20 de julho de 2018

Tame Impala - "Lonerism" (Disco da Semana #33)

Buenas!

Hoje o lance aqui é uma das maiores viagens sonoras dos últimos tempos. A psicodelia corre solta, viagens meus amigos, muita viagem.

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Chapação e viagem. Os australianos do Tame Impala revisitam a psicodelia dos anos 60 e 70 como se ainda por lá estivessem.

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O álbum começa seco, com "Be above it", que até explodir, nem parece a mesma banda que gravara anteriormente o fodástico "Innerspeaker". Essa primeira faixa está muito mais pra algo eletrônico/experimental do que pra Tame Impala.

A Piração e a imersão nos sons de outrora começam em "Endors Toi" e tem o seu pico em "Apocalypse Dreams" (pra mim a melhor faixa dos caras, a síntese do que é o Tame Impala), e daqui pra frente o álbum se torna uma viagem sem volta, psicodélico e viciante, te leva para estados alterados da mente, principalmente se estiver ouvindo através de fones de ouvido.

Tudo é perfeito, tudo soa vintage, tudo soa de época, o que é a maior virtude dos caras. Eles não soam como cópia. Teria feito bonito em Woodstock ou em qualquer outro festival psicodélico dos anos 60 ou 70. Soam consistentes e verdadeiros. Baixo pesado, batera crua, guitarras cheia de efeitos, teclados, muitos teclados e voz, etérea, como se viesse direto de um sonho.

Pra ouvir assistindo Alice no País das Maravilhas, doidaço. Ou pra entrar em uma viagem sonora apenas com a musica como combustível de chapação.

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Simplesmente alucinante. Recomendadíssimo. Para ouvir, acesse aqui.

Logo menos tem mais.

16 de julho de 2018

Uma Copa Qualquer: o dia seguinte…

E hoje é um dia estranho… é o dia seguinte ao final da festa… a copa acabou. A França conquistou seu bicampeonato e voltamos à realidade dos campeonatos nacionais e continentais.

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Hoje eu acordei como em qualquer outro dia… Mas hoje rola aquela sensação de vazio… de que não teremos futebol. É um engano… quarta-feira meu Corinthians volta a campo em jogo válido pelo Brasileirão 2018. Pega o Botafogo.

Mas não é de futebol que irei falar hoje… ao longo desta copa do mundo, o UBQ publicou textos, vídeos e podcasts sobre esta que foi uma grande copa. E para usar o bordão tão amassado nestes últimos dias, vimos uma nova ordem do futebol.

E atento a tudo isso, pude fazer parte desta história, com resenhas sobre os dias de jogos… para cada dia de jogo, uma resenha. Para alguns dias, até mais de um texto. A ideia era contar a história de cada jogo e incluir uma breve análise sobre os jogos e os participantes.

Escrevi sobre a queda precoce da Alemanha… sobre o triunfo do México (que se manteve fiel à sua mais nobre tradição de perder como sempre). Escrevi sobre o esforço australiano em buscar algo além da fase de grupos. A agonia da Argentina para encontrar seu futebol.

Escrevi sobre as molecagens do Neymar, sobre as limitações do Brasil. Sobre como Tite merece uma nova chance.

Critiquei jogos ruins (como foi o jogo entre França e Dinamarca), exaltei os bons jogos (Alemanha e Suécia será lembrado nos anos seguintes) e fiz desta copa – uma copa qualquer – a copa em que o UBQ cresceu. Cresceu e se transformou… São 40 textos, entre resenhas e crônicas. Aliás, como não agradecer ao meu grande amigo Michel Vieira… que emprestou seu talento ao UBQ e publicou crônicas sensacionais para esta cobertura?

Além dos textos, vieram os podcasts. Você pode não acreditar, mas eu gravei podcast em todos os dias de jogos… eu só não os publiquei. E não o fiz, por uma razão simples. Falta de tempo… impossível conciliar a produção de conteúdo com a edição.

