Buenas,
Hoje falo de uma novidade que já não é tão nova. Volto minha atenção ao folk, esse mais raiz, de violões, banjo e afins, que em determinados momentos faz a minha cabeça, me transporta pra uma calmaria que é quase inexistente em nossa vida urbana. Pois é, nem só de guitarras o rocknroll é feito.
Divagações e introduções à parte, vamos ao que interessa.
Alçados a grande mídia através de um programa de uma grande rede de tv (cujo resultado, em minha modesta opinião foi pra lá de manipulado), a Suricato já não é uma novidade, nem revelação (Sol-te, é seu segundo trabalho), mas sim uma bela realidade. Um folk da melhor qualidade com espaço pra diversas influências, do pop ao cha cha cha, sem perder sua característica principal, a experimentação (o uso do "didgeridoo" em algumas músicas dá a dose certa de esquisitice necessária a isso).
Mesmo trazendo sua sonoridade mais para o pop, os caras (hoje com uma formação diferente em relação ao lançamento de "Sol-te") não perdem a referência. Utilizando-se na maior parte das vezes de uma formação acústica, o que Rodrigo Suricato (voz, violão, guitarra e mala-bumbo), Gui Schwab (violões, viola, guitarra, banjo, weissenborn, didgeridoo), Raphael Romano (baixo e percussão) e Pompeo Pelosi (bateria e percussão) fazem, é música da melhor qualidade.
Hora flertando com a MPB como na faixa de abertura "Bom Começo", hora com o (bom) pop em "Pra Tudo Acontecer", e até com o cha cha cha em "Not Yesterday", mas quando resolvem fazer folk o fazem com uma qualidade absurda, como em "Trem" e "Um Tanto" (essa última lembra até algumas levadas da turma de "Mumford and Sons" e afins, coisa fina).
Não sou adepto a esses tipos de programa como esse onde o Suricato apareceu, pois toda a vez que assisto e vejo uma banda de qualidade, ela sempre é superada pela banda de qualidade mequetrefe com letras popularescas de sentir vergonha alheia.
Não é o caso do Suricato, onde há qualidade nas letras que falam sobre cotidiano e relacionamentos de maneira simples e tem tudo pra cair nas graças do grande público (desde que a mídia permita, já que foge dos padrões).
Sonoridade bacana, um disco solar, bom de ouvir em um momento mais relax ou de descontração. Não é um disco que se precise de atenção exclusiva nele pra conseguir curtir/entender, mas caso assim o faça, a experiência será ainda melhor. Tô doido pra vê-los ao vivo, deve ser uma "vibe" muito boa.
O Suricato não é a salvação da música brasileira, mas quem quer ser? Quem tem essa pretensão? Só sei que a parte que lhes cabe nessa fauna musical brasileira está sendo muito bem ocupada.
Tá afim de ouvir algo pra alegrar o seu dia e relaxar? Pode vir sem medo. Quer ouvir uma baita banda que é pra lá de competente e fez um discão? Venha sem medo também.
Para ouvir, clique aqui.
Logo menos tem mais.
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