16 de janeiro de 2018

Medulla - Deus e o Átomo (Disco da Semana #8)

Buenas,

Se tem uma banda que ganhou Ibope comigo em 2017, essa banda foi o Medulla, principalmente pelo lançamento do último disco deles, o estupendo "Deus e o átomo". Eu sei que já tá tarde pra falar de um disco que saiu no segundo semestre de 2016, mas nunca é tarde pra se exaltar uma obra-prima, e é assim que vejo (na verdade ouço) esse discaço dos caras.

deuseoatomo
Evolução direta da coletânea de compactos "MVMT" que ajudou a banda a pavimentar esse belo caminho em busca da sua própria excelência.

Lançaram um disco conceitual sobre a dicotomia iluminista que tem Deus em um polo e a razão (o átomo, a ciência, o mundano) no outro e conseguiram fazer algo espetacular. Do bom gosto absurdo no convite aos convidados à produção/mix&master pra lá de caprichada do Toledo e Leonardo Ramos (da Supercombo) e Fernando Martinez.

Nessa empreitada (o primeiro disco cheio em muito tempo), os caras contam com as composições/vozes/violões dos irmãos Keops e Raony, com a guitarra monstruosa de Alex Vinicius e Tuti AC no baixo para pôr na praça 13 canções irretocáveis e tão díspares quanto o paradoxo que nomeia o disco.

O Medulla circula pelo rap, pelo folk e pelo rock com a segurança de quem sabe exatamente onde se quer chegar musicalmente.  Fizeram um disco tão bem feito que leva a dicotomia ao pé da letra até em sua sonoridade: da leveza de "Abraço" (com um solo de derreter corações de pedra do grande Martin Mendonça), a bruteza do hardcore em "Prosseguir", tudo é feito de maneira singular.

medulla
O caminho entre esses dois extremos nos revela uma variedade que poucas bandas podem nos fornecer e ainda manter a própria identidade, e isso o Medulla tem de sobra. As letras, cada vez mais, sintetizam as relações humanas, seus medos, anseios e percepções do mundo de maneira pra lá de direta, sem mimimi e fazem do Medulla, um dos melhores cronistas do nosso cotidiano.

Escolher só uma música pra representar essa nova fase, é impossível e injusto. Tudo aqui merece ser devorado e decorado pra se cantar a plenos pulmões (não vejo a hora de vê-los ao vivo com esse álbum) pelo maior número de pessoas possível. Só há uma maneira de se fazer justiça a esse discaço: ouça hoje, ouça amanhã, ouça sempre, e bem alto. Pra lá de obrigatório, fundamental.


Caso tenha interesse pelo álbum, ele pode ser adquirido através deste link.

Logo menos, tem mais.

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