30 de novembro de 2014

Eu vi o maior espetáculo da Terra!!!

Quarta-feira, 26/11, 21h00 no estádio do Parmêra, foi onde realizei um dos maiores sonhos da minha vida e o de qualquer cara pirado por rock (por boa música, pra falar a verdade). Meu encontro com a nobreza inglesa, o maior espetáculo da Terra, Paul McCartney ao vivo.

Expectativa e ansiedade definiram meu dia todo até a entrada no estádio. Uns 10 minutos após a entrada, eis que começa a chuva no estádio. Pra lavar a alma dos amantes da boa música. A espera é sempre angustiante, mas a recompensa vale cada minuto.

Com aproximadamente 40 minutos de atraso, Sir Paul McCartney sobe ao belo palco ao lado de sua indefectível banda e qualquer angústia pela espera se esvai. Empunhando seu fiel companheiro, o lendário baixo Hofner Icon e com uma disposição do alto dos seus 72 anos de fazer inveja a muito moleque por ai, começa em ritmo frenético com a cacetada (urrada a plenos pulmões por este escriba) "Magical Mistery Tour", o que por si só já me deixa atônito, pois não tinha ideia de que essa entraria em qualquer setlist (embora o cara tenha tantas opções que todos os shows seriam uma nova surpresa). Cantando como nunca, engolindo seu contrabaixo com a mesma fúria e destreza de sempre, e mostrando porque era o melhor músico dos fab-four (em termos de competência, habilidade e musicalidade), reveza entre violões (de 6 e de 12 cordas), guitarras, piano e até ukulelê (na homenagem ao eterno George Harrison, "Something"). Todas as pessoas importantes para o cara merecem a devida homenagem e momento de carinho: George como disse acima, Lennon em "Here Today", Linda em "Maybe I'm Amazed" e sua atual esposa Nancy em "My Valentine" (com um clipe genial que conta com Johnny Depp e Nathalie Portman interpretando a letra da música em linguagem de sinais. Coisa de gênio).


Paul faz um passeio desenvolto por toda a sua carreira, sua fase com os Wings, a fase atual (o disco mais recente tá animal, fora de brincadeira) e a fase Beatle, que a cada nova canção tocada, é comemorada por todos como gol em final de copa do mundo. Paul sabe dosar as fases com maestria e consegue agradar a todos. Traz pirotecnia e explosões em "Live and Let Die" (com direito a canhões no palco e fogos de artifício do lado de fora do estádio. De fazer muita banda metida a espetáculos mais teatralizados corar de vergonha. Paul te ganha pelo simples, isso aqui é só um plus).   Encerra a primeira parte com "Hey Jude" (vejo emoções e lagrimas por todos os lados e as quase 50 mil pessoas cantando o "Na na na" mais famoso da história do rock como se não houvesse amanhã. Coisa linda) e ainda volta pra mais dois "bis", encerrando de maneira épica com "Helter Skelter" e "The End".


Paul tem controle total da situação. Rege tudo como um maestro, banda e público, é o soberano dos palcos e faz do seu ganha pão um espetáculo mais do que digno da grandiosidade que se espera de verdadeiros artistas (o que esse cara faz desde o começo dos anos 60 é arte pura, feita com competência e alma, o que não é pra todos).

Apagam-se as luzes do palco, já era o fim (dessa vez sem bis), só vejo sorrisos, de todos os lados. Já passava da 0h30, um monte de gente não tinha a menor ideia de como voltaria pra casa, mas assim como eu, saiu do belo estádio do Parmêra com a alma lavada, pela perfeição musical e pela chuva. Revigorante como cachoeira, mágico como só o rock é capaz de ser.

Set list:
1- Magical Mystery Tour
2- Save Us
3- All My Loving
4- Listen to What the Man Said
5- Let Me Roll It
6- Paperback Writer
7- My Valentine
8- Nineteen Hundred and Eighty-Five
9- The Long and Winding Road
10- Maybe I’m Amazed
11- I’ve Just Seen a Face
12- We Can Work It Out
13- Another Day
14- And I Love Her
15- Blackbird
16- Here Today
17- New
18- Queenie Eye
19- Lady Madonna
20- All Together Now
21- Lovely Rita
22- Everybody Out There
23- Eleanor Rigby
24- Being for the Benefit of Mr. Kite!
25- Something
26- Ob-La-Di, Ob-La-Da
27- Band on the Run
28- Back in the U.S.S.R.
29- Let It Be
30- Live and Let Die
31- Hey Jude
Bis
32- Day Tripper
33- Get Back
34- I Saw Her Standing There
Bis
35- Yesterday
36- Helter Skelter
37- Golden Slumbers

Logo menos tem mais, até.