Mas ainda assim, alguns saíram. E vai sair mais um… que nada mais é do que o fechamento do trabalho.

E agora… neste fechamento, acho bacana também fazer um fechamento da copa. Contar as estatísticas… as curiosidades. Enfim… encerrar esta copa. E o fechamento será isso: texto, áudio e vídeo.

E para este levantamento, eu contei com a ajuda do artigo publicado na Folha de São Paulo e também dos dados disponíveis no site da FIFA.

Então… vamos aos números!

[ A briga entre Europa e América do Sul ]

Em 21 copas do mundo, a Europa domina o cenário de conquistas… E virada aconteceu em 2006… São 12 títulos para times europeus: 1934 (Itália), 1938 (Itália), 1954 (Alemanha), 1966 (Inglaterra), 1974 (Alemanha), 1982 (Itália), 1990 (Alemanha), 1998 (França), 2006 (Itália), 2010 (Espanha), 2014 (Alemanha) e 2018 (França).

Para os sul-americanos, temos 9 conquistas: 1930 (Uruguai), 1950 (Uruguai), 1958 (Brasil), 1962 (Brasil), 1970 (Brasil), 1978 (Argentina), 1986 (Argentina), 1994 (Brasil) e 2002 (Brasil).

No clubinho privé dos campeões mundiais, nada mudou, exceto o fato de que agora a França ostenta duas estrelas: Brasil (5), Alemanha (4), Itália (4), Argentina (2), França (2), Uruguai (2), Espanha (1) e Inglaterra (1).

Comparando-se com as últimas copas, a média de público caiu um pouco. Mas ainda assim, mantém respeitáveis 47,6 mil espectadores por jogo (média).

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Apesar de menos público, os estádios ficaram mais cheios em média… a ocupação média chegou a 98,8%.

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Quanto a este último número, tenho lá minhas dúvidas… muitos ingressos são vendidos/doados/cedidos a patrocinadores. E nem todos eles são utilizados. Além disso, teve jogo nesta copa com clarões visíveis nas arquibancadas. Eu realmente gostaria de saber como a FIFA faz a métrica deste parâmetro.

Pensando em gols… aí está um número que vem caindo sistematicamente. Um total de 169 gols. A média de gols ficou em 2,6 por partida. Também… com a porção de placares 1-0 que tivemos (foram 15, se não me engano).

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Ainda falando dos gols, esse fenômeno estranho que leva o time à vitória, 12 deles foram marcados contra. Um número bem alto comparando-se com a sequência histórica…

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Mas o grande argumento da “copa da bola parada” não se sustenta quando observamos os resultados das copas anteriores… e vamos levar em consideração apenas as copas que contaram com 32 equipes. Ou seja, 64 jogos tal como esta de 2018, que permite uma comparação mais justa.

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Observando os anos anteriores, a Copa de 1998 deveria levar o troféu de “A Copa da Bola Parada”. A copa de 2006 levaria a medalha de prata neste quesito e 2018 ficaria com o bronze…

Agora, em pênaltis, não teve para ninguém… foram 22 convertidos nesta copa (de um total de 29). Mérito do VAR que ajudou a arbitragem. E aqui uma ressalva importante… o VAR é sim uma ótima aquisição. Mas como eu disse há um tempo atrás, desde que tenhamos uma boa arbitragem em campo. Se o juiz for bom, o VAR é um grande auxílio. Se o juiz é ruim… então temos uma terrível muleta.

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E um efeito colateral do VAR é o aumento considerável dos acréscimos…. contando todos os jogos, tivemos aí 395 minutos a mais de bola rolando, além do chamado tempo regulamentar.

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E falando um pouco dos times… temos a Bélgica como o time que mais marcou gols… 16 no total. França e Croácia empatam com 14 gols e a Inglaterra fecha a lista com 12 gols. Acho que não é coincidência que os quatro maiores marcadores são justamente os quatro finalistas. O Brasil ficou com a 6ª melhor marca, com 8 gols marcados.

