Acredito que comecei com esta história de website lá no distante ano de 1996. Uma época em que eu era um estudante de medicina na Unicamp e entre outras atividades eu também era um estagiário (sem vínculos) no Núcleo de Informática Biomédica (NIB-UNICAMP).
Naquela época eu participava de um projeto para criação do primeiro site médico brasileiro. Era mais uma iniciativa acadêmica do que um projeto comercial. Tratava-se do Hospital Virtual Brasileiro. E – por incrível que pareça – apesar de abandonado, o site permanece no ar até hoje.
Eu confesso que eu estava encantado com a possibilidade de criar páginas de hipertexto que seriam publicadas na internet. Eu me sentia parte de algo maior e importante. E eu inclusive tinha um e-mail… o meu primeiro e-mail: rmarques@nib.unicamp.br (esqueçam… ele não existe mais!)
Na ocasião, fiquei responsável pelo contato nas disciplinas de cirurgia vídeo-laparoscópica, anatomia e auditoria médica. Auditoria médica… eu não tinha a menor ideia do que isto significava…
Por conta desta minha participação, tive a ideia de criar uma página pessoal. Um tempo bem diferente. Hoje, criar uma página é algo trivial. E tem gente que se contenta apenas com uma página no Facebook ou manter um perfil em alguma rede social.
Mas em 1996 a coisa era um pouco mais complicada…
O começo de tudo
Seja como for, eu inicialmente usei um espaço gratuito oferecido pelo Geocities. Era um serviço muito popular na época e consistia em oferecer hospedagem gratuita onde os sites ficariam agrupados por temas, formando pequenas “cidades”. Foi um serviço tão popular que em 1999, o Yahoo! comprou toda a estrutura por cerca de US$ 4 bilhões. Curiosamente, o serviço foi perdendo popularidade e espaço, sendo descontinuado pelo Yahoo! em 2009.
Eu perdi esta página em algum disquete… até tentei localizar uma cópia no Oocities (que mantém uma cópia da página de abertura dos sites que foram hospedados no Geocities), mas sem sucesso.
Era uma página idiota… feita em html e com imagens editadas no Photoshop 2.0. e não tinha um conteúdo consistente. Admito… eu não tinha nada para colocar na página, mas o capricho de manter uma página fez com que eu criasse uma…
O primeiro conteúdo
Foi em 1998 que eu consegui colocar algum conteúdo. Na época, eu tinha um amigo (um abraço Gustavo Kawanami!) que também gostava de jogos eletrônicos. E nós compartilhávamos o interesse comum pelo jogo Fallout (sim… o próprio. Se engana quem acha que a franquia começou no Fallout 3). Resolvi fazer uma página sobre o meu gameplay no Fallout 1 (ia jogando e contando a história, criando uma narrativa para a história). Aproveitei também para falar sobre o Magic… Meu maior pecado na época era não atualizar a página constantemente.
Em 2000 eu fiz uma grande reformulação. Mudei a hospedagem para um outro provedor (o Xoom, que também foi descontinuado) e depois usei um provedor de internet de Campinas (que também já desapareceu) chamado Bestway. A capa da página aparece lá no link sobre a história do blog.
O pecado da desatualização continuava…
A página profissional
Já em São Paulo eu dividia meu tempo entre as aulas de informática que eu ministrava na SOS Computadores e minha frustrada tentativa de estudar medicina em São Paulo. Tudo dava errado, mas eu ainda tentava manter uma página.
Por volta de 2007 alguns alunos criticavam o fato de eu dar aulas sobre Web Design e não ter uma página para mostrar o meu trabalho. Fiz até a aquisição de domínio próprio (na época, o www.ricardomarques.pro.br).
Em razão do formato do site, eu fiz um espaço para publicar textos autorais. Minha ideia era fazer um miniblog dentro do site. Eu realmente achava que meu conteúdo profissional seria suficiente para justificar a existência do site.
Eu insisti na página profissional (sem nenhum retorno) até o 2012…
O blog
Na ocasião, eu já fazia muitos mais textos para o blog do que para o site. Eu até separei as coisas… fiz uma conta no Blogger para hospedar o conteúdo do blog e mantinha o domínio com o site profissional.