29 de novembro de 2014

A UNIVESP e seus alunos cobaias (parte II)

Se você não leu a parte I deste texto, aqui está sua oportunidade. Se você já leu, então vamos em frente…

Sou mesmo um incorrigível… a primeira parte do texto levantou questões muito legais por parte de alguns colegas. Acabei me empolgando e por sugestão de uma colega do curso, criei um grupo no Facebook para abarcar as diversas opiniões sobre o que está acontecendo.

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Temos que reconhecer algo importante: a UNIVESP está testando algumas metodologias para verificar a que melhor funciona para um curso desta amplitude. E neste sentido, os alunos desta primeira turma estão funcionando como cobaias.

Alguns disseram que o conteúdo das aulas é ótimo e que o que está faltando é organização.

Eu discordo…

Falta sim organização. Mas o conteúdo de algumas aulas deixa a desejar. E também a expectativa versus realidade de alguns alunos acabou desequilibrada. Principalmente em inglês e matemática.

No meu caso, tenho a dizer que as aulas de letramento digital deixaram muito a desejar. A didática dos professores não foi adequada para um grupo de alunos digitalmente iletrados (inventei essa agora…). Muitas coisas importantes foram abordadas superficialmente e muitas coisas inúteis foram abordadas com profundidade.

O próprio curso me ensinou que uma pessoa letrada conhece e sabe utilizar o seu aprendizado. O curso versou apenas por elencar algumas ferramentas e fatos históricos. Se a pessoa vai usar um computador, precisa saber abrir um aplicativo, utilizá-lo de modo geral, salvar e organizar seus arquivos e utilizar a internet como uma ferramenta.

Em alguns momentos, o curso errou conceitualmente em algumas coisas (HD e memórias são componentes distintos…  software é o conjunto de todas as aplicações de um computador… entre outras imprecisões). Mas eu até compreendia a proposta: mostrar o esquema geral.

Bom… na minha opinião isso é um erro. O computador é principal ferramenta de trabalho no aprendizado deste curso. Não tratar o conteúdo de modo preciso e com elementos que se mostrem úteis na prática, é uma tremenda perda de tempo.

No caso das aulas de cultura brasileiras (um tema bastante amplo e interessante) o professor não se preocupou em despertar o senso crítico dos alunos. Ele palestrou… palestrou a opinião dele. O que ele acha certo ser abordado em termos de cultura.

E é um direito dele… assim como é meu direito discordar do formato em que as aulas se apresentaram. Carnaval e Boi-bumbá não são as únicas referências culturais brasileiras. Também é perigoso misturar política com cultura. É verdade que a primeira interferiu na segunda em alguns momentos históricos do Brasil. Mas o curso em questão é uma licenciatura em Ciências Naturais… não um curso de Sociologia.

Já o curso de inglês criou uma expectativa equivocada por parte da maioria dos cursistas… Alguns entenderam que o curso de inglês funcionaria como um aprendizado de uma segunda língua. O que não é possível dado a natureza de nosso curso.

Na verdade, a ideia (e eu concordo com isto) é que o aluno consiga ter a compreensão geral de um texto em inglês. Não seremos fluentes na língua. Teremos um bom entendimento… mas não fluência. E de fato muitos se frustraram com essa realidade.

Mas devo acrescentar que os exercícios estão um tanto básico demais. Não está sendo exigida a leitura intensiva de textos, a criação de um vocabulário básico. Uma boa maneira de compreender inglês é ler textos, ver filmes de língua inglesa com legendas em inglês… isso cria uma compreensão dos fonemas e dos contextos em que algumas palavras estão.

Do jeito que está, basicamente somos utilizadores disfarçados do Google Translator…

Por fim, matemática… mas onde por a culpa? No conteúdo das aulas que parece ser impróprio ou na defasagem de nosso ensino médio ou ainda nos anos em que muitos estiveram afastados da escola?

Tenho a impressão que as aulas e as tarefas não estão em consonância…

Novamente, não está havendo comunicação. Em grande parte não temos a quem recorrer porque os tutores estão concentrados na tarefa de orientar a realização do projeto integrador. Não estamos discutindo nossas dificuldades no espaço que teríamos para isso. Estamos apenas preocupados em atender os prazos.

