Buenas!
Sei que serei achincalhado pelos meus amigos mais das antigas, mas esse disco não poderia deixar de ser resenhado. Preconceitos à parte, bora lá, o disco é bom pacas.
Confesso que se tivesse que escrever essa resenha há alguns anos atrás, não a teria feito. Sempre tive um ranço (besta, diga-se de passagem) sobre a Fresno, banda na qual Tavares (o Esteban) tocava anteriormente. Até que "Porto Alegre", uma composição do próprio pra sua ex banda, fez eu mudar toda a visão que tinha sobre a banda.
A partir daí, fui atrás desse primeiro trabalho solo, e já na primeira audição, aquele baque: Caraca!!! Que disco é esse? O álbum todo gira em torno de um relacionamento que não rolou, e a fossa aqui é uma mola propulsora pra uma coleção de belas canções.
Extremamente bem executado/produzido (no estúdio, o próprio Tavares toca a todos os instrumentos e assina a produção), soa melancólico sem ser piegas. Nota-se uma carga emocional absurda em cada acorde. De sonoridade bem simples, mostra um grande músico usando recursos inesperados.
Cozinha segura e econômica faz a cama pra que o piano e a voz sobressaiam. Ainda há espaço pra um violão e uma guitarra que aparece de maneira esparsa e pros metais que aparecem eventualmente. O destaque instrumental, o grande solista desse disco é o acordeon, sim, o acordeon que aparece em todas as faixas sem soar regionalista, mas trazendo a tona a tradição gaúcha que flerta com o tango.
Junto a essa riqueza instrumental, as letras de forte cunho pessoal, são simples, sem serem pueris e mostram a dor de um cara que não tem o amor correspondido. O grande destaque, é a sinceridade das letras. O que poderia soar como fraqueza, mostra a força que o álbum tem e nos faz chegar a conclusão de que nada é melhor que uma boa dor de cotovelo pra se compor um disco inesquecível.
Tavares mostra descaradamente nessas doze músicas o seu amadurecimento como músico que exorciza seus demônios e faz disso um grande álbum, saindo definitivamente da sombra de sua ex-banda. Tente ouvir "Canal 12" e "Sophia" sem repetí-las uma única vez, impossível.
Surpreendente e essencial. Ouça… Muito!
Pra ouvir, clique aqui!
Logo menos tem mais.
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