20 de fevereiro de 2018

Weezer - "Pinkerton" (Disco da Semana #13)

Buenas,

Hoje, vamos falar de uma das bandas prediletas da casa, aqui, o indie encontra a nerdice, os nerds viraram cool, largaram a "ComicCon" e montaram uma das melhores bandas formadas na década de 90: o Weezer.

Banda capitaneada pelo eruditasso Rivers Cuomo, que no começo da banda estava cursando a clássica faculdade estadunidense de Harvard e resolveu juntar alguns amigos pra fazer um som, despretensioso. O "problema" é que o som era tão bom que chegou aos ouvidos da gravadora Geffen que logo os escalou para o seu seleto grupo de bandas ("Nirvana", "Sonic Youth", etc...). Quando lançaram o primeiro disco, o clássico "Blue Album", o nerd de carteirinha Cuomo, deu um tempo na faculdade para junto de seus asseclas, o guitarrista/vocalista Brian Bell, o batera e nerd master Pat Wilson e o baixista esquisitão Matt Sharp mudar a cara do dito "rock alternativo".

Antes do Weezer, víamos as bandas com visual largado, desleixo musical e uma atitude totalmente "foda-se", após a aparição dos caras, o cenário mudou, víamos um visual limpo, cabelinhos cortados, óculos e cara de bons moços, mas na sonoridade, um esmero na produção, guitarras altas e distorcidas, mas gravadas de maneira orgânica e limpa, batera econômica, baixo pesadão e letras, principalmente as letras que retratavam o conteúdo da massa estadunidense, que não eram os populares da "High School", eram a ralé, o povo que vivia às margens da galera "hypada". Enfim os "losers" tinham vez e o Weezer era seu porta-voz supremo.

Os caras estouraram e fizeram o mais improvável para uma banda que estava bombando, pararam as atividades temporariamente para que o nerd master Rivers Cuomo pudesse se formar. E é desse hiato que surge o mais clássico disco de sua discografia, o fantástico "Pinkerton", para muitos, o patinho feio da sua discografia (não pra mim). Feito entre provas, férias e teses de TCC, destoa do formato "power pop" do disco anterior. Foi recebido com certa frieza pela crítica no início, mas ao passar do tempo, caiu nas graças dos críticos, estando em várias listas de melhores álbuns de 1997.


O disco começa com algo improvável para o Weezer de então: teclados (um Moog bem maroto dá o ar da graça em toda a duração da primeira faixa, "Tired of Sex"). Depois dessa estranheza inicial (o que casou com o som dos caras maravilhosamente bem), vimos o Weezer na sua melhor forma: enxurradas de riffs de guitarras (muitas vezes baseados em bandas de metal farofa dos anos 80), cozinha pesada, concisa e econômica e a voz de quem canta para 3000 pessoas do mesmo jeito que canta tomando banho em casa.

Na sequência, vários clássicos com a cara da banda, "The Good Life" (que bem poderia ter saído no primeiro disco), "Across The Sea" com vocal em coro e "Pink Triangle" onde vemos até alguns violões. Cuomo canta sempre do ponto de vista do "loser", o cara que quer a garota popular mas ela nem sabe que ele existe ... Coisa de nerd mesmo.

A produção é caprichada, bem mais coeso do que o primeiro disco (horas de estúdio, experiência e personalidade), não sobra nada e não falta nada (como as vezes acho que alguns Moogs cairiam bem no primeiro disco), tudo está no lugar certo, até os falsetes metálicos do vocalista.

Em "Pinkerton", o Weezer soa maduro, o álbum é a confirmação e o estabelecimento de uma baita banda, a maldição do segundo disco passou longe desses caras (pra mim o melhor álbum dos caras até hoje). Agora os nerds saíram do High School e enfim conseguiram se formar na faculdade. Definir o disco em uma palavra: Amadurecimento (e no ótimo sentido).

Quer ouvir? Clique aqui.

Logo menos tem mais.

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