E isto é muito preocupante…

Ah sim… este texto continua…

A UNIVESP e seus alunos cobaias (parte I)

Pergunta rápida: quantas universidades públicas estaduais existem em São Paulo?

Hmmm… USP, Unicamp e Unesp? Errou…

Pois é… são quatro. Temos também a UNIVESP. Mas o que diabos é a UNIVESP? Eu já falei sobre ela no meu blog onde posto o meu portfólio de aprendizado. Sim… atualmente eu sou um aluno da UNIVESP. Curso de Licenciatura em Ciências Naturais.

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Já falei (e falo) bastante sobre a estrutura da UNIVESP por lá. Quem tiver interesse faça uma visita. Desde já, agradeço seu interesse.

Mas hoje quero falar sobre as dificuldades do curso… especialmente sobre as dificuldades do corpo discente. Isto é, os alunos.

Recentemente, surgiu uma torrente de e-mails criticando a atual estrutura do curso. Em linhas gerais, muitos estão criticando a excessiva carga de trabalho com infindáveis atividades (portfólio, projeto integrador, etc…). Alguns estão criticando também o foco do curso, salientando que não estão conseguindo aprender. Outros ainda estão criticando a falta de organização da instituição.

Temos ainda os defensores do sistema. Alguns até estão sendo ríspidos em suas colocações, colocando a culpa na falta de organização dos alunos.

Como em toda grande aglomeração, todos querem ter razão sobre seus pontos. Mas eu creio que neste momento – antes da crítica maciça – acho importante entender o ponto de vista de quem está sufocado pela carga excessiva de trabalho.

A estrutura atual e seus problemas

O aluno da UNIVESP atualmente tem que cumprir um cronograma de atividades em cada uma das disciplinas que está cursando. Temos acesso a um sistema (ambiente) virtual de aprendizagem que dá acesso ao cronograma, aos vídeos das aulas e aos materiais didáticos aplicáveis. Temos também algumas atividades que devem ser trabalhadas e enviadas para correção. Além disso, temos que elaborar um portfólio (uma espécie de resumo) das atividades que desenvolvemos para cada aula.

Como toda atividade planejada, é claro que existe um prazo para a produção deste material de aprendizado. E aí reside o primeiro problema: no 1° bimestre  o prazo estipulado vencia no final do bimestre. Para este 2° bimestre o prazo é semanal. A cada semana um rol de atividades deve ser desenvolvido.

Tipicamente, cada semana corresponde de uma a quatro aulas, dependendo da disciplina. Para cada aula temos de 1 a 4 vídeos com duração média de 18 minutos. Para eu resumir a história, em uma semana típica temos uns 12 vídeos para assistir, totalizando 216 minutos (praticamente 3,5 horas). E além dos vídeos, temos a leitura dos materiais didáticos que pode variar de um documento de 3 páginas feito no Word até um (ou mais) artigos científicos com várias páginas de leitura.

Além da visualização das aulas e da leitura dos textos, ainda temos que produzir o material do portfólio, a resolução das atividades e o fechamento, com a reflexão do aprendizado.

Eu já passei por isto em outras graduações (sim… alguns usaram o argumento de autoridade de que eram graduados ou pós-graduados para justificarem suas opiniões) e sei que desenvolver um assunto para aquisição de conhecimento demanda tempo, demanda reflexão e análise.

Não sou pedagogo e também não sou autoridade da área da educação. Mas tenho uma opinião… Do ponto de vista de aprendizado, o esquema proposto é ótimo. Ele permite que você tenha contato com a visão inicial do conteúdo (a aula do professor) e apresenta material complementar para você ampliar sua visão, refletir sobre o que está sendo apresentado, para enfim, gerar o seu conhecimento.

É um esquema que funciona. Eu vi isto quando cursei medicina na UNICAMP. Eu vi isto quando cursei biologia na USP.

O "problema" é que este esquema pressupõe um pré-requisito básico: disponibilidade de tempo.

Li mensagens de uma "colega" que chegou ao absurdo de sacramentar que tinha tantas horas para o trabalho, tantas horas para alimentação, tantas horas para descanso e tantas horas para estudo. Que a culpa estava em quem não conseguia se organizar e que deveriam parar de ficar chorando.

Um recado a esta "colega"… pode ser que você até consiga fazer tudo dentro do prazo, mas dúvido que você tenha aprendido qualquer coisa. Uma coisa eu tenho certeza de que não aprendeu… a ter empatia… não aprendeu a se colocar no lugar dos outros para entender suas dificuldades.

