16 de julho de 2018

Uma Copa Qualquer: o dia seguinte…

E hoje é um dia estranho… é o dia seguinte ao final da festa… a copa acabou. A França conquistou seu bicampeonato e voltamos à realidade dos campeonatos nacionais e continentais.

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Hoje eu acordei como em qualquer outro dia… Mas hoje rola aquela sensação de vazio… de que não teremos futebol. É um engano… quarta-feira meu Corinthians volta a campo em jogo válido pelo Brasileirão 2018. Pega o Botafogo.

Mas não é de futebol que irei falar hoje… ao longo desta copa do mundo, o UBQ publicou textos, vídeos e podcasts sobre esta que foi uma grande copa. E para usar o bordão tão amassado nestes últimos dias, vimos uma nova ordem do futebol.

E atento a tudo isso, pude fazer parte desta história, com resenhas sobre os dias de jogos… para cada dia de jogo, uma resenha. Para alguns dias, até mais de um texto. A ideia era contar a história de cada jogo e incluir uma breve análise sobre os jogos e os participantes.

Escrevi sobre a queda precoce da Alemanha… sobre o triunfo do México (que se manteve fiel à sua mais nobre tradição de perder como sempre). Escrevi sobre o esforço australiano em buscar algo além da fase de grupos. A agonia da Argentina para encontrar seu futebol.

Escrevi sobre as molecagens do Neymar, sobre as limitações do Brasil. Sobre como Tite merece uma nova chance.

Critiquei jogos ruins (como foi o jogo entre França e Dinamarca), exaltei os bons jogos (Alemanha e Suécia será lembrado nos anos seguintes) e fiz desta copa – uma copa qualquer – a copa em que o UBQ cresceu. Cresceu e se transformou… São 40 textos, entre resenhas e crônicas. Aliás, como não agradecer ao meu grande amigo Michel Vieira… que emprestou seu talento ao UBQ e publicou crônicas sensacionais para esta cobertura?

Além dos textos, vieram os podcasts. Você pode não acreditar, mas eu gravei podcast em todos os dias de jogos… eu só não os publiquei. E não o fiz, por uma razão simples. Falta de tempo… impossível conciliar a produção de conteúdo com a edição.

Mas ainda assim, alguns saíram. E vai sair mais um… que nada mais é do que o fechamento do trabalho.

E agora… neste fechamento, acho bacana também fazer um fechamento da copa. Contar as estatísticas… as curiosidades. Enfim… encerrar esta copa. E o fechamento será isso: texto, áudio e vídeo.

E para este levantamento, eu contei com a ajuda do artigo publicado na Folha de São Paulo e também dos dados disponíveis no site da FIFA.

Então… vamos aos números!

[ A briga entre Europa e América do Sul ]

Em 21 copas do mundo, a Europa domina o cenário de conquistas… E virada aconteceu em 2006… São 12 títulos para times europeus: 1934 (Itália), 1938 (Itália), 1954 (Alemanha), 1966 (Inglaterra), 1974 (Alemanha), 1982 (Itália), 1990 (Alemanha), 1998 (França), 2006 (Itália), 2010 (Espanha), 2014 (Alemanha) e 2018 (França).

Para os sul-americanos, temos 9 conquistas: 1930 (Uruguai), 1950 (Uruguai), 1958 (Brasil), 1962 (Brasil), 1970 (Brasil), 1978 (Argentina), 1986 (Argentina), 1994 (Brasil) e 2002 (Brasil).

No clubinho privé dos campeões mundiais, nada mudou, exceto o fato de que agora a França ostenta duas estrelas: Brasil (5), Alemanha (4), Itália (4), Argentina (2), França (2), Uruguai (2), Espanha (1) e Inglaterra (1).

Comparando-se com as últimas copas, a média de público caiu um pouco. Mas ainda assim, mantém respeitáveis 47,6 mil espectadores por jogo (média).

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Apesar de menos público, os estádios ficaram mais cheios em média… a ocupação média chegou a 98,8%.