O artilheiro da copa foi Harry Kane, com 6 gols. Ele foi seguido por Antoine Griezmann e Romelu Lukaku, com 4 gols cada… Os melhores brasileiros neste quesito foram Philippe Coutinho e Neymar, com 2 gols cada um.

Outro dado interessante é que posse de bola e qualidade do passe não são critérios para indicar os melhores do mundial. A Espanha dominou estes quesitos (média de 68,5% de posse de bola e 91% na qualidade do passe). Caiu nas Oitavas-de-Final. A título de comparação, a França teve números – digamos – regulares (47,8% na posse de bola e 82,3% na qualidade do passe).

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Também não foi uma copa (tão) violenta. No total, tivemos 1732 faltas (média de 27,1 por jogo). Foram distribuídos 219 cartões amarelos e apenas 4 cartões vermelhos (sendo que apenas 2 foram mostrados diretamente). Rebic (CRO) com 21 faltas, Golovin (RUS) com 16 faltas e Mascherano (ARG) com 15 faltas formam o pódio dos mais faltosos.

E sabem quem apanhou mais? Bom… o moleque Neymar foi o segundo lugar, com 26 faltas sofridas. O mais surrado foi Hazard (BEL) com 28 faltas sofridas. Completa o trio Rakitic (CRO) com 20 faltas sofridas.

O jogador mais amarelado foi Larsson (SUE) com três cartões. Sanchez (COL) e LAN (SUI) foram os expulsos de campo com cartão vermelho direto.

E o goleiro mais acionado? Bom, o troféu vai para Courtois, com 27 defesas.

E também temos as premiações… tanto para jogadores como para as seleções.

  • Bola de Ouro (melhor jogador): Luka Modric (CRO)
  • Chuteira de Ouro (artilheiro): Harry Lane (ING)
  • Luva de Ouro (goleiro): Thibaut Courtois (BEL)
  • Revelação da Copa: Kylian Mbappé (FRA)
  • Fair Play: Espanha

Financeiramente, as confederações são premiadas em dinheiro. Cabe a elas decidirem como farão a divisão do prêmio. A FIFA premiará entre as seleções participantes cerca de US$ 400 milhões de dólares. A França como campeã fatura o prêmio de US$ 38 milhões. A Croácia embolsará US$ 28 milhões. Bélgica receberá US$ 24 milhões e a Inglaterra receberá US$ 22 milhões. Além disso, haverá premiação para os outros times, de acordo com sua colocação na copa:

  • 5º ao 8º colocados: US$ 16 milhões
  • 9º ao 16º colocados: US$ 12 milhões
  • 17º ao 32º colocados: US$ 8 milhões

Além disso, cada seleção receberão US$ 1,5 milhão pela participação na copa. Se somarmos tudo chegamos a um valor alto… Quase meio bilhão de dólares. Devemos lembrar que, apesar das cifras astronômicas, a FIFA estima um lucro aproximado na casa dos US$ 5 bilhões.

Então, que fique claro… a FIFA não está fazendo caridade ao realizar uma copa do mundo.

No campo das curiosidades, não foi uma copa de grandes sustos ou surpresas…

Mas devemos lembrar que logo na abertura do evento, o cantor Robbie Williams fez um gesto pouco usual e bastante indelicado para a transmissão do evento.

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Neymar sofreu várias faltas, isso é verdade… mas ele foi campeão em exagerar os efeitos das faltas. O que gerou uma série de memes por suas reações acrobáticas…

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Muitas figuras do futebol mundial estiveram por lá… Valerrama da Colômbia, Van Basten da Holanda, Peter Schmeichel da Dinamarca (que aliás, foi prestigiar o filho, goleiro titular da seleção atual), Ronaldinho Gaúcho (que apareceu na cerimônia de encerramento), entre outros… mas o mais pícaro com certeza foi Maradona que fez de suas aparições momentos de galhofa.

