28 de setembro de 2017

Pequena história das redes sociais

Uma definição informal para uma rede social pode ser a seguinte: uma estrutura composta por pessoas ou organizações, conectadas por algum tipo de relação que compartilham valores e objetivos que podem ou não ser comuns a todos que participam da estrutura.

Perceba que, por esta definição, uma rede social não é exatamente uma estrutura tecnológica que existe exclusivamente na Internet.

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A missa de domingo, por exemplo, pode ser considerada uma rede social. Ali, você encontra pessoas em uma estrutura (igreja), conectada por algum tipo de relação (fé) que compartilham valores e objetivos (religião). As pessoas podem se relacionar, trocar informações, atualizar as pessoas daquela rede social, enfim, socializar-se.

Sem necessidade de logins, senhas, grupos, etc…

O advento da Internet trouxe o conceito de rede social para um estrutura virtual. Anteriormente, tivemos os BBS (gente… isto realmente é antigo) que nem precisava da estrutura da internet como conhecemos hoje. Aliás, foi graças à internet que conhecemos hoje que os BBS’s declinaram. Era um tipo de boletim eletrônico, voltado para a comunidade, onde as pessoas podiam postar textos e procurar por noticias que lhes interessavam.

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De novo aí, temos o conceito de rede social aplicado…

Com o surgimento de serviços como o Geocities (que hospedava páginas pessoais) tínhamos os primórdios de redes sociais na internet. Apesar de não existir interação entre os usuários, as páginas eram agrupadas de acordo com critérios de afinidade e localização.

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Além disso, os BBS’s deram origem a um protocolo de comunicação conhecido como IRC (Internet Relay Chat) que permitiam que as pessoas conversassem entre si pelo computador.

Apesar de não ser uma rede social formal, o IRC e seus clientes (como o famoso mIRC) impulsionaram o desenvolvimento de 2 ambientes que podem ser referidos também como redes sociais: as salas de chat (quem nunca entrou no bate-papo do UOL?) e os comunicadores instantâneos.

Creio que no Brasil, o ICQ (leia “I seek you”) foi o primeiro usado em grande escala. Curiosamente, a America On Line (que nunca vingou no Brasil) lançou um serviço semelhante (o AIM – AOL Instant Messenger) um ano após o lançamento do ICQ. E no ano seguinte, a AOL comprou a Mirabilis, dona do ICQ.

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Tempos depois, a Microsoft entraria nesta briga com o seu Microsoft Network Messenger (ou simplesmente MSN). A Microsoft até tentou mudar o nome para Windows Live Messenger. Mas é fato que até ser descontinuado em 2012, o serviço sempre foi conhecido como MSN.

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Até aqui eu falei dos “comunicadores instantâneos” que permitiam que você criasse grupos de amigos, classificando por interesses. Aí… alguém teve a ideia de criar um site onde as pessoas pudessem se relacionar por interesses próximos, mantendo contato virtualmente. Além disso, seria possível congregar estas pessoas em grupos mais ou menos definidos e auto moderados pelos participantes do site.

Se você se identificou com algo semelhante, então você entende onde quero chegar. Aqui no Brasil, em 2004 o Orkut trazia aos brasileiros o conceito de rede social.

Orkut

E o que mais chamava a atenção é que – inicialmente – você só seria aceito naquela rede social, caso fosse convidado. Sim… no início, só quem já estava dentro do Orkut podia convidar alguém de fora do Orkut. Tinha gente que vendia convite para a rede social.

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O Orkut virou uma grande febre no Brasil. Inclusive existiu até um ativismo forte de usuários de outras nacionalidades contra os brasileiros no Orkut. Aliás, parte da decadência do Orkut no exterior foi em parte culpa de nós brasileiros… que nunca aprendemos a respeitar o próximo. Leiam este artigo aqui e vocês entenderão.

Aliás, o Orkut tinha um rival a altura no exterior: o MySpace fez mais sucesso do que a rede criada pelo senhor Büyükkökten (se você não sabia, a rede se chamava “Orkut” em razão do seu criador… o Engenheiro de Software Orkut Büyükkökten; nem o Mark Zuckerberg teve esta cara de pau…). No Brasil, ela teve aparição discreta. Tempos depois, o serviço se tornou uma rede voltada para música e entretenimento.

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Finalmente as pessoas tinham de fato uma estrutura composta por pessoas ou organizações, conectadas por algum tipo de relação que compartilham valores e objetivos que podem ou não ser comuns a todos que participam da estrutura. As redes sociais se tornaram sinônimos de serviços na internet destinados a congregar pessoas com interesses comuns.

E creio que o Facebook tenha sido quem melhor soube aproveitar esta necessidade do ser humano de se socializar com outros semelhantes. Mesmo porque, é a única que conseguiu transformar a rede social em um negócio lucrativo de fato.

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Outras redes sociais surgiram com propósitos distintos: uma rede social de vídeos (o YouTube… que acabou se transformando em um serviço de mídia. Mas a princípio ele funcionaria como rede social. No entanto, lembre-se que ela se encaixa perfeitamente na definição de uma rede social), outras redes sociais para fotógrafos ou admiradores da fotografia (Flicker e Instagram), outra para mensagens curtas (Twitter), outra para relacionamentos (Tinder) e uma outra ainda para mensagens efêmeras que são deletadas após algum tempo (Snapchat).

Mais um (entre tantos que já comentei) fato curioso: de certa forma, estamos voltando ao tempo dos comunicadores instantâneos. Com o Whatsapp, Telegram, Facebook Menseger, Viber, entre outros, as pessoas estão preferindo criar seus grupos pessoais (afinal de contas, basta um número de celular para isso) do que ir até um site para criar um grupo e só então incluir as pessoas.

E não pense que estas são as únicas redes sociais por aí. Existem diversas iniciativas para o surgimento de novas redes. O próprio Orkut, após o encerramento de sua rede social, começou a desenvolver outra rede… a Hello!. Outra rede que causa algum barulho é a Ello, que da mesma forma que o Orkut, só aceita convidados em suas inscrições. Na Rússia, temos a VK como a mais popular (até mesmo mais do que o Facebook). O Google após encerrar o Orkut, lançou o Google. Na China, temos o QZone. E deve existir mais uma porção por aí…

Por fim, uma última curiosidade… eu comecei a escrever este texto como uma crítica a mudança de paradigma do Twitter com o aumento das mensagens para 280 caracteres. Aí comecei a pesquisar sobre a história das redes sociais e vi que o texto em si ficou enorme. Então, mudei o foco do texto e trouxe a vocês uma pequena história das redes sociais. Como saímos das BBS’s e chegamos ao Facebook e tantas outras redes sociais que temos por aí hoje.

Meu próximo texto, já tem assunto definido… O Twitter. Falarei mais sobre ele ali. A gente se vê.

Abraço!

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