E aí percebi o óbvio… eu tinha um blog… e não um site. Foi nesta época que eu removi o conteúdo do site profissional e redirecionei o domínio para o blog. Mas apesar de ter um blog, eu não tinha um formato, um conteúdo específico.
Só em outubro de 2012 é que surgiu o nome “Um Blog Qualquer”. Foi graças a um texto que publiquei sobre não me importar com a quantidade de inscritos e seguidores. O nome ficou martelando na minha cabeça até que resolvi adotá-lo de forma oficial. Adquiri o domínio e desde então passei a publicar meus textos com o selo UBQ de qualidade.
Aliás, o termo UBQ foi cunhado pelo meu amigo Michel Vieira que também contribui com alguns textos.
Foi no ano de 2014 que eu passei a encarar o blog de modo mais profissional. Curioso para quem abandonou o conceito de página profissional, não é mesmo?
Desde aquela época, tratei de dar identidade visual e ter uma preocupação com a editoria de conteúdo. Funcionou…
Por conta disso, o site passou a ter um média de 1000 acessos mensais e já está próximo de chegar aos 70 mil acessos.
E eu tenho muito orgulho disso…
O canal de vídeos
Eu estava satisfeito com o blog e suas publicações. Consegui atingir um objetivo bacana que foi colocar vários autores para as publicações, tornando um blog de opinião, mas não só com a minha opinião. Entre algumas conquistas, acho que a mais legal é a de um texto (o que falou sobre os rolezinhos) ter se tornado referência bibliográfica para tema de redação. Até hoje, é o texto com mais acessos únicos (o que aliás, explica o pico de 3000 acessos em Fevereiro de 2014.
Ao mesmo eu já era consumidor do conteúdo publicado pelo YouTube. Confesso que desde 2016 eu ainda vejo televisão, mas eu também sou audiência fixa de vários canais do YouTube. E apesar do que muitos pensam, o YouTube não é feito somente por YouTubers que produzem conteúdo para o público adolescente, ou então vídeos sobre bizarrices como: faca quente, refeições gigantes, desafios idiotas, e outras palhaçadas.
Tem gente que produz conteúdo de qualidade sobre temas do meu interesse: fotografia, tecnologia, produção audiovisual, card games, board games, informática geral, culinária (é… eu gosto sim!)… Enfim, com o tempo eu pensei que eu poderia também produzir conteúdo complementar em vídeo para o blog. Assim, criei coragem e fiz um vídeo bem amador. Estava lançado o canal de vídeos do Um Blog Qualquer.
Eu já tinha um canal de vídeos. Na verdade, eu tinha 4 vídeos publicados, mas eram vídeos que captei do site da Secretaria de Estado da Educação sobre o uso da plataforma Secretaria Escolar Digital. Eu queria ajudar aos outros funcionários públicos e obviamente, os vídeos sequer eram monetizados. Por conta destes vídeos, o canal já contava com 84 inscritos.
O primeiro vídeo (e os seguintes também, confesso…) ficaram bem aquém da qualidade que eu gostaria. Tecnicamente, ficaram ruins mesmo… Mas serviu para eu aprender o processo básico.
Durante o processo, eu resolvi que faria um canal bem feito. Fiz investimentos em infraestrutura: câmera (ainda longe da ideal, mas melhor que um webcam), microfone de lapela, gravador de áudio, programas para edição de vídeos, suporte para iluminação.
No meio do caminho, criei para mim um desafio: abri um segundo canal do zero. Fiz isso para garantir que os inscritos no canal viriam pelo conteúdo que produzo agora. E não por vídeos sobre o SED que publiquei anteriormente.
E acho que a coisa melhorou… bom… é só comparar o primeiro com o último vídeo que publiquei…
Também fiz novas melhorias com a aquisição de um novo microfone (desta vez um condensador tipo shotgun) e também uma interface profissional de áudio. Ah, sim… eu também fui estudar sobre o assunto. Comecei a acompanhar o trabalho de quem entende do assunto (Brainstorm, Audiovisuando, Gambiacine, Michael Oliveira, Héber Simioni, entre outros…)
Até o momento, 10 inscritos… mas eu sei que nenhum canal começou com milhares de seguidores (talvez o do Celso Portiolli e o da Gretchen, mas são celebridades…). Então sei que terei um longo caminho. Com o blog foi assim, sei que com o canal não será diferente. Mas preciso criar regularidade nas publicações.
