Andei zapeando por aí em alguns sites da internet. E numa destas zapeadas cheguei ao ótimo site Radiofobia. É um excelente site que transmite programas de humor no formato podcast. Os caras falam sobre diversos assuntos e recebem convidados bem bacanas. Vale a pena a visita.
Mas o que me chamou a atenção foi um podcast específico sobre um programa que eu era muito fã na década de 80 (sim… século passado!): O “Djalma Jorge Show”.
Estamos falando de um tempo em que a rádio FM passava por uma crise de identidade. A rádio Jovem Pan FM (na época, Jovem Pan II) estava em uma crise de audiência e a solução foi recorrer ao que se convencionou chamar “Radio Nonsense”.
Aliás, um adendo: o rádio FM daquela época não é nada do que você vê hoje. Para começo de conversa, a rádio encerrava suas transmissões à meia noite. A rádio interrompia sua programação e retornava somente no início da manhã. Além disso, rádio FM era lugar de música e programação musical. Nada de noticiários como CBN, BandNews e similares… e nem a rádios com programação religiosa estavam por ali.
Enfim, a ideia do Rádio Nonsense era rechear a programação com humor. E para isso, surgiam os personagens, as imitações e os humorísticos. Pois é… se você pensava que o Pânico foi o pioneiro… você está redondamente enganado.
E dentro deste contexto, surgiu o DJ Djalma Jorge (o nome não é uma coincidência). Personagem criado por Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho. Não sabe quem é? Bom, ele também atende pelo apelido “Tutinha”. Ainda não sabe? Oras… o filho do Tuta.
E QUEM DIABOS É O TUTA?!?!?!
Tuta é o apelido do Antonio Augusto Amaral de Carvalho (Pai). Filho do Paulo Machado de Carvalho… que é o cara que, além de dar nome ao Estádio do Pacaembu, foi o fundador da Rede Record de Televisão e também ficou conhecido como o “Marechal da Vitória, por ter chefiado a delegação de futebol na Copa do Mundo de 1958 (mas isto é outra história). Ah sim… ele também comprou a rádio Panamericana… àquela que deu origem em 1965 à Rádio Jovem Pan. Portanto, o Tutinha é ninguém menos que o filho do dono da rádio Jovem Pan. Aliás, hoje, ele é o dono, o seu Tuta se aposentou. Então o Tutinha é o presidente da Rádio Jovem Pan. Nada como ter o pai dono de rádio, não?
Enfim… o Djalma Jorge foi uma criação do Tutinha. Ele surgiu na programação da rádio nas noites de sábado como uma espécie de aquecimento para a noitada do final de semana. Era um programa de humor. Com algumas músicas entre os esquetes do nosso DJ (o seu DJlhes Favoritolhes) favorito. Não lembro exatamente dos quadros do programas, mas lembro-me de Ciliano, Ciliano (ou será Siliano?) com sua escalada de notícias jornalísticas e o seu “Jornal Naciobral”; lembro de querido Chefe Bródi; Talaco e Odilon com suas aulas de inglês, Mister San; entre tantos outros...
No programas algumas esquetes eram produzidas sobre o selo “Djalma Jorge Produções”. E então tínhamos histórias divertidíssimas: “Gasparzinho, o fantasma cambarada”, “Carlos, o mudo”, “Professor Formiga” e o grande clássico de todos os tempos o “Um minuto de bobeira”.
E o Djalma Jorge… reclamando da “télica”. Com inserções comerciais (algumas reais como a Jeans Omino aproveitando o bordão “Ôôô mina, Ôôô mino”) como “Hihihi… sabe aquelas horas que você ouve aquele barulhinho chato que fica o tempo todo ao seu redor, amolando você? Sabe o que é isso? Mosca… Elas enchem o saco”. Totalmente nonsense.
Mas divertido… e para um adolescente que estava em casa no sábado a noite. Era um programa imperdível.
Sim… post extremamente saudosista.
Para conhecer uma bela história sobre o Djalma Jorge, ouçam o podcast do Radiofobia. Vale a pena!
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