Eu tenho alguma experiência com cursos de graduação (afinal foram três e todas em universidades públicas) então creio que tenho algum domínio sobre o assunto. Existem duas maneiras de se fazer qualquer atividade: a bem feita e a mal feita. Podemos nos enganar, e acreditar que algo está sendo feito. Ou podemos nos indignar e demonstrar que algo está errado.

Eu prefiro fazer a coisa do jeito bem feito… então vou me indignar e demonstrar o que creio estar errado.

Não tenho vergonha de dizer: não estou dando conta porque não consigo ter tempo hábil para desenvolver de forma plena todos os conteúdos apresentados. Eu trabalho, tenho família, tenho meus afazeres domésticos, tenho meus momentos de diversão e tenho a faculdade. O tempo é exíguo e muitas vezes o conteúdo para ser compreendido precisa ser visto e revisto.

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E não é falta de organização ou planejamento. Para fazer bem feito, preciso de tempo. Para fazer de qualquer jeito, preciso apenas de três horas na frente do computador.

Portanto, não me venham com esta conversa de que basta de organizar… a impressão que tenho é que os responsáveis pela criação do curso fizeram um belo trabalho de criação. E agora estão usando esta primeira turma para aparar as arestas e adequar o curso. Equilibrar a questão entre expectativa e realidade.

É um curso semi-presencial e deve ser visto como tal. É um curso que conta muito com o trabalho individual, mas cabe também a instituição dosar o conteúdo ao perfil dos alunos e encontrar o meio termo.

Bom… escrevi demais hoje. Esse artigo continuará. Ainda quero falar sobre o projeto integrador, o conteúdo de algumas disciplinas e sobre a construção do portfólio. Mas isto ficará para outro texto.

P.S.: sim… eu poderia usar o tempo gasto para a construção deste texto me dedicando às atividades do curso. Mas é que… sabe como é… tenho este defeito terrível de querer melhorar as coisas… Fui membro de Centro Acadêmico por quatro anos… então certos hábitos a gente têm dificuldade em perder.

28 de novembro de 2014

Black Friday ou novamente uma Black Fraude?

O povo brasileiro tem uma mania persistente de incorporar valores e tradições culturais de outras paragens. O Black Friday é mais uma destas incorporações. A origem do evento tem a ver com o dia de Ação de Graças, celebrado principalmente nos EUA e Canadá.

O Brasil não tem em sua tradição cultural a Ação de Graças… nem Halloween… mas gostamos de incorporar estas coisinhas.

Fato é que desde 2010 o Black Friday está no calendário informal do comércio brasileiro. E fato é que o brasileiro deu seu famoso jeitinho para que a Black Friday não fosse tão black assim…

A ideia do evento é vender produtos com descontos realmente consistentes. Coisa grande: 40%, 50%… enfim. O evento é tão esperado nos EUA que algumas lojas precisam controlar o fluxo de clientes para a coisa não virar tumulto.

Aqui criou-se uma política de descontos maquiados. A tática consiste em anunciar um produto com um valor nominal maior e em cima deste valor, aplica-se um desconto grande.

Como funciona isso? Imagine um produto qualquer que custe normalmente R$ 100,00. Aí a loja anuncia o produto com um valor maior que o normalmente praticado… digamos R$ 160,00. Aí, a loja em cima deste preço inchado, aplica um descontão… 40%. Com o mega desconto, o produto passa a custar R$ 96,00. O consumidor que não tem o hábito de observar a oscilação do preço durante um período, acaba achando isto uma promoção sensacional. E efetua a compra. Na verdade, o desconto foi bem menor… apenas 4%.

Fraude? Tecnicamente não… um lojista tem o direito de aplicar o preço que quiser sobre seus produtos. Vale o mesmo para os descontos, desde que não caracterize dumping que é a prática de colocar produtos abaixo do preço de custo com o intuito de eliminar a concorrência. Obviamente, muita gente percebeu a jogada dos lojistas e passou a chamar o evento de “Black Fraude”. Alguns criaram até um slogan: Tudo pela metade do dobro do preço.

Não é uma fraude… mas é um abuso…

A impressão é que ninguém fiscaliza. Órgãos de proteção ao consumidor como o PROCON ou então o ReclameAqui tentam fazer uma espécie de fiscalização. Alguns lojistas por sua vez, usam produtos como chamarizes. Eles aplicam descontos reais em poucos produtos e maquiam os descontos em produtos mais desejados. Fica difícil fiscalizar deste jeito…

E provavelmente vai acontecer de novo… Provavelmente… o Procon-SP já divulgou uma lista de sites pouco confiáveis. Os grandes sites estão de fora… mas parece que a inflação forçada dos preços já começou.

