E finalmente a primeira decisão por pênaltis… e se você acha que pênalti é loteria… talvez tenha razão. A Rússia apostou tudo para conseguir superar a Espanha (que é superior tecnicamente) nos pênaltis. E ganhou…
Cada um dos times entrou consciente de seu papel. A Espanha tem boa parte de seus jogadores caminhando para o final de suas carreiras (Iniesta talvez seja o exemplo mais memorável disso). Uma geração está se findando e muito provavelmente será sua chance para conquistar um mundial.
Do outro lado, temos a Rússia, movida pela paixão e empolgação de ser o time anfitrião, mas ciente de suas limitações técnicas perante a Espanha. E talvez por entender melhor o seu papel neste jogo, é que a Rússia tenha levado a melhor.
Diego Costa é outro craque que se despede da copa… Ele teve algumas chances, mas sempre esbarrou na forte retranca russa.
A bem da verdade, eu fiquei com a impressão que a Espanha achou que após o 1-0 marcado ainda no princípio do jogo seria suficiente para segurar o time russo e assim garantir a substituição.
Mas não foi o que aconteceu… Só depois do empate é que a Espanha acordou e foi para cima. Mas de novo, a Rússia soube se defender muito bem.
Os números mostram que a Espanha foi superior…
- Chutes a gol: 25-06
- Posse de bola: 75%-25%
- Passes certos: 91%-72%
- Números de passes: 1137-284
Mas o empate persistiu no tempo normal e na prorrogação. E assim, tivemos a primeira decisão por pênaltis nesta copa.
E aí foi a vez de Akinfeev brilhar. Além de ter jogado muito bem, com defesas importantes. Na hora da decisão pegou dois pênaltis. E foi o herói do jogo.
Bom, vamos aos lances do jogo…
A Espanha ainda não havia mostrado um grande futebol nesta copa. Jogou bem contra Portugal, quando só empatou e depois venceu o Irã com muita dificuldade. Por fim, o empate com Marrocos mostrava que o time não ia bem. Alguns talvez atribuam esta turbulência aos problemas extra-campo (a saída do técnico espanhol), falta de organização da equipe, elenco envelhecido, enfim…
Para este jogo, o técnico Fernando Hierro optou por um time com mais poder defensivo, sem abrir mão do qualidade do ataque. Mas me causou muita estranheza ele não colocar Iniesta para jogar desde o começo. Assim, a Espanha entrou com a seguinte formação:
A Rússia teve duas boas vitórias ao estrear, mas depois perdeu para o Uruguai de forma muito contundente. Seu time, apesar das goleadas, não tem poder ofensivo para fazer frente ao time espanhol. Desta forma, o técnico Stanislav Cherchesov armou um time com uma linha de cinco defensores.
Sérgio Busquets pela Espanha e Golovin pela Rússia são os jogadores pendurados com cartão amarelo.
A tônica do jogo é simples… tenha em mente que a Espanha ataca… e a Rússia se segura como pode.
O gol espanhol saiu aos 11’. Cobrança de falta pela direita com Asensio. Ele faz a cobrança no segundo pau e Sérgio Ramos quase caindo parece que completa para o gol. No replay, ficou claro que a bola bateu na perna de Ignashevish e enganou Akinfeev. Gol contra… Espanha 1-0 Rússia.
Parecia que tudo seguiria o roteiro esperado…
Mas não… aos 40’ cobrança de escanteio para a Rússia pela direita. E na confusão Piqué põe a mão na bola. Pênalti para os russos.
Dzyuba cobrou e converteu… Espanha 1-1 Rússia.
O primeiro tempo terminou empatado e os times voltaram a protagonizar o duelo ataque contra defesa. Para o segundo tempo, a Rússia trocou Zhirkov por Granat. A Espanha voltou com a mesma formação.
