Será que teremos uma disputa na final entre “futebol força” e “bom futebol”? Ainda é cedo para dizer, mas a Suécia quer isso.
O que dizer do jogo? Bom… a imagem que encontrei para ilustração do texto é perfeita: a Suécia pegou a Suíça de calça curta e puxou a toalha (ou melhor, o calção) do adversário com um gol que contou com a ajudinha do zagueiro.
O que dizer de um jogo chato? Que ele é chato?
Dois ferrolhos… duas retrancas em campo. Dois times que não se animam em atacar, mas são bons em marcação. O que esperar disso?
O fato é que para haver classificação, pelo menos um dos times teria que abrir mão da estratégia totalmente defensiva e tentar subir ao ataque. Ou então esperar 120 minutos de um jogo modorrento para então tentar a vaga nos pênaltis. A Suíça mostrou que não queria isso.
Melhor para a Suécia que pode fazer o seu jogo de marcação forte e subidas organizadas ao contra-ataque.
Olhando os números (e o jogo) a Suíça foi melhor ao propor o jogo…. A posse de bola (SWE 37% – SUI 63%), os passes (SWE 271 – SUI 599), os passes certos (SWE 73% – SUI 84%) e as roubadas de bola (SWE 47 – SUI 27) demonstram que a Suíça tentou controlar o jogo. A Suécia marcou… marcou bem, e fez um gol numa jogada de oportunidade. O Fosberg teve espaço porque o Xhaka escorregou e não acompanhou a marcação… com isso ele teve espaço para chutar e o desvio em Akanji tirou o goleiro completamente da jogada.
O fato é… as melhores jogadas foram feitas pelos suíços que controlaram a bola e criavam algumas (poucas oportunidades). A Suécia foi eficiente na marcação e horrorosa no ataque. E só marcou mesmo na oportunidade.
E teria tido até a oportunidade de ampliar porque a Suíça resolveu partir para o ataque e atacar tudo o que não atacou no jogo todo… O resultado é que deu espaço para o contra-ataque. E teria tomado o segundo gol se o sueco Olsson não tivesse se atrapalhado na conclusão. Ele ainda e sofreu uma falta na entrada na área, inclusive com acionamento do VAR para decidir se foi ou não pênalti.
Não foi… e na cobrança da falta, a Suécia não marcou. Ficou tudo no 1-0 mesmo.
Mas vamos aos lances…
A Suécia traz a campo seu time “titular”. Com uma campanha regular em um grupo bastante complicado (venceu a Coreia do Sul por 1-0, perdeu para a Alemanha em um jogo memorável por 2-1 e venceu o irreconhecível México por 3-0) conseguiu se consolidar como primeiro colocado de seu grupo. E veio assim para este jogo:
Larsson está suspenso por conta do segundo cartão amarelo e Svensson entrou em seu lugar. Ainda estão pendurados Lustig, Ekdal e Claesson.
A Suíça estava no mesmo grupo do Brasil, jogando contra a seleção brasileira na estreia e ficando apenas no empate em 1-1. Ainda venceu a Sérvia por 2-1 e empatou com a Costa Rica em 2-2.
Lichsteiner e Schär não jogam por terem recebido o segundo cartão amarelo. Entram pendurados por cartão amarelo Behrami e Shaqiri. A Suíça ainda tem Zakaria no banco que também está pendurado.
O jogo começa e a primeira boa chance vem aos 8’ para a Suécia. Berg recebe na área e tenta emendar com um chute a gol, mas a bola explode em Akanji. Na sobra, o próprio Berg escora de cabeça para o chute forte de Ekdal na entrada da área, mas a bola passa por cima da meta de Sommer.
Aos 28’ uma nova chance da Suécia. Augustinsson faz o cruzamento por baixo pela esquerda e Berg acerta bonito chute de esquerda. Sommer espalma no canto direito.
Aos 41’, cruzamento pela direita de Lustig. Ekdal tenta completar de primeira, mas chuta torto por cima do gol.
Os times voltaram com a mesma formação para o segundo tempo. Aos 49’, Forsberg iniciou jogada pelo meio e abriu na esquerda com Augustinsson. O lateral cruzou forte na segunda trave, Berg ajeitou de cabeça para o meio, Claesson não conseguiu finalizar e Toivonen isolou no chute de esquerda.
O jogo prossegue com amplo domínio da posse de bola por parte da Suíça. Mas sempre esbarrando na parede sueca. E os suecos subindo ao ataque sem grande objetividade.
Apesar disso, a Suécia conseguiu seu gol… Aos 67’ de jogo, Forsberg recebeu de Augustinsson com liberdade na frente da área, ajeitou e chutou por baixo. A bola desviou em Akanji e entrou no canto direito alto de Sommer. Suécia 1-0 Suíça.
Aos 74’ de jogo a Suíça faz mudanças no seu time: Embolo no lugar de Zuber e Seferovic no lugar Dzemaili.
A Suíça pressiona no ataque… Aos 79’, Shaqiri bateu escanteio da direita na segunda trave, Embolo cabeceia para o chão e Forsberg evita quase em cima da linha.
Suécia mexe no time para garantir a defesa… Olsson no lugar de Folsberg e Krafth no lugar de Lustig.
Para tentar esfriar o jogo, nova substituição: Thelin para o lugar de Berg.
Nos acréscimos, a Suíça teve sua melhor chance de empate. Ricardo Rodríguez cruzou da ala esquerda na direção da primeira trave, Seferovic desviou de cabeça no chão e Olsen fez firme defesa no canto direito.
Logo em seguida, a Suécia fez um contra-ataque e poderia ter marcado o segundo gol, pois Olsson recebeu sozinho no campo de ataque e foi derrubado na entrada da área por Lang. O juiz apontou pênalti e expulsou o lateral suíço. Posteriormente, após consulta ao VAR, o juiz reverteu o pênalti e apontou falta.
Foi o tempo da Suécia cobrar a falta e o juiz encerrou o jogo. Vitória da força… ainda que jogando um futebol tecnicamente ruim.
A Suíça lamentou, mas não há mais o que fazer. Eliminada, volta para casa.
(Lembre-se, para ver o vídeo, você será redirecionado para o canal da FIFA no YouTube)
[ Análise do Resultado ]
Suécia vem se firmando na copa. Conseguiu se manter viva jogando um futebol baseado em força e marcação. Continua sendo uma copa onde a marcação e a tática defensiva tem tido grande valor.
Futebol feio… diga-se de passagem.
Mas a Suécia terá pela frente o vencedor entre Inglaterra e Colômbia. Que farão o último jogo das oitavas-de-final
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