Eu confesso que não me programei para comprar nada por ocasião da Black Friday. Mas quero relatar meu pequeno exemplo. Como escrevi anteriormente, eu acabei comprando um tablet… Por se tratar de uma experiência optei por um dos mais baratos do mercado que tenha alguma qualidade. Comprei um TecToy Veloce.

Depois de muito pesquisar, encontrei o produto no site do Shoptime pelo melhor preço: R$ 236,81. Comprei o produto… que inclusive já chegou (em breve escreverei uma resenha sobre o mesmo).

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E aí estou acompanhando a evolução do preço para ver se o desconto será potencialmente maquiado… Bom, o mesmíssimo tablet na mesma loja está custando hoje R$ 379,00.

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Agora, imagine no dia da Black Friday um desconto bom… 40%. O preço do tablet será de… R$ 227,00.

Curioso, não é?

Enfim… eu me dei o trabalho de acompanhar o preço do tablet… e ele ganhou desconto de Black Friday. Bem menor do que eu imaginava:

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Olhei também preços de outros tablets que pesquisei e eles também estão mais caros do que na semana passada.

Considerando a história do evento no Brasil… pelo visto teremos mais do mesmo…

Ou – como alguns preferem – tudo pela metade do dobro do preço…

27 de novembro de 2014

Um traidor da causa…

Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Então vou começar meu texto com a seguinte imagem:

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É… é isso mesmo que vocês estão vendo…

Sim… é um tablet.

Sim… com sistema operacional Android.

Não… não é uma pegadinha.

Para aqueles que me conhecem ou acompanham o blog sabe que antes de mais nada sou um defensor e entusiasta da plataforma Windows Phone. Para quem já falou comigo sobre o assunto, sabe que em meus planos malucos eu tinha o Lumia 2520 como alvo. Ou até mesmo o HP Stream 8 (se ele vir para o Brasil).

São tablets com sistema operacional Windows 8…

Por vezes, eu critiquei o Android. Comentei que aparelhos com configurações robustas poderiam até rodar bem o sistema, mas a relação custo x benefício não era interessante.

Falei da simplicidade de uso do Windows Phone.

Reclamei que a Nokia lançou um tablet baseado em Android.

E mesmo depois de tudo isso… eu comprei um tablet Android…

E nem é um tablet dos mais robustos. Pelo contrário… sua configuração é digna de um tablet de entrada. Tudo bem que eu pesquisei muito a questão da configuração com o preço. No final das contas, este Tablet da Tectoy (o modelo é o Veloce TT-5000i) e custou R$ 230,00. Bem longe de qualquer configuração topo de linha.

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Tem explicação?

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Bom… tem sim. Não é lá muito boa (pelo menos para meus critérios), mas terá que servir no momento.

Em primeiro lugar, mantenho tudo o que disse sobre as plataformas Android e Windows Phone. Comparativamente, o WP é mais dinâmico, mais amigável e mais estável. Ainda mantenho que o sistema Android é fragmentado (dependendo do processador utilizado no aparelho, alguns apps não rodam) e se eu tivesse R$ 1.800,00 para bancar um Lumia 2520, teria comprado um.

Aliás, o primeiro motivo é esse: grana… Os tablets baseados no Windows são caros à beça por aqui. Existem opções econômicas. A HP dispõe de um modelo nos EUA chamado HP Stream 7. Não custa mais que US$ 100,00 (R$ 265,00 no câmbio atual)

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Eu até perguntei pra HP Brasil (via Twitter) se eles trarão o modelo para cá… mas o que recebi foi uma daquelas respostas padronizadas de relações públicas.

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Enfim… o mercado pertence ao robozinho verde. Ele não tem concorrência em todos os segmentos de mercado.

Outro motivo é o descaso das lojas, serviços (jornais, tv, bancos) para o ambiente WP. Tudo o que você procura é desenvolvido prioritariamente para Android ou iOS (Apple). Mesmo os desenvolvedores que fazem apps para o WP não divulgam. Já relatei aqui o caso da Amazon.

Quero ler o jornal O Estado de S.Paulo mas não existe app para o WP. Para ler o Estadão Digital tenho que acessar o computador a toda hora e baixar o jornal em PDF. Revista Veja se eu assinasse teria o mesmo problema. Revistas da Abril só no formato ePub e sem aplicativos para o WP.