Os times se movimentaram bastante no segundo tempo, com a Espanha dominando a posse de bola na maior parte do tempo. A Espanha gastou suas três alterações, colocando Iniesta, Carvajal e Aspas nos lugares de David Silva, Nacho e Diego Costa, respectivamente. Do lado russo, saíram Samedov e Dzyuba para a entrada de Cheryshev e Smolov.
Mas apesar das mudanças, o jogo continuou mais do mesmo… A Espanha com muitos passes e controle da bola e a Rússia fechando os espaços.
Só aos 85’, a Espanha levou mais perigo ao gol russo. Koke da intermediária tocou a bola para Iniesta que fez a ligação pela esquerda com Isco que tocou para Jordi Alba. Ele cruzou na tentativa de alcançar Aspas, mas a bola pegou no defensor. Na sobra, Iniesta pegou a bola na entrada da área e chutou forte para a boa defesa de Akinfeev.
Aspas ainda pegou o rebote e chutou cruzado, mas de novo Akinfeev fez bonito e deu toquinho na bola para ela rolar para o lado oposto para o zagueiro pegar a sobra…
E chegamos ao final do tempo regulamentar. O empate persistia no placar. E no mata-mata isso significa prorrogação. E isto permitiu que víssemos uma inovação para esta copa… A quarta substituição.
Conforme o regulamento, caso o jogo vá para a prorrogação, os times podem realizar uma quarta substituição durante o tempo extra. É uma maneira de tentar preservar a condição física dos jogadores.
Por falar nisso, os russos sofreram muito neste quesito… Ainda no tempo normal eles se mostravam totalmente extenuados com o esforço.
A prorrogação começou e a história se repetiu: Espanha buscando construir jogadas de ataque e a Rússia fechando todos os espaços na defesa. Na Rússia, Erokin entrou no lugar de Kuziaev logo no início da prorrogação. A Espanha só substituiu Asensio por Rodrigo Moreno no finalzinho do primeiro tempo da prorrogação.
Mas com alterações e tudo o mais… o empate persistiu… O futuro dos times seria decidido na cobrança de pênaltis.
E nos pênaltis, as estrelas são os goleiros… de um lado De Gea e de outro Akinfeev que havia feito ótimas defesas no tempo normal (e merecidamente foi escolhido o melhor em campo).
Iniesta foi o primeiro a cobrar pela Espanha… 1-0
Smolov cobrou e igualou tudo… 1-1
Piqué ampliou para a Espanha…. 2-1
Sergei Ignashevich empata tudo novamente e os jogadores vibram… 2-2
Koke cobra para a Espanha… e Akinfeev defende… 2-2
Golovin coloca a Rússia à frente… 2-3
Sérgio Ramos faz o seu e iguala… 3-3
Cheryshev faz o seu e mantém a Rússia na liderança… 3-4
Na última cobrança da Espanha, Aspas cobrou no meio do gol e Akinfeev que pulou para a direita defendeu com os pés… 3-4…
E com esse resultado, a Espanha foi eliminada da copa…
Tristeza do lado espanhol… festa dos russos. Que mesmo com um time tática e tecnicamente inferior souberam explorar suas qualidades e com isso manter-se na disputa. Apesar de não ser o melhor time. A Rússia tem o mérito da vitória.
(Lembre-se, para ver o vídeo, você será redirecionado para o canal da FIFA no YouTube)
[ Análise do Resultado ]
Não venceu o melhor… mas o melhor (a Espanha) estava longe de ser um grande time em campo. O Tiki-Taka falhou miseravelmente. Controlaram a bola em demasia e não arriscaram mais ataques.
A Rússia estava ciente que sua única chance seria jogar defensivamente e buscar o gol ou em um contra-ataque oportuno ou então em alguma jogada de bola parada. Em caso de empate, segurar o máximo possível o resultado e confiar nas mãos de Akinfeev e na pontaria de seus batedores.
Deu certo… Rússia nas quartas-de-final e agora esperam a decisão entre Croácia e Dinamarca para saber quem será seu adversário…
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