24 de setembro de 2018

As minhas ilusões

“Não abandone as suas ilusões. Sem elas, pode continuar a existir, mas deixará de viver.” (Mark Twain)

Nem sempre os dias são bons… nem sempre temos boas coisas para contar. Não é minha intenção contar coisas ruins com este texto. Mas considerando os dias complicados que estou tendo por aqui, acho que preciso desabafar as caraminholas em algum lugar…

Sendo assim…

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Os últimos dias não foram fáceis… continuo afastado do meu trabalho na escola, mas também não estou produzindo nenhum conteúdo por aqui… nem textos, nem vídeos, nem podcasts.

Estas coisas deveriam funcionar como uma terapia adicional para mim. Na verdade, por conta de todo este meu esforço criando textos informativos e/ou de opinião, vídeos, análises, reviews de produtos, além de visitas a eventos, eu passei a acreditar na ideia de que eu poderia me tornar um jornalista. Ou algo próximo a isso.

Esta ideia surgiu no lugar de outra… a de ser médico. No caso da medicina, estive um pouco mais perto. Afinal de contas, eu cheguei a cursar a faculdade. Entretanto, não fiz as coisas certas, deixei de levar a sério o que realmente era importante e como resultado, bom… não cheguei a me tornar médico.

Por um bom tempo eu alimentei o sonho de me tornar médico. Acreditei que poderia com o tempo reunir as condições necessárias para retornar e terminar minha história por lá.

Mas o tempo passou, a idade chegou e muitas mudanças de planos depois eu passei a ver tudo isto como uma ilusão. Percebi que aos 44 anos, casado, pai de uma garotinha e sem grandes reservas financeiras, não poderia levar o plano adiante. Seriam 6 anos de faculdade, sem contar o período para ingressar novamente. Seria exigir demais da minha família.

Neste meio tempo eu escrevi… comecei a escrever para de alguma forma expor minhas ideias e minhas opiniões. Muitas vezes eu misturava as opiniões com as reflexões e assim surgiram meus textos reflexivos e intimistas.

Mas entre uma reflexão e outra, havia espaço para opinar, pesquisar, informar. O fato é que o meu blog cresceu e se transformou naquilo que hoje é o UBQ. Para minha sorte, além dos meus textos, estão ali as ideias de outras pessoas. Suas opiniões e pitacos. E então, graças a pessoas como Michel Vieira, Júnior Ferreira, Carlos Aros, Miguel Forlin, Emerson Deienno e outros que já emprestaram um pouco de seu talento para o UBQ, eu criei uma espécie de portal de conteúdos. Certamente, o UBQ já não é mais tão somente um blog.

Contagiado por isso, e também pelo meu desejo de produzir conteúdo, resolvi lançar um canal no YouTube. Como toda resolução tomada sob empolgação, comecei a investir em equipamentos para gravação e assim já são mais de 130 vídeos. Consegui algum público em quase dois anos de produção e cheguei a quase 360 inscritos. Muito longe de grandes produtores, mas muito significativo para mim.

Pouco depois, veio o mundo dos podcasts… primeiro com o Podástico, depois com o Um Papo Qualquer. Acho que fiquei bom nisso. Os podcasts não são um sucesso de público, mas tem uma boa audiência. E o legal é que fazer podcasts me trouxe a oportunidade de conhecer pessoas bem legais.

Aliás, de todas as coisas que aconteceram nos últimos tempos, isto foi legal… conhecer pessoas.

Aí, vieram as entrevistas, os documentários, os jornalistas, o jornalismo.

E eu comecei a pensar seriamente nesta possibilidade. A possibilidade de ser jornalista. Mas não seria um caminho fácil. Uma nova faculdade seria pouco provável. Para adentrar neste mundo, eu deveria me aprofundar em pesquisa, em conteúdo, em criar novas coisas para este mundo chamado UBQ.

Mas as coisas não estão acontecendo. O UBQ a bem da verdade é apenas um site com bons textos. O meu canal de vídeos é apenas mais um canal de vlog com vídeos onde eu falo sobre minha vida, sobre minhas ideias e sobre minhas opiniões. Eu até consigo alguma visibilidade, mas tenho que ser realista… provavelmente não chegarei a ser maior que isso. E o podcast? Bom… continua ser divertido fazê-lo.

A verdade é que o que tem me faltado é falta de percepção do cenário em que minha vida está. Acho que estou percebendo algo que eu já deveria ter percebido a algum tempo… e acho que está na hora de deixar de lado toda esta confusão mental em que vivo. Deixar de lado todas estas ideias confusas que estão me impedindo de distinguir a aparência da realidade.

A verdade é que todas estas ideias… a medicina, o jornalismo, a ideia de ser um produtor de conteúdo… não passam de ilusões.

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E eu estou cansado de viver baseado em ilusões… a ilusão de que eu seria médico. A ilusão de que eu poderia ser jornalista. A ilusão de que eu sou um produtor de conteúdo.

Estou cansado…

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E por que estou escrevendo isso? Bom… por alguns dias eu pensei sinceramente em encerrar tudo… o blog, o canal de vídeos, o podcast. Deixar as ilusões de lado… cuidar da existência que tenho.

Mas tenho que concordar com Mark Twain… posso continuar a existir sem as minhas ilusões. Mas provavelmente não seria uma existência plena. Não seria uma vida.

Então, apesar de saber que muito provavelmente o UBQ e suas variações sejam apenas um capricho bem intencionado. Não vou mais me enganar quanto a isso. É um passatempo, um hobby, algo para me divertir e entreter.

Sendo assim, continuarei a fazer meus textos e a publicar aqueles que são gentilmente enviados para mim. Também continuarei com meus vídeos e a fazer meus podcasts.

Mas não viverei mais na ilusão de que sou um jornalista ou de que estou a caminho para me tornar um…

E também não viverei a ilusão de que eu posso me tornar médico.

Sou apenas isso… um cara bem intencionado que gosta de escrever, de gravar uns vídeos e também alguns podcasts. Vou manter as ilusões apenas para continuar a vida… A existência não precisa das ilusões… mas a vida precisa.

E isso tudo me fez pensar em outra frase de Mark Twain… “Os dois dias mais importantes da sua vida são: O dia em que você nasceu, e o dia em que você descobre o porquê”. O dia em que eu nasci é fácil.. 03 de setembro de 1974… o porquê estou aqui?

Bom… esta resposta ainda terá que esperar um pouco mais.


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