da Rosinha", típica faixa do início de carreira dos caras (cheia de duplo sentido) e não deixam de ser pop na bruta "Baculejo". Ou seja, tem Raimundos de todas as fases no mesmo disco.

Tive o prazer de vê-los ao vivo no Lollapalooza e me surpreendi com a qualidade e o peso dessas novas canções. O disco saiu em fevereiro de 2014, o Lolla foi em Junho, e todos que estavam curtindo o show dos caras já cantavam todas as novas canções da mesma maneira que as clássicas eram cantadas.

Pra um disco independente, um baita reconhecimento. O melhor disco dos caras em muuuuuito tempo. Parabéns Raimundos!

Pra escutar, clique aqui.

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