29 de novembro de 2014

A UNIVESP e seus alunos cobaias (parte II)

Se você não leu a parte I deste texto, aqui está sua oportunidade. Se você já leu, então vamos em frente…

Sou mesmo um incorrigível… a primeira parte do texto levantou questões muito legais por parte de alguns colegas. Acabei me empolgando e por sugestão de uma colega do curso, criei um grupo no Facebook para abarcar as diversas opiniões sobre o que está acontecendo.

banner2_facebook

Temos que reconhecer algo importante: a UNIVESP está testando algumas metodologias para verificar a que melhor funciona para um curso desta amplitude. E neste sentido, os alunos desta primeira turma estão funcionando como cobaias.

Alguns disseram que o conteúdo das aulas é ótimo e que o que está faltando é organização.

Eu discordo…

Falta sim organização. Mas o conteúdo de algumas aulas deixa a desejar. E também a expectativa versus realidade de alguns alunos acabou desequilibrada. Principalmente em inglês e matemática.

No meu caso, tenho a dizer que as aulas de letramento digital deixaram muito a desejar. A didática dos professores não foi adequada para um grupo de alunos digitalmente iletrados (inventei essa agora…). Muitas coisas importantes foram abordadas superficialmente e muitas coisas inúteis foram abordadas com profundidade.

O próprio curso me ensinou que uma pessoa letrada conhece e sabe utilizar o seu aprendizado. O curso versou apenas por elencar algumas ferramentas e fatos históricos. Se a pessoa vai usar um computador, precisa saber abrir um aplicativo, utilizá-lo de modo geral, salvar e organizar seus arquivos e utilizar a internet como uma ferramenta.

Em alguns momentos, o curso errou conceitualmente em algumas coisas (HD e memórias são componentes distintos…  software é o conjunto de todas as aplicações de um computador… entre outras imprecisões). Mas eu até compreendia a proposta: mostrar o esquema geral.

Bom… na minha opinião isso é um erro. O computador é principal ferramenta de trabalho no aprendizado deste curso. Não tratar o conteúdo de modo preciso e com elementos que se mostrem úteis na prática, é uma tremenda perda de tempo.

No caso das aulas de cultura brasileiras (um tema bastante amplo e interessante) o professor não se preocupou em despertar o senso crítico dos alunos. Ele palestrou… palestrou a opinião dele. O que ele acha certo ser abordado em termos de cultura.

E é um direito dele… assim como é meu direito discordar do formato em que as aulas se apresentaram. Carnaval e Boi-bumbá não são as únicas referências culturais brasileiras. Também é perigoso misturar política com cultura. É verdade que a primeira interferiu na segunda em alguns momentos históricos do Brasil. Mas o curso em questão é uma licenciatura em Ciências Naturais… não um curso de Sociologia.

Já o curso de inglês criou uma expectativa equivocada por parte da maioria dos cursistas… Alguns entenderam que o curso de inglês funcionaria como um aprendizado de uma segunda língua. O que não é possível dado a natureza de nosso curso.

Na verdade, a ideia (e eu concordo com isto) é que o aluno consiga ter a compreensão geral de um texto em inglês. Não seremos fluentes na língua. Teremos um bom entendimento… mas não fluência. E de fato muitos se frustraram com essa realidade.

Mas devo acrescentar que os exercícios estão um tanto básico demais. Não está sendo exigida a leitura intensiva de textos, a criação de um vocabulário básico. Uma boa maneira de compreender inglês é ler textos, ver filmes de língua inglesa com legendas em inglês… isso cria uma compreensão dos fonemas e dos contextos em que algumas palavras estão.

Do jeito que está, basicamente somos utilizadores disfarçados do Google Translator…

Por fim, matemática… mas onde por a culpa? No conteúdo das aulas que parece ser impróprio ou na defasagem de nosso ensino médio ou ainda nos anos em que muitos estiveram afastados da escola?

Tenho a impressão que as aulas e as tarefas não estão em consonância…

Novamente, não está havendo comunicação. Em grande parte não temos a quem recorrer porque os tutores estão concentrados na tarefa de orientar a realização do projeto integrador. Não estamos discutindo nossas dificuldades no espaço que teríamos para isso. Estamos apenas preocupados em atender os prazos.

E isto é muito preocupante…

Ah sim… este texto continua…

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...