29 de janeiro de 2018

Smashing Pumpkins - Siamese Dream (Disco da Semana #10)

Buenas,
Sabe aquele disco que transforma a sua vida e se torna o seu maior referencial, o seu disco de cabeceira? Então, vamos falar sobre o meu, hoje o cardápio do dia é um dos discos mais fantásticos e inspirados de todos os tempos, o indefectível, "Siamese Dream" do Smashing Pumpkins.

Ah! antes que vocês perguntem, por que esse disco mudou a  minha vida, ele foi o responsável por colocar uma pá de cal na minha vida de metaleiro (ouvi o disco, ainda em vinil até furar), fazendo com que eu abraçasse o chamado rock alternativo de vez. 

Com os Pumpkins encontrei tudo o que eu gostava anteriormente e além, suas letras faziam sentido pra um adolescente do alto de seus 16 anos. E sim, ainda considero "o disco" na minha discoteca básica, sua qualidade é atemporal!!!

Oriunda de Chicago e à época com sua formação original (a qual eu vi no Brasil em 1996 e ainda acho que foi um dos melhores shows da vida), o line-up da banda contava com o genial/esquizofrênico/egocêntrico Billy Corgan (voz anasalada e guitarras), James Iha (guitarras e backing vocal), a loiríssima Darcy Wretzky (baixo, backing e calças de couro) e o insano/multi-braços Jimmy Chamberlain (batera). Depois de um relativo sucesso para seu álbum de estreia, o pesado e soturno "Gish", Corgan e comparsas se entocaram no estúdio com o incrível (ainda não era visto assim à época) produtor Butch Vig que dois anos antes produzira um tal de "Nevermind" de uma tal banda chamada "Nirvana" para dar sequência aos trabalhos Pumpkianos.

O período de gravação foi muito difícil para a banda, pois o baterista Jimmy Chamberlin estava viciado em drogas e álcool. Isso afetava tanto a produção, que a banda optou por gravar o álbum longe de Chicago, pois assim Chamberlain teria maior dificuldade para alimentar seu vício. Billy Corgan estava sofrendo de uma profunda depressão na época, além do bloqueio criativo. Por isso, resolveu fazer sessões de terapia não só para ele, como também para os demais integrantes já que James Iha e D'arcy acabavam de romper um relacionamento e se desentendiam constantemente.

As consultas à terapeuta foram registradas em vídeo, e lançadas como material extra em "Vieuphoria" cerca de dois anos depois. Essas consultas tiveram conseqüências na inspiração de Billy Corgan para compor a maioria das letras de Siamese Dream, que falam sobre seu passado conturbado e suas diversas inseguranças. Dado o perfeccionismo de Billy Corgan, as sessões de gravação para Siamese Dream duravam cerca de 16 horas por dia, o que levou a banda a uma enorme exaustão e fez com que os quatro depositassem toda sua esperança no álbum. Caso este fracassasse, o futuro da banda estaria ameaçado.

Estas esperanças se concretizaram e Siamese Dream foi um álbum de muito sucesso dentro do rock alternativo, alcançando reconhecimento em âmbito internacional - inclusive alcançando boas posições dentro do mainstream - e projetando o Smashing Pumpkins como uma das bandas que chegaram para ficar. O resultado? A banda conseguiu a primeira nomeação para os Grammy Awards, na categoria "Best Alternative Music Album" e para "Best Hard Rock Performance with Vocal" no ano seguinte.
siamese dream

O álbum é de um bom gosto singular. Alterna momentos de puro esporro metaleiro (Geek USA e Silverfuck) com singelezas orquestradas (Disarm) e pérolas pop (Today) para ninguém botar defeito. Começa pesado e cheio de riffs quebrados com "Cherub Rock", e passeia por todas as variações de peso, melodia e arranjo por todo o álbum sem soar enjoativo e pedante. Se tivesse que escolher uma música para não iniciados, ficaria indeciso, mandaria ouvir o álbum todo, mas se perguntarem qual a minha predileta, responderia sem titubear: "Mayonaise".

Essa formação chegaria a gravar mais um álbum, o tão espetacular quanto "Mellon Collie & the Infinite Sadness" de 1995 e durante essa turnê de divulgação a banda sofrera um enorme baque pela morte por overdose do tecladista contratado para a turnê Johnatan Melvoin em uma festinha com o baterista Jimmy Chamberlain que após este episódio fora expulso da banda. Após a saída de Chamberlain ainda gravaram mais alguns discos, mas sem a mesma relevância mercadológica de antes e com diferentes formações, o que na minha modesta opinião, descaracterizou um pouco o som da banda, mesmo assim, todos eles são prediletos da casa, fica a dica.

A banda está na ativa até hoje e há rumores de que entrem em estúdio com sua formação original novamente. O ano de 2018 promete novidades, Corgan já vazou em seu instagram uma foto com 3/4 da banda em estúdio. Pelo visto, os ressentimentos cessaram, tomara.

Quanto a "Siamese Dream", é discografia obrigatória: ouça hoje, ouça amanhã, ouça sempre. Disco pra lá de essencial. Longa vida à Tio Chico  (Billy Corgan quando ficou careca, ficou idêntico ao personagem da Família Addams, por isso o apelido carinhoso) e suas abóboras amassadas. 

Se quiser ouvir esse discaço, clique aqui.


Fato curioso: Reza a lenda que a atual baixista (sem contar com a volta da formação original), Nicole Fiorentino, é uma das gêmeas da capa. Será? Tio Chico não confirmou, nem negou a informação (até onde me lembre).

Logo menos tem mais.

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