3 de setembro de 2018

Cheguei aos 44 anos…

Alguns dizem que a vida começa aos 40… outros dizem que você nunca é velho demais para realizar seus sonhos. Existem também aqueles que desencantaram pelo mundo e acham que chegaram ao ponto em que começa a descida da ladeira…

Pessoalmente, parei de me preocupar com isso já tem um tempo.

20180903_44anos

Alguns acham piegas escrever sobre o próprio aniversário. Sim… hoje, 03 de setembro, é meu aniversário. E completo neste ano, 44 anos de idade. Nem tão velho, mas já não tão jovem.

Apesar de hoje eu estar um pouco saudosista a ponto de falar de meu aniversário, não é a primeira vez que escrevo sobre isso por aqui. Nem foram tantas vezes assim. Uma vez, escrevi sobre meus quarenta anos de idade. Depois, só fui escrever novamente aos 42 anos. Pelo visto, estou criando o hábito de escrever sobre meu aniversário a cada dois anos…

O que eu gostaria de fazer hoje? Pois então… não sei.

E eu explico: tenho três caminhos possíveis. O primeiro deles seria olhar para trás e fazer uma profunda reflexão sobre meus erros e acertos até este ponto da minha vida. Seria mais uma vez um grande blá blá blá sobre a perda da faculdade de medicina, o aprendizado na base da tentativa erro e assim por diante.

Eu acho que já fiz isso algumas vezes por aqui… e estou cansado disto.

O segundo caminho poderia ser o oposto do primeiro… olhar para a frente. Usar a experiência acumulada para conceber novas ideias e novos projetos. Um olhar para o futuro… o Ricardo do passado escrevendo para o Ricardo do futuro. Pensar em meus objetivos e metas, traçar estratégias e torcer para conseguir fazer tudo que planejei.

E eu acho que também já fiz isso algumas vezes por aqui… e isto também me cansou.

Em teoria, eu ainda teria uma terceira via… não fazer nada. Optar pelo status-quo e esperar os 45, 46, 47 e assim sucessivamente. Admito que é uma opção tentadora. Deixar de me culpar pelas cagadas do passado e deixar de me cobrar pelos acertos futuros. Parece que isso não me traria problemas.

Mas abster-me de alguma atitude nunca fez parte da minha personalidade. E o status-quo nunca é bom o suficiente para nós. Sempre fica a impressão de que está faltando algo?

Mas afinal, está faltando algo mesmo?

Não tenho absoluta certeza da minha resposta… tenho uma família: minha esposa e filha, meus pais, meus gatos e meu cachorro. Feliz ou não com o que faço, tenho um emprego. Também tenho um teto para morar. Não é exatamente como planejei, mas acomoda bem nossa família.

Também tenho a oportunidade de fazer algumas coisas que gosto. Posso ter minha coleção de Magic: The Gathering, posso fazer meus vídeos no YouTube, meu podcast “Um Papo Qualquer”. Posso expressar minha opinião em meus textos no blog (e também nas outras mídias).

As vezes fico pensando que sou um ingrato por aquilo que tenho de bom. As vezes fico pensando que sou um eterno descontente por não ter as coisas da forma que eu pensei.

Mas a verdade é que nestes 44 anos de vida, eu vivi… errei, acertei, aprendi, desaprendi, falhei, venci. Consegui algumas coisas que desejei, perdi outras que tinha, nunca consegui algumas que sonhei.

Mas acho que neste ponto que cheguei, penso que a vida é assim. Altos e baixos. Ontem pode ter sido bom ou ruim… Amanhã poderá ser melhor ou pior.

Antigamente eu tinha um hábito bem estranho (mesmo…). Um período antes do meu aniversário (uns três meses antes) eu não respondia sobre minha idade atual ao ser questionado sobre ela. Eu sempre respondia algo como “farei tantos anos em setembro”. Sempre esperei que o meu aniversário funcionaria como um ponto de virada. Uma quebra de paradigma… Uma mudança qualquer…

Mas a bem da verdade, acho que isso nunca ocorreu. Nem mesmo quando fiz 18 anos e achava que o mundo estaria mudando a partir daquele ponto.

E este ano eu não pensei nisso. Sinceramente eu praticamente me esqueci do meu aniversário. Deixei os dias passarem, sem me preocupar muito com o 3 de setembro…

E hoje o dia chegou… na verdade, comemorei com a família ontem. Fui à casa da minha mãe e meus pais me ofereceram um jantar. Minha esposa fez um bolo de chocolate com coco (meu preferido), minha filha me deu um papel rabiscado como presente de aniversário. Até meus sobrinhos apareceram para me dar parabéns. Contei histórias… ouvi outras… Dei risada, fiz as pessoas rirem. Minha mãe estava bem e feliz. Minha esposa estava bem e feliz. Mariana brincou e aprontou e sorria… feliz. Até meu pai, sempre meio carrancudo, contou histórias de seus aniversários e se divertiu também.

E quer saber? Foi legal…

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E pensar que no mesmo dia eu também subi no telhado para consertar uma caixa d’água e arrumei um chuveiro quebrado.

Acho que chegar aos 44 anos me trouxe isto: aprendi que devo apenas viver e aceitar o que vier… de bom e de ruim…  as vezes rir, chorar, lamentar por algo que não saiu como esperado, comemorar por algo que funcionou. Enfim… viver.

E ainda que eu não tenha me recuperado totalmente de minha depressão (e tenho a sensação que ainda estou longe desta recuperação plena), ontem eu tive um dia bom. Um dia legal.

Estou satisfeito por chegar aos 44 anos com tudo que ganhei e com tudo o que perdi. Precisava ser deste jeito…

Obrigado para você que chegou até aqui. Até nosso próximo encontro!

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