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Alguns jogos foram marcado pela massiva presença de um penetra indesejável: os mosquitos. Principalmente na Arena Volgogrado, construído às margens do rio Volga, com o calor, eles invadiram alguns dos jogos que ali aconteceram.

E por fim, lembremos da comemoração da Croácia na semifinal com a Inglaterra. Eles simplesmente pularam em cima de um fotógrafo durante a comemoração do gol. E graças esse mar de croatas, o fotógrafo tirou fotos sensacionais do momento.

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E acho que com isso, chegamos ao fim… agora, a Copa do Mundo Rússia 2018 entra para a história. Começa a preparação para a copa de 2022, a ser realizada no Catar. Teremos muito tempo para chegarmos lá…

Este é o momento em que eu gostaria de agradecer… Gratidão é um sentimento importante neste momento em que chegamos ao fim de uma jornada tão grandiosa como esta.

Uma jornada que começou com a série de podcasts História das Copas… Comecei sozinho e depois recebi ajuda importante do podcast Papo Canela que contribuiu bastante para criarmos uma série completa… de 1930 até 2014.

Uma jornada que contou com o talento do Michel Vieira que com suas crônicas deu brilho às nossas resenhas.

Uma jornada que deu um trabalho danado. Mas que foi a realização de um grande sonho. Desde a época em que um menino assistiu até não poder mais um documentário que veio com o primeiro vídeo-cassete da família… isso em 1983. Uma história das copas contada em apenas três horas. E foi ali que minha paixão pela Copa do Mundo nasceu. Eu tinha 9 anos e já havia experimentado a dor da eliminação com a tragédia do Sarriá em 1982. Com a história das copas, eu aprendi a amar o evento.

Veio muito mais depois disso… e foi muito legal. A história das copas não acabará aqui e pode ter certeza que vez ou outra retomaremos o assunto aqui no UBQ. E quando chegar a hora… estaremos prontos para começar uma nova história. Uma nova copa. Mais uma copa qualquer.

catar2022

Obrigado a você que me acompanhou. Obrigado a você que com sua sugestão, elogio e até mesmo crítica, ajudou a construir tudo o que foi feito para esta edição.

Continuaremos por aqui… tratando de outros temas, outras histórias.

Obrigado!

15 de julho de 2018

Uma Copa Qualquer: FINAL – França vs Croácia (15/07/2018)

Chegamos à grande final… 32 times começaram a disputa, sobraram apenas 2. E a vitória só poderia ser dada a apenas 1 única seleção. Venceu a França!

the final

Uma copa em que estrelas e favoritos foram caindo ao longo da competição… a Alemanha talvez seja o caso mais agudo dessa tendência. Craques como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Andres Iniesta, Thomas Muller, Robert Lewandovski, além de James Rodriguez disseram adeus muito cedo na competição. Nenhum deles chegou às quartas-de-final.

Outros nomes, até então menos famosos despontaram nesta copa: Kane, Mbappé, Hazard e Lukaku mostraram que existe um processo de renovação à caminho. Claro que alguns famosos chegaram até o final… Modric, Mandzukic, Griezmann…

Mas não se engane… o futebol está se renovando.

E esta renovação acontece não só nos nomes que surgem, mas também no modo de jogar. Talvez não exista mais espaço para um futebol arte em sua plenitude…. em seu lugar, surge um futebol mais cerebral, baseado na disciplina tática a na força da marcação. Sempre buscando o resultado. E se sobrar algum espaço para a arte, ela pode aparecer sim…

Foi exatamente isso o que vimos neste jogo final. A França chegou à final sempre apresentando uma forte obediência tática aos esquema de Didier Deschamps. Não deixaram espaços para seus adversários e trabalhavam seu ataque em cima dos erros do adversário. Em alguns momentos, o futebol arte apareceu nos pés do menino Mbappé e de Antoine Griezmann, além de Paul Pogba. Mas em nenhum momento em que jogou, a França se perdeu em campo. E isto foi fundamental para chegar até aqui.