O WP tem muito aplicativo bom e funcional. A Google boicotou o WP bloqueando o app do YouTube, mas tem ótimas opções por lá (MetroTube, Tubecast, entre outros). Alguns apps são até melhores que o app oficial (o Instagram é horroroso perto do 6tag… uma salva de palmas para Rudy Huyn, outro evangelizador do Windows Phone que criou o app).

Mas o mercado (isto é, o dinheiro) é quem manda. E aí, tudo o que você procura de app de serviços complementares ou é iOS ou é Android.

E eu cansei de ficar procurando alternativas… preciso fazer as coisas da faculdade com alguma praticidade. Não posso fazer tudo no smartphone e não dá pra carregar o laptop o tempo todo.

E também não posso ficar toda madrugada no computador…

Por fim, tem uma questão chamada empatia. Eu critico muito o sistema Android, mas será que sou capaz de me colocar no lugar de um usuário do Android e entender seus dilemas e problemasl, para quem sabe, ter melhores argumentos ao falar sobre o Windows Phone.

Aprendi isso numa aula da faculdade na disciplina Sociedade, Tecnologia & Inovação. Para ser capaz de falar sobre tecnologia, eu tenho que usar a tecnologia.

E por estas razões, hoje tenho um Android também…

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Estou fazendo alguns testes no bicho e pretendo postar um review sobre ele. Vou usá-lo para estudar (ver os vídeos da faculdade e ler os textos), ler jornais, atualizar o twitter, mexer no blog… e vamos ver no que dá.

Não acho que eu tenha traído a causa… se me perguntarem o que comprar, minha resposta será óbvia… um Windows Phone ou um tablet com Windows 8.

Mas por enquanto é um fato que terei que engolir tudo o que falei. Agora eu também uso Android…

Eu disse lá no início que a explicação não era lá tão boa…

Mas é esta que eu tenho… e terá que servir.

18 de novembro de 2014

Do Nokia Lumia para o Microsoft Lumia

Faz tempo que não escrevo um texto, digamos, leve… Cansei de escrever sobre problemas e mais problemas. Então desta vez falarei um pouco de tecnologia.

Já tem alguns anos que muitos analistas atestam que estamos vivendo uma transição. O computador tradicional de mesa (também conhecido como desktop deu lugar a computação portátil. Aí os laptops (ou notebooks) tiveram uma boa redução de preços e até mesmo surgiram variações enxutas (que os departamentos de marketing das empresas denominaram netbooks) a preços bem convidativos.

Aí veio a Apple… com algumas ideias diferentes… aliás, o grande barato da Apple não é inventar novas tecnologias (nem o smartphone, nem os tablets, nem os iPod's foram invenções genuinamente Apple), mas sim criar uma demanda para algo que já existia. Para mim, a genialidade do Steve Jobs era a de criar a necessidade de um produto… e não o produto em si.

Em bom português: a Apple não inventou o mp3 player, nem o tablet e muito menos o smartphone. Mas a Apple foi a responsável por popularizar estes dispositivos com seu iPod, com o iPad e com o iPhone.

Seja como for, surgiram os tablets, os smartphones e a moda agora são as pulseira e relógios inteligentes…

Alguém pode perguntar: "E o Google Glass?". Minha resposta: acho que a Google está perdendo o timing do seu produto… um indicativo disto é a notícia deste link.

Quem me conhece sabe que sou um ardoroso defensor do ambiente Windows… especificamente o Windows Phone. Há alguns anos atrás, eu defendi que um smartphone era desnecessário.

Isto me coloca no mesmo patamar das falácias proferidas por alguns personagens icônicos da história da tecnologia da informação. Um bom exemplo disto é a desastrosa fala de um ex-presidente da Digital Equipament que afirmou que não existiam motivos para uma pessoa ter um computador em casa. Outras frases igualmente infelizes podem ser vistas neste link.

Acabei entrando na era dos smartphones pelas mãos da Microsoft. Comecei com um Lumia 710 da Nokia e depois migrei para um Lumia 720. Dois celulares espetaculares. Nesse meio tempo acabei convencendo outras pessoas que apostaram também nos Lumias (afinal, nesse meio tempo, o Windows Phone virou sinônimo de Lumia).

