3 de outubro de 2018

O problema chamado Jair Messias Bolsonaro

Antes de começarmos, quero deixar claro algo que deveria ser óbvio: este texto reflete a opinião política de uma pessoa. No caso, eu, Ricardo Marques. O fato de eu expressar aqui minhas opiniões não quer dizer que ela esteja acima de qualquer outra.

Além disso, o espaço é para o diálogo… a troca de ideias. Você em nenhum momento é obrigado a aceitar minha opinião. Mas é claro, deverá respeitá-la. Assim, como eu respeitarei a sua, mesmo divergente da minha.

Se você concorda com estes termos, então vamos prosseguir.

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Pois é… o outro extremo da corda. Se de um lado temos o projeto de poder baseado em favorecimento dos companheiros de partido e corrupção desmedida, aqui temos a irresponsabilidade do radicalismo extremista.

A candidatura de Jair Bolsonaro preocupa por vários motivos… em primeiro lugar, temos aqui o culto a pessoa. O salvador da pátria… aquele que está acima do bem e do mal. Que tem a resposta para todas as questões e trará a prosperidade necessária ao Brasil.

Já vimos este filme antes… vimos com Fernando Collor em 1989, vimos com Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. E em ambos os casos, sabemos muito bem o quão desastroso foi eleger um Messias (com o perdão do trocadilho).

Além disso, Jair Bolsonaro não é conhecido no cenário político por sua capacidade administrativa e qualidades políticas. Pelo contrário… temos um cidadão que é parlamentar há quase 30 anos e que teve poucas realizações nas legislaturas que atuou.

Também não tem uma ideologia política claramente definida… já pertenceu aos quadros do PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL (partido atual). Se você observar a trajetória de algumas destas legendas, verá que suas ideias e objetivos são em alguns pontos conflitantes. Fica a impressão que o tal Jair apenas pula de legenda em legenda de modo a adequar suas aspirações políticas. Inclusive havia a expectativa de uma nova troca de legenda… ele entrou em conversações com o Patriotas, mas as tratativas não foram adiante.

No entanto, Jair é conhecido pelas suas polêmicas e posições extremistas. Suas relações para com as minorias ou grupos ideológicos diferentes são agressivas e por vezes desrespeitosas. Teve problemas com simpatizantes LGBT, grupos feministas, ruralistas, entre outros grupos. Por diversas vezes já expressou opiniões misóginas, sexistas e homofóbicas.

Considerando o conjunto da obra - um político que não respeita minorias e o diálogo, um político de pouca articulação apesar de tantos anos na vida legislativa, um político que não tem uma ideologia política definida e pauta seus discursos com ideias extremistas e que muitas vezes são consideradas simpáticas a ditadura militar – temos uma bomba relógio. Algo demasiadamente imprevisível.

Fica difícil não se preocupar com tudo isso.

Bolsonaro ganhou notoriedade por seu discurso populista, incitando de modo até mesmo irracional a revolta ao estado atual de coisas. Ok… concordo… o país tá uma merda. Nossa política está uma bosta. A classe política está desgastada em meio a tantas denúncias de corrupção e descaminho. Bolsonaro aproveitou todo este cenário, juntamente com o desencanto da população para se apresentar como a nova via.

De novo, um messias (com o perdão do trocadilho) que se apresenta acima do bem e do mal, com a solução para tudo que está aí de errado.

Não existe isso. E ao que parece, o brasileiro não aprendeu com sua própria história… Vargas, Jânio, Collor, Lula… Bolsonaro… todos se apresentando como a solução de todos os males, acima do bem e do mal.

Um verdadeiro perigo.

Em tempo… enquanto eu preparava este texto, tive acesso a uma reflexão proposta por Luciano Pires (escritor, palestrante motivacional e podcaster, além de ser responsável pelo site Café Brasil). Em um textão do Facebook ele fez um panorama geral da votação. Em sua argumentação, ele explica a razão de ter mudado seu voto (antes ele declarou votar em João Amoedo do Partido Novo) para Jair Bolsonaro.

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Eu recomendo muito a leitura do texto. Mesmo…

Ainda que eu não concorde com as ideias do Luciano Pires sobre o Bolsonaro, devo admitir que seus argumentos são lúcidos. Acho uma reflexão muito válida e pode ajudar você a definir seu voto. Mais uma vez, recomendo a leitura.

2 de outubro de 2018

O problema chamado Luiz Inácio Lula da Silva

Antes de começarmos, quero deixar claro algo que deveria ser óbvio: este texto reflete a opinião política de uma pessoa. No caso, eu, Ricardo Marques. O fato de eu expressar aqui minhas opiniões não quer dizer que ela esteja acima de qualquer outra.

Além disso, o espaço é para o diálogo… a troca de ideias. Você em nenhum momento é obrigado a aceitar minha opinião. Mas é claro, deverá respeitá-la. Assim, como eu respeitarei a sua, mesmo divergente da minha.

Se você concorda com estes termos, então vamos prosseguir.

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Estamos às vésperas do 1º turno das eleições 2018. E com a proximidade do dia da eleição, ao que parece teremos duas vertentes políticas, aparentemente opostas, dominando o cenário da eleição presidencial.

Aliás, o cenário político brasileiro, independentemente de qualquer viés partidário, está um tanto turbulento. Com a queda do governo petista, surgiu um governo intermediário marcado mais pelo oportunismo partidário do que pelas convicções políticas.

Eu sou um severo crítico dos governos de Luiz Inácio e Dilma Rousseff. Também sou crítico do governo Temer, que nada mais é do que um arremedo provisório até que um novo governo se instale.