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Quanto a este último número, tenho lá minhas dúvidas… muitos ingressos são vendidos/doados/cedidos a patrocinadores. E nem todos eles são utilizados. Além disso, teve jogo nesta copa com clarões visíveis nas arquibancadas. Eu realmente gostaria de saber como a FIFA faz a métrica deste parâmetro.

Pensando em gols… aí está um número que vem caindo sistematicamente. Um total de 169 gols. A média de gols ficou em 2,6 por partida. Também… com a porção de placares 1-0 que tivemos (foram 15, se não me engano).

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Ainda falando dos gols, esse fenômeno estranho que leva o time à vitória, 12 deles foram marcados contra. Um número bem alto comparando-se com a sequência histórica…

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Mas o grande argumento da “copa da bola parada” não se sustenta quando observamos os resultados das copas anteriores… e vamos levar em consideração apenas as copas que contaram com 32 equipes. Ou seja, 64 jogos tal como esta de 2018, que permite uma comparação mais justa.

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Observando os anos anteriores, a Copa de 1998 deveria levar o troféu de “A Copa da Bola Parada”. A copa de 2006 levaria a medalha de prata neste quesito e 2018 ficaria com o bronze…

Agora, em pênaltis, não teve para ninguém… foram 22 convertidos nesta copa (de um total de 29). Mérito do VAR que ajudou a arbitragem. E aqui uma ressalva importante… o VAR é sim uma ótima aquisição. Mas como eu disse há um tempo atrás, desde que tenhamos uma boa arbitragem em campo. Se o juiz for bom, o VAR é um grande auxílio. Se o juiz é ruim… então temos uma terrível muleta.

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E um efeito colateral do VAR é o aumento considerável dos acréscimos…. contando todos os jogos, tivemos aí 395 minutos a mais de bola rolando, além do chamado tempo regulamentar.

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E falando um pouco dos times… temos a Bélgica como o time que mais marcou gols… 16 no total. França e Croácia empatam com 14 gols e a Inglaterra fecha a lista com 12 gols. Acho que não é coincidência que os quatro maiores marcadores são justamente os quatro finalistas. O Brasil ficou com a 6ª melhor marca, com 8 gols marcados.

O artilheiro da copa foi Harry Kane, com 6 gols. Ele foi seguido por Antoine Griezmann e Romelu Lukaku, com 4 gols cada… Os melhores brasileiros neste quesito foram Philippe Coutinho e Neymar, com 2 gols cada um.

Outro dado interessante é que posse de bola e qualidade do passe não são critérios para indicar os melhores do mundial. A Espanha dominou estes quesitos (média de 68,5% de posse de bola e 91% na qualidade do passe). Caiu nas Oitavas-de-Final. A título de comparação, a França teve números – digamos – regulares (47,8% na posse de bola e 82,3% na qualidade do passe).

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Também não foi uma copa (tão) violenta. No total, tivemos 1732 faltas (média de 27,1 por jogo). Foram distribuídos 219 cartões amarelos e apenas 4 cartões vermelhos (sendo que apenas 2 foram mostrados diretamente). Rebic (CRO) com 21 faltas, Golovin (RUS) com 16 faltas e Mascherano (ARG) com 15 faltas formam o pódio dos mais faltosos.

E sabem quem apanhou mais? Bom… o moleque Neymar foi o segundo lugar, com 26 faltas sofridas. O mais surrado foi Hazard (BEL) com 28 faltas sofridas. Completa o trio Rakitic (CRO) com 20 faltas sofridas.

O jogador mais amarelado foi Larsson (SUE) com três cartões. Sanchez (COL) e LAN (SUI) foram os expulsos de campo com cartão vermelho direto.

E o goleiro mais acionado? Bom, o troféu vai para Courtois, com 27 defesas.

E também temos as premiações… tanto para jogadores como para as seleções.