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Do outro lado, a Croácia… um time que sabia de suas limitações. E por isso mesmo sempre buscava o jogo. Mas não o jogo ofensivo. Buscava controlar a bola, marcando a saída do adversário e atacando com todas as forças, quando surgia uma oportunidade.

E foi um time que sofreu muito… Foram três prorrogações e duas decisões por pênaltis para chegar até a final. Praticamente jogou um jogo inteiro a mais que qualquer outro adversário.

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E em muitos momentos, jogou com a emoção. Aquela sensação de por o coração no bico da chuteira e partir para o jogo. E isso funcionou muito bem. A Croácia, saiu derrotada neste confronto tático. O jogo deixou claro a superioridade francesa. Mas mesmo assim, eles buscavam não ceder espaço aos franceses. E subiram ao ataque… marcaram gols também.

Foi um jogo em que vimos bom futebol. Não é mais aquele futebol das brilhantes jogadas e passes desconcertantes ou de toques geniais. Mas um futebol de aplicação que resultou em boas jogadas de ataque que levaram aos gols.

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E tivemos seis deles nesta final… a última vez que tivemos tantos gols assim em um jogo final foi na copa de 1966, quando a Inglaterra venceu a Alemanha Ocidental pelo placar de 4-2. Com a diferença que este placar foi construído na prorrogação. O jogo de hoje teve seis gols no tempo normal.

A França veio e venceu… e com isso registra na história sua segunda conquista em mundiais. Venceu em casa na copa que organizou em 1998 e agora venceu na Rússia, mostrando ao mundo porque faz parte do seleto grupo de campeões mundiais. E agora… são bicampeões mundiais.

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E quanto à Croácia… não os veja como meros coadjuvantes desta final de copa. Eles foram tão protagonistas quanto à França. Lutaram até o final. Caíram em pé… São vice-campeões mundiais de futebol.

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E devem se orgulhar muito disso…

[ O caminho para a final – FRANÇA ]

1ª Fase - franca 2-1 australia

A França veio para esta copa do mundo como uma das favoritas ao título. Bem é verdade que sua estreia contra a Austrália deixou este favoritismo em dúvida. Uma vitória com um gol de pênalti e outro que quase não aconteceu (mas o VAR deu o gol à equipe) garantiram a vitória na estreia, mas não mostrava o real potencial da equipe.

20180621 - fra 1-0 per

O jogo seguinte foi contra o Peru. Um time que depositou boa parte de sua esperança em Paolo Guerrero, que travou uma luta para chegar até a copa. Comparando as equipes, no papel a França tinha um time mais forte. Mas novamente esta superioridade não se refletiu em gols. Com uma vitória de apenas 1-0, o resultado eliminava o Peru da Copa e assegurava a classificação antecipada dos franceses.

037 - dinamarca 0-0 frança

Curiosamente, o campeão mundial protagonizou aquele que provavelmente foi o pior jogo da copa. Com ambas as equipes classificadas, optaram por um jogo insosso, sem grandes riscos e apenas para cumprir tabela. O único 0-0 desta copa teve a França como um de seus protagonistas.

050 - frança 4-3 argentina

Nas Oitavas-de-Final, a França ficou do lado considerado complicado da chave. Teria pela frente a Argentina, eventualmente o Uruguai ou Portugal. E caso sobrevivesse a isso, poderia encarar Brasil ou Bélgica, o até mesmo o México. Que até aquele momento da competição, se mostrava um grande adversário.

Mas em seu confronto com a Argentina, coube a França o papel de carrasco de Lionel Messi. Com um time mais organizado e consistente, a França saiu em vantagem, levou a virada, mas soube buscar o empate e nova virada sobre os hermanos.

