Olá meus queridos! Eu sou o Thiago Lepre, um dos novos colunistas aqui desse blog xuxu que é o Um Blog Qualquer, ou UBQ para os mais íntimos!
Meus textos irão normalmente falar sobre cinema, toda quinta feira. Mas não se preocupe, não vou vir aqui pra falar sobre lançamentos, filmes da semana e qual filme está ganhando mais dinheiro que o outro. A ideia aqui é trazer bons filmes pra indicar, filmes horríveis pra evitar e aqueles filmes que são tão horríveis que você PRECISA ver! Sem preconceito de época, preto e branco, estrangeiro, nacional, nada disso, a ideia é apreciar o cinema em todas as suas formas. Estão prontos?
Vamos começar essa primeira coluna falando de um filme um pouco menor, nada blockbuster ou filme que faturou bilhões de dólares, mas que ainda assim tem muito a dizer, nosso primeiro filme é "Você Nunca Esteve Realmente Aqui", estrelando o Joaquin Phoenix, dirigido e roteirizado pela Lynne Ramsay, mesma diretora de "Precisamos Falar Sobre Kevin", de 2011.
Esse filme conta a história de Joe, uma pessoa bem peculiar, ex-veterano do exército, ele ganha a vida encontrando pessoas e "resolvendo problemas" (um belo eufemismo pra espancar pessoas até que elas deixem de ser problemas). Ele é uma pessoa muito reservada e a única pessoa com quem ele tem contato verdadeiro é sua mãe, que aparentemente tem alguma forma de demência senil ou mal de Alzheimer e não faz a menor ideia do trabalho do filho ou dos riscos a que ele se expõe. Tudo muda na vida de Joe quando ele recebe um pedido de um cliente, para encontrar e recuperar a filha de um político, que aparentemente foi sequestrada por uma quadrilha que quer usar a menina como escrava sexual.
Percebe-se por essa sinopse que não é exatamente aquele filme feliz, cheio de alegria, sol brilhando, cachorrinhos pulando e tudo mais. "Você Nunca Esteve Realmente Aqui" quer te jogar na lama e te expor a maldade do mundo de frente, junto também com todos os problemas e dificuldades que o Joe sofre, sejam esses problemas a solidão, depressão ou a dificuldade de um soldado que viu coisas horríveis de se readequar à sociedade.
Sem entregar muito da trama, nós acompanhamos o Joe em uma jornada de violência impressionante, em que ele usa a violência, sua maior e talvez única ferramenta, pra encontrar a menina. Mas claro, não é algo tão simples assim resolver essa questão, afinal, estamos lidando com a filha de um político em exercício e uma quadrilha de exploração sexual de crianças que consegue operar de forma organizada, ou seja, há forças muito maiores em ação nessa trama, muito maiores do que um veterano traumatizado que não tem medo de matar usando as próprias mãos e apanhar MUITO enquanto faz isso.
Dito isso, o filme apesar de exibir a violência muito bem, sem câmeras tremendo nem coreografias muito exageradas, passando muita realidade em cada luta, ele ainda tem alguns problemas que valem a pena ser apontados:
- Alguns problemas surgem e desaparecem com muita facilidade na trama, o que não te dá tempo suficiente nem pra processar exatamente o que está acontecendo na história, você apenas percebe que surgiu algum problema que foi resolvido e a trama segue em frente. Esse não é um ponto que vai estragar o filme, de forma alguma, mas ele impede que você se conecte mais ainda com a trama, fazendo você esquecer de boa parte dela algum tempo depois. Eu mesmo estou aqui escrevendo esse artigo com um sumário do filme aberto, justamente pra me lembrar dos passos que o Joe toma pra concluir a trama.
- O relacionamento entre o Joe e alguns personagens, cresce e se desenvolve de forma igualmente rápida, não há muita resistência nesse relacionamento, nenhuma dificuldade ou obstáculo, o que é bem estranho considerando a situação em que o Joe surge na vida dessas pessoas.
- O filme parece que precisava de mais algum tempo de duração pra desenvolver melhor sua própria história e seus personagens, algumas coisas ficam rasas demais, quando alguma profundidade e mais tempo trabalhando aquele personagem e os problemas dele trariam você pra mais perto, você sentiria o impacto da história com muito mais força.
Esses são os defeitos do filme, na minha opinião, mas ele ainda assim vale bastante a pena ser visto, é um filme bem diferente, quase como um filme noir moderno e MUITO triste. O filme noir é um estilo de cinema que invariavelmente apresenta um detetive ou algum personagem com um objetivo relativamente simples, mas que acaba sendo muito mais profundo e perigoso do que o protagonista poderia antecipar. A jornada do Joe é difícil, complicada e muito triste, mas é um personagem que vai te gerar compaixão e te faz perceber que ele não faz o que faz por gosto ou prazer, ele não se comporta como um psicopata, mas sim como alguém que foi treinado pra ser violento e executar pessoas sem pensar naquilo, é o que ele sabe fazer, não o que ele gosta de fazer.
Enfim, fica aqui essa recomendação de um filme violento, triste, bem dirigido e diferente do que costumamos ver, nada de desligar o cérebro aqui e só deixar o filme te atingir, você precisa estar realmente aqui pra curtir esse filme!
Confira a seguir o trailer do vídeo:
Espero que tenha gostado desse singelo texto e a partir de agora vamos nos ver regularmente, pra encontrar todas as colunas, dicas e bobagens que eu publicar aqui no UBQ, é só acompanhar as hashtags #umfilmequalquer e #luzcameratextao
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