17 de outubro de 2018

Plutão já foi planeta - "A última palavra feche a porta" (Disco da Semana #41)

Buenas,

Depois da pedrada da última resenha, resolvi que precisava desacelerar, saí da seara setentista e caí de cabeça no indiepop dos potiguares, e que acerto. Disco certo na hora certa.

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A banda “Plutão já foi planeta” existe desde 2013, mas tiveram uma projeção bastante grande em 2016, graças ao reality show da emissora dos Marinho, o "SuperStar" (mesmo programa que deu um boom na carreira de "Scalene" e "Supercombo"), que os rendeu um contrato com a "SLAP", selo da própria emissora e o lançamento de um segundo disco. E é desse segundo disco, que falaremos hoje.

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Nesse segundo disco, a banda mescla um caldeirão de referências para criar uma sonoridade esquisitamente bacana. Instrumentos inusitados (escaleta, pianos de brinquedo, ukulele) se unem a guitarras, violões, baixo e bateria para criar algumas das canções mais inspiradas das que tenho ouvido ultimamente. De um indie pop com pegada mais dançante, ao folk cheio de violões, mostra uma banda antenada e multifacetada, sem medo de arriscar.

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Há ecos de bandas atuais como "Of Monsters and Man" e de clássicas como "The Sundays", principalmente no que se refere ao vocal da Natália Noronha e na sensibilidade de suas interepretações.

Como todos os músicos praticamente tocam todos os instrumentos (exceto a bateria), nenhuma música tem a pegada igual a outra, elas se reinventam, e quando você acha que já conseguiu compreender um andamento, uma levada, na música seguinte eles mudam tudo e a sua compreensão parte do zero novamente, ou seja, são várias bandas em uma, o que é uma qualidade pra lá de bacana.

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Para criar essa identidade, contaram com a ajuda da produção de Gustavo Ruiz (vencedor do Latin Grammy de Melhor Álbum Pop em Língua Portuguesa com Dancê, da cantora Tulipa Ruiz) e de convidados pra lá de especiais: Liniker (em "Insone") e Maria Gadu (em "Duas").

Suas letras versam sobre amores, desamores, existencialismo e relações humanas de maneira delicada, mas sem soar pueril ou inocente, tudo aqui foi milimetricamente pensado para criar uma simbiose perfeita com o instrumental, o que faz a experiência de ouví-los ainda mais interessante. Esse é daqueles discos que te traz à tona as mais variadas emoções, te eleva o astral e te acalanta. Um disco complexamente simples e instigante, daqueles capazes de alegrar um dia cinza.

Aqui em casa já virou discoteca básica, e já rola uma ansiedade em vê-los ao vivo.

Quer entender? Ouve aqui.

Logo menos tem mais.

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