057 - uruguai 0-2 frança

Nas Quartas-de-Final, a França enfrentou um Uruguai apagado pela ausência de seu ídolo Edinson Cavani. A verdade é que a França controlou o jogo… o Uruguai se mostrou incapaz de criar boas jogadas e com isso, a França construiu a vitória sólida por 2-0.

061 - frança 1-0 bélgica

Muitos torciam por um confronto Brasil vs França. Mas o time de Lukaku, Hazard e Mertens mostrou muito mais capacidade em campo e deixou o Brasil pelo caminho. A Bélgica foi o primeiro adversário que realmente deu algum trabalho para a França. Usando das mesmas armas, poderíamos até pensar que esta seria uma final antecipada da copa (a Croácia provou para o mundo e para mim, que não).

Para a sorte francesa, a Bélgica caiu de produção em comparação aos seus jogos anteriores. E o gol que levou a França à final veio de bola parada. Mais um entre tantos nesta copa.

[ O caminho para a final – CROÁCIA ]

1ª Fase - croacia 2-0 nigeria

Devo admitir: achei que a Croácia até passaria para a segunda fase. Mas que faria figuração na copa. Mesmo com a boa vitória por 2-0 sobre a Nigéria na estreia não mudou minha opinião a este respeito. Isto porque foi um jogo chato… tecnicamente ruim. Venceu com gols de bola parada (um escanteio e um pênalti)

20180621 - arg 0-3 cro

Devo admitir também que não esperava a grande vitória obtida sobre a Argentina. Na ocasião, eu atribui o resultado mais aos problemas da Argentina do que aos méritos da Croácia.

E ok… eu estava errado. A Croácia jogou melhor porque era melhor do que aquela seleção argentina.

040 - islândia 1-2 croácia

A Croácia vinha melhorando de produção e eu ainda insistia na ideia de que ela não iria longe… eu queria a todo custo dar o manto do cavalo paraguaio para eles, os croatas. E mesmo com um time retrancado como a Islândia, conseguiram uma vitória por 2-1.

052 - croácia 1-1 dinamarca

A Croácia não se destacava nesta copa por seu grande e vistoso futebol. Mas sim pelo seu futebol aplicado. E mesmo quando não jogava bem, ao menos conseguia garantir o resultado. Foi isso o que aconteceu contra a Dinamarca. Jogo feio, sem emoção (com exceção dos cinco minutos iniciais onde saíram os gols) e que se arrastou até os pênaltis. Os goleiros então brilharam.

Mas antes, devemos lembrar… Modric poderia ter resolvido tudo na prorrogação. Se não tivesse perdido um pênalti (não que ele tenha perdido… Schmeichel fez defesa espetacular). No duelo dos pênaltis, Subasic brilhou.

060 - russia 2-2 croacia

O jogo contra os russos talvez tenha sido o mais traumático. Contra os donos da casa, a Croácia se superou e foi atrás do resultado no jogo normal. Virou para 2-1 na prorrogação, mas a Rússia também jogava com pelo triunfo. E jogava em casa. Conseguiram então o empate. E mais uma vez foi nos pênaltis que a Croácia venceu.

062 - croacia 2-1 inglaterra

O que pensar de um time que não tem o melhor futebol (pelo menos não é o mais bonito), mas que chegou até aqui? Que poderia ir mais longe. E foi… a vitória de virada sobre a Inglaterra foi uma lição para os fleumáticos ingleses e uma lição de perseverança para os croatas… Nada acaba até que acabe… E após sua terceira prorrogação consecutiva, a Croácia carimbou seu passaporte para a final.

064 - frança 4-2 croácia

[ Antes do Jogo ]

As equipes entraram com a seguinte formação:

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[ Lances do jogo ]

A França abriu o placar aos 18’ de jogo. Na cobrança de falta pela direita. Griezmann fez a cobrança e a bola desviou na cabeça de Manzukic e bateu o goleiro. Gol contra. França 1-0 Croácia.