E faz um bom tempo que não falo dos Lumias por aqui… muita coisa aconteceu. Já estamos na terceira geração do Windows Phone (se considerarmos as versões 7.x, o 8 e o 8.1). Aparentemente, Samsung e LG desistiram da plataforma, mas ao mesmo tempo outras como HTC e BLU resolveram apostar no sistema.

O que está acontecendo agora é o fim de uma era. Já foi noticiado há um bom tempo que a Nokia foi comprada pela Microsoft. Aliás, nota curiosa… a notícia foi divulgada em 03/09. Data do meu aniversário.

Hum… não foi um presente tão bom assim.

E mesmo após esta compra, os Lumias carregaram o nome Nokia. Eu ainda continuo com meu Lumia 720… Um Nokia Lumia 720.

Belíssimo aparelho…

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Mas agora, chegou o momento em que a Nokia deixa de constar nos aparelhos Lumia. Com o lançamento do Lumia 535, não vemos mais o logotipo da Nokia, mas sim o da gigante de Redmond.

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Tudo continua ali… o design, o sistema operacional, os recursos… Ainda é um legítimo Windows Phone.

Mas sou obrigado a confessar… perdeu um pouco do charme.

Salvo um grande desastre, meu próximo smartphone será um Lumia. Mas ainda vou usar muito meu Nokia Lumia 720. Mesmo porque a Microsoft confirmou que os Lumias de segunda geração serão todos atualizados para o Windows 10. A câmera me atende, áudio e vídeo são ótimos, bons aplicativos. Nada para me queixar.

O próximo Lumia aqui de casa ainda será um Nokia Lumia. Nos meus planos, gostaria de presentear minha esposa com um Lumia 730 (e ele ainda carrega o nome Nokia).

Resolvi escrever sobre isso hoje por um motivo simples: a Nokia como eu conheci deixou de existir oficialmente para mim. A empresa filandesa ainda está lá. Mas a questão é que a Nokia desistiu da plataforma Windows Phone. E resolveu jogar arriscado: vendeu toda sua divisão mobile para a Microsoft e só poderá atuar no mercado de telefonia após 2016.

Mas nada se falou sobre tablets… e foi com um tablet que a Nokia retornou hoje ao mercado. Apresentou ao mundo o N1. Seu tablet que roda… o Android.

Nokia N1 com Android 5.0… Divulgação ® Nokia

E de novo… vou repetir… perdeu um pouco do charme.

Para mim, a Nokia sempre foi uma referência por ser diferente. Ao invés de outras gigantes do mercado, ela sempre optou pela inovação. Foi assim quando lançou seus celulares gladiadores praticamente indestrutíveis, continuando com o Symbian e até mesmo nos tempos do Windows Phone, quando foi a única que realmente investiu no sistema.

E agora, a Nokia – talvez pressionada pelos acionistas que obviamente priorizam seus lucros – abdicou desta inovação. Preferiu se tornar apenas "mais uma" no concorrido mercado dos dispositivos Android.

Pois é… perdeu todo o charme…

Mas a marca tem seus fiéis seguidores e o Android tem um grande mercado. Talvez a Microsoft nunca se recupere da decisão tardia de criar sua plataforma mobile. Mas tem tomado boas decisões para melhorar sua participação (tornou a licença do Windows gratuita para dispositivos portáteis com tela menor que 10", simplificou o processo de publicação de aplicativos, desburocratizou o acesso dos desenvolvedores, aplicou preços mais competitivos). Está fazendo sua parte e ela tem duas coisas que faltam em muitas empresas: paciência e um bocado de dinheiro.

Levou tempo, mas ela conseguiu tornar o Xbox um console de respeito… creio que fará o mesmo com o Windows Phone. Não creio que será um líder de mercado (acho que é tarde demais para isso), mas terá bons números em suas vendas.

Sentirei falta da boa e velha Nokia.

Sentirei falta dos Nokia Lumia…

Que venham os Microsoft Lumia…

P.S.: vou deixar este link disponível para quem quiser entender um pouco mais de como a Nokia retornará ao mercado de smartphones daqui a algum tempo.

P.S.2: Para quem ainda não conhece o sistema e quer saber um pouco mais, vai aí um review de um site sabidamente crítico do Windows Phone. Nem mesmo eles conseguiram criticar o sistema. Vai também o link de um review em inglês.

