23 de março de 2017

O ócio nada criativo

Olá pessoas… Como estão?

Eu andava reclamando comigo mesmo que ultimamente não estava publicando textos mais intimistas e voltados aos meu dilemas pessoais e profissionais. Andava me queixando de que meus textos estava superficiais e com temas amenos.

É… talvez isso mude com este texto aqui. Vamos lá?

Ociosidade… muitos confundem com preguiça ou mesmo vagabundagem.

O ócio pode ser definido formalmente como a “cessação do trabalho”. E em sua definição formal há até mesmo uma referência com a “preguiça”. Em informática, dizemos que o processador está ocioso (idle) quando não está realizando nenhuma tarefa de processamento. Ele está ali, ligado e em funcionamento, mas não está efetivamente realizando alguma tarefa produtiva.

Nesta comparação tosca, podemos dizer que estar ocioso acaba conferindo um grau de improdutividade.

Ser ocioso é ser improdutivo?

Não é bem assim. Aliás, existe um livro que defende a ideia de que o ócio pode ser criativo… O livro, com o título “O Ócio criativo”, escrito por Domenico de Masi. Nele, o escritor defende que no atual estágio da sociedade (chamada por ele de pós-industrial) o homem não precisaria trabalhar tantas horas enfurnado em um escritório.

Com este tempo adicional, o homem poderia exercitar sua criatividade, libertando-se do modelo tradicional de trabalho de forma a atingir um nível de conhecimento geral sobre as coisas que possibilite a inovação.

Eu li o livro… e acreditei que ao otimizar meu tempo no trabalho, eu poderia ganhar tempo para exercitar o tal ócio criativo.

Mas o meu problema atual é algo mais simples… algo mais trivial.

Estou ocioso… tal qual um processador, tal qual uma fábrica sem funcionários. Não estou produzindo. Eu não sei exatamente o que está incomodando tanto meus colegas de repartição. O fato de eu ser ex-gerente. O fato de eu saber maneiras diferentes de fazer o serviço. Ou o fato de que as pessoas simplesmente não me querem por aqui.

Algo que definitivamente eu preciso trabalhar nesta vida é minha capacidade de relacionamento interpessoal. Eu sei que não sou a pessoa mais fácil do mundo para conviver. Tenho defeitos, manias, recalques. E sei que isso vem de longa data. Acho que desde os tempos do colégio.

Apesar disso, percebi que – com o tempo – eu consigo conquistar as pessoas. Não uma conquista absoluta e definitiva. Mas é fato que depois de passar muito tempo comigo, as pessoas finalmente percebem que não sou má pessoa nem mal caráter. As pessoas percebem (ou eu demonstro, sei lá…) que não sou um monstro.

Por conta deste período de adaptação extremamente variável nem sempre minha relação com o mundo é saudável. Some-se a isso o fato de que estou ficando bronco e ranzinza (assim como meu pai…) com o passar da idade. E isso faz com que as pessoas que não me conhecem se afastem.

O problema disto, pensando no meu ambiente profissional, é que com os anos você acaba criando uma espécie de reputação. No meu caso, má reputação. E é curioso observar como as pessoas fazem questão de perpetuar esta reputação, não importando a escola onde você trabalha.

Estou na minha escola atual há pouco mais de um mês, sendo que na prática não chega a ser tudo isso pois estive em férias por 15 dias. E o ambiente não está sendo dos mais favoráveis… Eu entendo perfeitamente que existem procedimentos distintos entre as escolas (leiam meu texto anterior). Mas entendo também que tenho quase 8 anos de experiência em secretaria escolar. Posso não estar familiarizado com a rotina da escola, mas sei como fazer uma transferência, uma matrícula, preencher um histórico… enfim, todas as rotinas de vida escolar e vida funcional.

Caramba… são 8 anos de prática. Eu sei fazer a porra do trabalho!

Mas o que encontrei aqui foi um clima de não pertencimento ao local. Percebi que perguntaram a meu respeito Eu tentei trazer meu conhecimento, mas as pessoas enxergaram isso como uma afronta ao conhecimento deles. De qualquer forma, ninguém também se interessou em demonstrar como são feitas as coisas por aqui.

Nisso tudo, o que me resta é observar… tento observar a rotina para “pescar” como são feitos os procedimentos e tentar me adequar ao local e às pessoas.

Mas o mal o já está feito…

E com isso, estou restrito à funções bem básica… meu dia consiste em ler o Diário Oficial e no final do mês transcrever o livro ponto para o mês seguinte. E no começo do mês, atualizar as fichas 100 após o pagamento.

Muita gente comemoraria por só ter que fazer isso…

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O problema é que o resto do tempo está sendo puro e absoluto ócio. E nada criativo. Acredite… ficar ocioso e não poder criar pode ser algo horrível também.

Bom… paciência… vida que segue.

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