E é justamente aí que surge o problema… se as pesquisas se confirmarem nas urnas, teremos duas possibilidades pouco desejáveis para o Brasil. Deixarei para falar do problema chamado Jair Messias Bolsonaro em outro texto… hoje falarei do outro problema. O problema chamado Luiz Inácio Lula da Silva.

Alguns fatos importantes:

  1. O governo de Lula tentou ser marcado como um governo que trouxe igualdade social. Propagou-se a tese de que após sua ascensão ao governo, o pobre era agora menos pobre;
  2. Apesar de alguns avanços na área social, existiram retrocessos em áreas estratégicas como economia, educação e segurança:
    1. sucateamento das universidades federais com o aumento indiscriminado de vagas;
    2. inchaço da máquina estatal, com o aumento de cargos públicos e estatais, algumas delas inúteis ou sem uma clara definição de objetivos (vide aí a EPL, Empresa Brasileira de Planejamento Logístico);
    3. aumento do endividamento público, com gastos indiscriminados com o funcionalismo (entre gratificações, cargos comissionados, financiamento da dívida pública e absorção do prejuízo de estatais como a Petrobrás);
    4. ruína do pacto federativo, com uma política tributária lesiva aos estados mais produtivos e sem um desenvolvimento real dos estados mais carentes;
    5. “quebra” da educação básica, com a inexistência de um projeto sólido para a formação docente de qualidade (e proliferação indiscriminada de cursos superiores na área da educação sem uma qualidade mínima), contribuindo para o surgimento de um fenômeno triste… a criação de uma geração de analfabetos funcionais;
    6. vou incluir aqui também a desastrosa política externa, onde países como Cuba e Venezuela passaram a contar com apoio político e econômico do governo brasileiro,
  3. O governo de Lula foi marcado por graves denúncias de corrupção passiva e ativa. Ao que parece, o PT trabalhou intensamente para beneficiar os apoiadores de sua base política e criou um projeto baseado na manutenção do poder à custa da partidarização das estatais, que funcionaram como grande moeda de troca no jogo político. Os cargos em empresas estratégicas - como por exemplo a Petrobrás – foram utilizados para satisfazer aliados e dirigentes.
  4. O governo Lula também deu origem ao interessante fenômeno de partidarização do poder Judiciário, onde nomes ligados ao PT foram alçados à condição de ministros do Supremo Tribunal Federal.

A política adotada pelo PT mostrou-se no longo prazo desastrosa para o Brasil. O endividamento da sociedade, a crise de produção, o inchaço e ineficiência da máquina estatal trouxeram grandes problemas políticos e econômicos para o Brasil.

A ideia de um governo assistencialista que por meio de bolsas, cotas e programas sociais que apenas criou uma aparente igualdade econômica e social. Andar de avião e financiar carro novo não deveriam ser parâmetros para definir o que é ou não é pobreza.

E nesta altura do campeonato, o senhor Luiz Inácio já havia conseguido fazer sua sucessora. Dona Dilma assumiria o país e em meio a decisões desastrosas criou um cenário de instabilidade, corrupção e de completo descaminho.

Mas ao longo de todo o processo… Lula estava ali, aparentemente acima de tudo e todos. Até que denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro começaram a sujar o seu aparente legado de conquistas sociais. As denúncias tomaram corpo até que finalmente atingiram o seu grande mentor.

E isso deu origem a situações vexatórias… como a nomeação de Luiz Inácio para um ministério com o único objetivo de conferir a ele foro privilegiado na tentativa desesperada de fugir do julgamento por seus crimes de corrupção, ou então por suas vergonhosas declarações durante os inquéritos da operação Lava-jato, onde até mesmo sua falecida esposa se tornou protagonista do episódio do triplex.

E podemos ainda lembrar da forma como ele transformou em um grande teatro a ocasião de sua prisão, por conta de sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Por fim, ele e seu partido ainda tiveram a ousadia de lançar uma candidatura à presidência da república, com o cidadão Luiz Inácio já condenado e enquadrado na lei conhecida como “Ficha Limpa”.

Lula transformou todo o processo eleitoral em uma grande piada. Ao lançar-se candidato, mesmo sabendo de suas condições que o tornavam inelegível, riu do ordenamento jurídico e se colocou acima da lei.

E agora, como que em uma atitude de desdém e desrespeito à inteligência do povo brasileiro, criou uma candidatura de fachada com Fernando Haddad, onde é ele (Lula) quem dá as cartas. É ele (Lula) quem define o que pode e o que não pode. Uma eminência parda. Aquele que realmente deterá o poder e fará de tudo para perpetuar-se nele, beneficiando amigos e correligionários… os chamados “companheiros” do partido.

O torneiro mecânico de São Bernardo poderia ter usado toda sua trajetória para entrar na história como um dos políticos que levou o povo ao governo. Mas o que ele fez foi levar apenas o PT e toda sua corrupção para o poder.

Lula é um grande problema brasileiro… pois mesmo com sua prisão, ele mantém o poder sob o pretexto de ser o governante do povo. Se eleito (afinal, o candidato é ele… e não o fantoche do Haddad), continuará com sua política assistencialista jogando migalhas e oferecendo a oportunidade para que o brasileiro esteja sempre endividado, mas que possa andar de avião e que possa financiar o seu carro.

Teremos analfabetos funcionais, vivendo na ilusão de que melhorou de vida porque agora tem conta em banco, porque agora tem um diploma universitário emitido por tantas FAPONES (faculdades de porra nenhuma) que dominaram o cenário da educação superior.

Mas como a história mostra, teremos um povo satisfeito por ter o seu pão e circo. Mesmo que isto custe o futuro do país…

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