Nos vídeos eu estou focando em meus hobbies (Magic e games), vlogs e também pretendo fazer alguns vídeos de opinião. Mas eu não encontrei o formato adequado ainda… Eu até pensei que havia conseguindo uma parceria para publicar vídeos sobre o Magic: The Gathering. Eu agradeço realmente pela oportunidade, mas percebi que a loja na verdade não fez uma parceria… fez apenas um favor para um de seus clientes. Tanto é que para a nova coleção (Amonkhet) eu farei apenas 4 vídeos, todos com materiais adquiridos com recursos próprios. Espero em breve encontrar alguma loja que esteja disposta a fazer uma parceria REAL com divulgação e promoção de seus produtos e serviços.
O Podcast
Apesar da baixa qualidade técnica o vídeo inicial causou alguma reação. Eu não esperava que houvesse retorno. Mas existiu… E a melhor delas foi o retorno do meu amigo Carlos Aros a um projeto antigo que tínhamos: um podcast.
Assim, ao mesmo tempo em que comecei a produzir os vídeos, eu também iniciei a produção daquele que viria a ser o Podástico…
O Podástico é um filho de três pais: Carlos Aros, Miguel Forlin e eu. Basicamente fazemos um encontro semanal virtual onde conversamos sobre um ou mais temas que fazer parte dos nossos interesses. Gravamos a conversa e eu faço a edição do áudio.
Acredito que temos obtido um bom começo. O fato de o Carlos ser jornalista da Rádio Jovem Pan e ter um público fiel de seguidores ajudou bastante na divulgação, bem é verdade… mas é legal saber que nosso conteúdo, nossas ideias estão encontro um público interessado. Já temos 11 programas no ar e em um deles tivemos até uma convidada. A Paula Carvalho do Podcast “Direto do Sofá”.
Acho que das três iniciativas, o podcast é o que tem dado melhor retorno inicial até o momento.
Conjunto da obra… Um site completo?
Um blog produzindo textos… um canal de vídeos… um podcast… Tudo isso abrigado sobre a marca do UBQ… Ok, o Podástico tem vida própria, mas ele tem um espaço só dele no site do UBQ e eu sou um dos criadores do pod… então posso agregá-lo ao conjunto da obra. Apesar de que eu gostaria de fazer também um podcast solo. Talvez sobre um único tema e com uma duração bem menor… mas isso é um projeto para o futuro.
Olhando para todo o conjunto, concluo que finalmente voltei a ter um site. Porque ele não é só um blog… ele congrega um canal de vídeos… congrega um podcast e obviamente congrega os textos do blog.
E o que eu quero com este site?
Bom… Seria hipocrisia da minha parte não dizer que gostaria de público e audiência. É algo legal. Gostaria sim de me tornar um formador de opinião, gostaria sim de ter mais inscritos no canal. Gostaria de fazer alguma monetização ou receber doações para investir no canal. Ter alguma autonomia para poder escolher meu futuro, pois depender única e exclusivamente do meu trabalho enquanto servidor público é pura ilusão.
Eu disse e mantenho… não quero ficar rico. Não quero tornar o trabalho do site como meu trabalho principal, mas não gostaria que fosse algo pro-bono.
E não seria justo continuar o trabalho sem admitir isto para a audiência que já tenho. Então, vou sair em busca de patrocínio, vou em busca de parcerias reais e vou tentar tornar o UBQ algo com conteúdo e qualidade.
E – principalmente – sustentável.
Meu nome é Ricardo Marques e sou o criador e editor do site UBQ – Um Blog Qualquer. Produzo textos, vídeos e podcasts… conteúdo para mídias digitais. Estou em busca de parcerias, contribuições e patrocínios para produzir um conteúdo com ainda mais qualidade.
Sempre respeitando o direito de opinar, concordar, discordar… livremente.
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