12 de novembro de 2014

Ainda sobre a censura e o direito de opinar…

Segundo o Dicionário online de português, eis o signicado de censura.

s.f. Ação de controlar qualquer tipo de informação, geralmente através de repressão à imprensa.
Restrição, alteração ou proibição imposta às obras que são submetidas a um exame oficial, sendo este definido por preceitos morais, religiosos ou políticos.
Ação ou poder de recriminar, criticar ou repreender.
Exame avaliativo que se faz com o propósito de conhecer as boas qualidades ou as imperfeições de algo ou de alguém, baseado-se numa teoria ou doutrina.
(Etm. do latim: censura)

Vou ainda emprestar um trecho da Wikipedia sobre o tema.

O propósito da censura está na manutenção do status quo, evitando alterações de pensamento num determinado grupo e a consequente vontade de mudança. Desta forma, a censura é muito comum entre alguns grupos, como certos grupos de interesse e pressão (lobbies), religiões, multinacionais e governos, como forma de manter o poder. A censura procura também evitar que certos conflitos e discussões se estabeleçam.

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Em minha opinião, a censura é inimiga da liberdade de pensamento e opinião. Acho ridículo esconder ou negar aquilo que já foi dito uma vez (ou mais de uma vez). Mas existem ainda pessoas e grupos de pessoas que acreditam que controlar a informação é um meio válido.

Hum… lembrei que desconheço a história deste país… então não vi a censura no Brasil. Bom… até onde sei (e pelo visto, devo saber muito pouco), muitos políticos fazem uso deste expediente para evitar que certas verdades inconvenientes sejam expostas. Muitas organizações fazem uso da censura para impedir a crítica da própria organização.

Eu mesmo já sofri censura aqui no blog… E não foi por uma única vez…

Certa vez, escrevi sobre as agruras de ser secretário de escola, com o sugestivo título “Muito prazer! Sou secreOtário de escola”. Depois escrevi outro texto entitulado “Ainda secretário”. Por fim, escrevi um texto cujo título era “A diferença entre politizado e alienado”.

Não adianta procurar pelos links… os três textos foram censurados.

Ah sim… lembrei de outro texto censurado: “Sutilezas do serviço público”.

E mais um… “Eu blogo, tu blogas, todos blogam”

Isso é triste… mostra o quanto as pessoas e as instituições não estão preparadas para lidar com a crítica. No caso dos textos censurados, as implicações foram em meu trabalho. Aliás, foram tantas as implicações que em um momento resolvi abrir mão de opinar sobre a educação… postei isso no texto (vejam só…) “Censura”.

Aliás, o tema não é de nenhuma forma novidade. Vou aproveitar para referenciar um ótimo texto sobre a censura neste link.

Fato é que não poder opinar é algo que me deixa realmente puto da vida… (perdoem-me… sempre tento não usar palavras de calão). E já escrevi sobre isso também em um outro texto… “O direito de opinar”.

Recentemente – e mais uma vez – a censura volta a se manifestar… não a censura explícita ou opressiva… mas aquela censura velada, onde não fica muito clara as razões para tal ação de controle.

Mas também devo dizer que adotei para o blog um política bem clara quanto à reparação sobre conteúdos potencialmente ofensivos. E ela é bem simples… após manifestação eu analiso o conteúdo baseado nas alegações do requerente. E aí faço as adequações – se necessário.

Desta última vez, elas não seriam necessárias… mesmo porque citações públicas são exatamente isso… PÚBLICAS. E isso não fere o direito de ninguém.

Ocorre, no entanto, que estou cansado. Tenho mais o que fazer. E o mi-mi-mi continua…

Em bom português… estou de saco cheio desta história.

Tenho uma filha pra criar, uma esposa para fazer feliz, uma secretaria de escola pra cuidar, uma faculdade para concluir, uma saúde para cuidar… uma vida para viver em paz.

E quero um “basta” para toda esta palhaçada que se formou unicamente por conta de um radicalismo exacerbado...

Então, resolvi assentir com a manifestação. E por conta disto, alterei o conteúdo de dois dos meus textos no blog.

Mas tenho consciência de que em nenhum momento faltei com a verdade.

Em nenhum momento usei de má-fé ou de qualquer expediente ilegal.

Ponderei apenas sobre a repercurssão de uma divergência política e dos exageros que uma opinião radical pode causar…

E que, infelizmente, acabou tomando proporções inesperadas.

Tudo que sei é que pretendo voltar a cuidar da minha vida… vou encerrar este assunto. E sugiro que outros que talvez ainda estejam se sentindo incomodados, façam o mesmo.

Eu não vou me desculpar por ter opinião. Caso contrário, não teria o menor sentido ter um blog de opinião.

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