  • Bola de Ouro (melhor jogador): Luka Modric (CRO)
  • Chuteira de Ouro (artilheiro): Harry Lane (ING)
  • Luva de Ouro (goleiro): Thibaut Courtois (BEL)
  • Revelação da Copa: Kylian Mbappé (FRA)
  • Fair Play: Espanha

Financeiramente, as confederações são premiadas em dinheiro. Cabe a elas decidirem como farão a divisão do prêmio. A FIFA premiará entre as seleções participantes cerca de US$ 400 milhões de dólares. A França como campeã fatura o prêmio de US$ 38 milhões. A Croácia embolsará US$ 28 milhões. Bélgica receberá US$ 24 milhões e a Inglaterra receberá US$ 22 milhões. Além disso, haverá premiação para os outros times, de acordo com sua colocação na copa:

  • 5º ao 8º colocados: US$ 16 milhões
  • 9º ao 16º colocados: US$ 12 milhões
  • 17º ao 32º colocados: US$ 8 milhões

Além disso, cada seleção receberão US$ 1,5 milhão pela participação na copa. Se somarmos tudo chegamos a um valor alto… Quase meio bilhão de dólares. Devemos lembrar que, apesar das cifras astronômicas, a FIFA estima um lucro aproximado na casa dos US$ 5 bilhões.

Então, que fique claro… a FIFA não está fazendo caridade ao realizar uma copa do mundo.

No campo das curiosidades, não foi uma copa de grandes sustos ou surpresas…

Mas devemos lembrar que logo na abertura do evento, o cantor Robbie Williams fez um gesto pouco usual e bastante indelicado para a transmissão do evento.

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Neymar sofreu várias faltas, isso é verdade… mas ele foi campeão em exagerar os efeitos das faltas. O que gerou uma série de memes por suas reações acrobáticas…

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Muitas figuras do futebol mundial estiveram por lá… Valerrama da Colômbia, Van Basten da Holanda, Peter Schmeichel da Dinamarca (que aliás, foi prestigiar o filho, goleiro titular da seleção atual), Ronaldinho Gaúcho (que apareceu na cerimônia de encerramento), entre outros… mas o mais pícaro com certeza foi Maradona que fez de suas aparições momentos de galhofa.

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Alguns jogos foram marcado pela massiva presença de um penetra indesejável: os mosquitos. Principalmente na Arena Volgogrado, construído às margens do rio Volga, com o calor, eles invadiram alguns dos jogos que ali aconteceram.

E por fim, lembremos da comemoração da Croácia na semifinal com a Inglaterra. Eles simplesmente pularam em cima de um fotógrafo durante a comemoração do gol. E graças esse mar de croatas, o fotógrafo tirou fotos sensacionais do momento.

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E acho que com isso, chegamos ao fim… agora, a Copa do Mundo Rússia 2018 entra para a história. Começa a preparação para a copa de 2022, a ser realizada no Catar. Teremos muito tempo para chegarmos lá…

Este é o momento em que eu gostaria de agradecer… Gratidão é um sentimento importante neste momento em que chegamos ao fim de uma jornada tão grandiosa como esta.

Uma jornada que começou com a série de podcasts História das Copas… Comecei sozinho e depois recebi ajuda importante do podcast Papo Canela que contribuiu bastante para criarmos uma série completa… de 1930 até 2014.

Uma jornada que contou com o talento do Michel Vieira que com suas crônicas deu brilho às nossas resenhas.

Uma jornada que deu um trabalho danado. Mas que foi a realização de um grande sonho. Desde a época em que um menino assistiu até não poder mais um documentário que veio com o primeiro vídeo-cassete da família… isso em 1983. Uma história das copas contada em apenas três horas. E foi ali que minha paixão pela Copa do Mundo nasceu. Eu tinha 9 anos e já havia experimentado a dor da eliminação com a tragédia do Sarriá em 1982. Com a história das copas, eu aprendi a amar o evento.

Veio muito mais depois disso… e foi muito legal. A história das copas não acabará aqui e pode ter certeza que vez ou outra retomaremos o assunto aqui no UBQ. E quando chegar a hora… estaremos prontos para começar uma nova história. Uma nova copa. Mais uma copa qualquer.

catar2022

Obrigado a você que me acompanhou. Obrigado a você que com sua sugestão, elogio e até mesmo crítica, ajudou a construir tudo o que foi feito para esta edição.

Continuaremos por aqui… tratando de outros temas, outras histórias.

Obrigado!

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