26 de abril de 2018

Pitty - "Sete Vidas" (Disco da Semana #22)

Buenas povo,
Desculpem o atraso, mas a correria tá demais. Prometo não atrasar tanto nas próximas.
20180426_pitty
Depois de um hiato de 4 anos sem material inédito, a baiana Pitty nos brinda em 2014 com um discaço. Diametralmente oposto ao seu projeto paralelo, o Agridoce, aqui o lance é bruto, é rock’n’roll na veia mesmo. Peso, distorção, guitarras, baixo pesado, batera agressiva e algumas surpresas especiais ao longo do processo, matam qualquer ranço de clichê do rock que pudesse haver nesse disco.
A banda que passou por reformulação, teve a adição do baixista Guilherme Almeida (o icônico Joe acabou saindo), o que deu um salto de qualidade no som do povo. Duda continua batendo pesado (tenho dó do seu kit de bateria), e Martin, é de longe um dos melhores guitarristas do rock brasileiro. Toca demais!!! Peso, agressividade, melodia e timbres fantásticos mostram o bom gosto e o apreço pelo instrumento e suas minúcias.
Produção e pós produção absurdamente bem feitas, timbragem cristalina, um puta trabalho. Ainda mais se levarmos em conta que o disco foi todo gravado ao vivo, com a banda na mesma sala, cara a cara, o que dificulta em muito o processo.
Além do instrumental sensacional, outro ponto alto nesse trabalho são as letras, falando de cotidiano, de relações humanas, de materialismo (como em "A massa"), de maneira direta, as vezes até sensualizando (mesmo que metaforicamente), como em "Pequena morte" e em "Um leão".
Alguns detalhes pouco usuais aparecem nesse novo trabalho, um saxofone poderoso no refrão da faixa-título, um piano, tocado pela própria Pitty em "Lado de lá", uma balada psicodélica. O disco encerra de maneira percussiva e inusitada, na balada hippie (com coro e tudo) com cara de hino "Serpente", onde ela fala sobre mudanças de maneira sutil.
Um trabalho completo, pesado, rico em sonoridades, com letras relevantes, que o tirou o rock brasileiro do estado de estagnação e "paumolecência" dos anos anteriores. Mais uma vez Pitty e sua banda dão a cara pra bater, mas se sobressaem, fazem o melhor disco de sua carreira até então, e se colocam no lugar que merecem estar, junto as principais bandas brasileiras de rock, senão a principal.
Quer ouvir? Clique aqui.
Logo menos tem mais.

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