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A reação croata veio aos 28’. Modric cobrou falta pela intermediária e lançou a bola para Vrsaljko que subiu ao ataque pela direita. Ele escora de cabeça para Mandzukic cabecear novamente. Lovren dá novo cabeceio e a bola sobra na entrada da área para Perisic. Ele ajeita para a perna esquerda e chuta a gol, marcando um pelo tento. França 1-1 Croácia.

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Aos 34’ ocorre uma cobrança de escanteio a favor da França pela direita do seu ataque. A zaga corta para linha de fundo em uma jogada aparentemente normal.

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Os franceses então reclamam muito sobre um toque de mão que ocorreu na jogada. O árbitro então aciona o VAR. E a consulta não deixa dúvidas… ao cortar a bola, Perisic o faz com a mão. Pênalti para a França.

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Griezmann faz a cobrança e converte. Gol da França que agora vence por 2-1.

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Os times vão para intervalo com a França em vantagem no placar. Aos 59’, Griezmann domina a bola na área e ajeita a bola para Pogba que dispara um chutão com a direita que explode na zaga. Ele mesmo pega o rebote e bate de chapa, desta vez com o pé esquerdo. Desta vez a bola segue ao gol e entra. França 3-1 Croácia.

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Pelo volume de jogo da França, para mim estava claro quem sairia vitorioso do confronto. Mas do outro lado tem a Croácia… e ela já me mostrou outras vezes que nada acaba enquanto não acaba.

Mas pesava também contra a Croácia o desgaste físico de três prorrogações. O time estava lento e contava mais com jogadas isoladas do que com um padrão de jogo sólido.  E a França ampliou o placar novamente aos 65’. Um chute de fora da área de Mbappé que pegou Subasic no contrapé. França 4-1 Croácia.

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Neste ponto, a Croácia esmoreceu. Talvez pelo cansaço, talvez conformada com o resultado negativo. Não dava mais…

A França também sentia que o jogo estava ganho… então tratou de correr a bola para o tempo passar. E aos 69’ a defesa cometeu uma bobagem que custou um gol. Umtiti recua a bola para o goleiro Lloris que se atrapalha no domínio e é surpreendido por Mandzukic na saída do gol. Não foi uma reação da Croácia… mas sim um grande falha do Lloris. Que aquela altura, não iria fazer diferença…

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O restante do jogo correu com domínio da França sem que a Croácia levasse perigo. E foi assim até o final… Placar final: França 4-2 Croácia.

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E com o resultado, a França sagrou-se bicampeã do mundo… Depois da primeira conquista há 20 anos. Eis que o futebol francês é de novo o melhor do mundo.

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Para a Croácia, a alegria de ver Luka Modric ser escolhido como o melhor jogador da copa.

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(Lembre-se, para ver o vídeo, você será redirecionado para o canal da FIFA no YouTube)

[ Os números do jogo ] – [ FRA – CRO]

  • Gols marcados: [ 4 – 2 ]
  • Finalizações: [ 8 – 15 ]
    • No gol: [ 6 – 3 ]
    • Fora do gol: [ 1 – 8 ]
    • Defesas: [ 1 – 4 ]
  • Escanteios: [ 2 – 6 ]
  • Posse de bola: [ 39% – 61% ]
  • Passes: [ 269 – 548  ]
  • Eficiência dos passes: [ 74% – 83% ]
  • Desarmes: [ 45 – 45 ]
  • Disciplina:
    • Faltas cometidas: [ 14 – 13 ]
    • Cartões Amarelos: [ 2 – 1 ]

E com isso, chegamos ao final dos jogos da copa do mundo 2018. Apesar deste ser o último texto sobre os jogos, ainda teremos uma resenha final sobre a copa e a publicação de um vídeo sobre os jogos finais. E também teremos um podcast muito especial.

Então é isso… estamos no finalzinho da nossa cobertura de uma copa qualquer… falta só um bocadinho, combinado?

Até mais!

Allez FRANCE!

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