11 de fevereiro de 2017

Os livros que li… O Físico

Olá, como vocês estão?

Como foi antecipado no vídeo do canal publicado em 08/02/17, vou lançar uma série de textos que versam sobre livros que li durante minha vida. A ideia não é fazer uma resenha literária, tampouco um prefácio tardio.

O que quero é contar um pouco sobre a história de livros que julgo interessantes combinando com as sensações que aqueles livros me causaram. Como sou um consumidor ávido de livros, então tenho bastante material para trabalhar…

Eu também pretendo fazer algo parecido com filmes, mas ainda estou formatando a ideia…

Sem mais delongas, vamos lá…

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Ideia geral do livro

O Físico é um romance ambientado naquilo que os historiadores costumam definir como a Alta Idade Média. A história começa na Inglaterra, na cidade de Londres onde Rob J. Cole ainda criança perde sua família e sozinho no mundo vê-se obrigado a acompanhar um Barbeiro-Cirurgião (Henry Croft ou simplesmente “Barber”) em suas viagens pelo território britânico.

Acompanhando Henry como um aprendiz de barbeiro-cirurgião, Rob J. percebe que muitos dos tratamentos médicos aplicados por seu mentor são apenas paliativos (são ventosas, sangrias, amputações, curativos, entre outros tratamentos simples) e que ele realmente não consegue tratar seus “pacientes”. Suas inquietações aumentam quando ele – em suas viagens – cruza com um médico judeu que consegue tratar uma doença (catarata) que Barber não sabe como curar.

Com a morte de Barber e já barbeiro-cirurgião, Rob J. procura novamente este médico para que ele possa aprender com seus ensinamentos. No entanto, ele é repelido pelo médico judeu.

Em suas aventuras, o livro mostra Rob J. atravessando o continente europeu rumo Pérsia para que possa aprender medicina com o mítico Ibn Sina (Aviccena). E por meio de uma mudança fantástica, Rob se passa por judeu para conseguir realizar o seu sonho: ser um médico.

Claro que o livro também é um romance e existe uma história de fundo onde Rob J. encontra Mary Cullen, que viria se tornar sua esposa.

Além disso, Rob J. se envolve em problemas políticos durante sua estada Pérsia onde ele até mesmo torna-se amigo íntimo do Xá de Ispahan. Essa amizade o leva a um grande tormento no livro.

O livro termina com Rob J. retornando à Inglaterra e posteriormente viajando à Escócia (nos Highlands) onde pode finalmente viver seus dias como médico tratando de seus pacientes e criando sua família.

O que livro me trouxe?

Eu já li e reli algumas vezes este livro… não posso negar que ver Rob J. realizando seu sonho é algo muito gratificante para mim. A ideia de superar todas as adversidades unicamente contando com seu esforço e talento (olha o talento aí mais uma vez…) é fascinante para mim.

Além disso, o livro é muito bom… ele faz parte de uma trilogia (“O Físico”, “Xamã” e “A escolha da Dra. Cole”) e de longe é o melhor livro. Xamã também é sensacional… e o terceiro livro fica muito, mas muito longe da qualidade dos dois primeiros…

Em algumas passagens o livro me emociona… Ver Rob J. se sentir incapaz de curar um de seus pacientes… vê-lo desafiando crenças e tradições para tentar entender melhor o corpo humano. Perceber que ele vive aquilo… Fica claro que ele ama sua família, mas também ama ser médico (ou algo parecido com isso). Vê-lo superar problemas com idiomas (ele é obrigado a aprender persa, ídiche, francês e gaélico), conquistar tudo unicamente pelo seu MÉRITO.

Isso é transformador… para mim.

Em breve pretendo ler mais uma vez a aventura do jovem médico. Quem sabe eu encontre mais uma vez a inspiração necessária para retomar algumas coisas não é mesmo?

O que o livro me ensinou?

No aspecto prático, pude aprender muita coisa sobre a origem da medicina contemporânea. Noah Gordon não tem uma preocupação grande em ser preciso com fatos e datas históricas. Esta mistura de fatos, com a inclusão de algum realismo mágico (o tal “Dom” que alguns médicos manifestam), além é claro de uma história muito bem contada permite ver a medicina sem aquele rigor científico que permeia a prática médica atual.

Rob J. me ensinou que um problema, por mais instransponível que pareça ser pode ter uma solução. Nem sempre uma solução fácil ou tranquila, mas que se você se mantiver focado no problema, poderá solucionar todas as questões difíceis que surgirem.

Aprendi também que não existe mérito sem esforço e dedicação.

Aprendi também que medicina não pode ser apenas um desejo pelo que o título lhe traz…

Aprendi que todos deveríamos ser um pouco Robert J. Cole…

Curiosidades

Ok, a Wikipédia desencoraja seção de curiosidades… não estou nem aí…

  • O título original do livro é “The Physician” cuja tradução significa “O médico”. O tradutor do livro optou por traduzir como “O Físico” e muita gente acreditou tratar-se de erro grotesco. No entanto, na idade média, os médicos também eram conhecidos por “Físicos” (está no Houaiss). Então a tradução é correta, se pensarmos que se trata de um médico medieval.
  • O Xá de Ispahan e Aviccena existiram segundo documentação histórica existente. Entretanto, não existe nenhum registro de que ambos viveram na mesma época, nem mesmo que a cidade era dotada de um hospital (Maristan) tão evoluído para a época.
  • Eu sempre torci por uma adaptação para o cinema. Ela só surgiu em 2013 e sinceramente? Apesar da presença de Ben Kingsley no papel de Aviccena, o filme é ruim e deixa muito a desejar e não chega nem perto do brilhantismo do livro.
  • Caso você queira uma resenha jornalística sobre o filme, recomendo a leitura da publicação de Andreia Santana no Blog “Mar de histórias”.

Ficha técnica

O Físico (The Physician)
Noah Gordon
Editora Rocco (versões em papel e e-book)

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