E se do nada durante esse ano de 2014, você tivesse tido a notícia de que uma das suas bandas prediletas tivesse retomado às atividades após um hiato de sete anos com uma nova formação e
lançado um disco. Qual seria a sua reação?
E se além do disco novo, você tivesse a oportunidade de vê-los ao vivo num esquema pocket-show intimista? Você iria pirar, assim como eu pirei nesta quarta-feira, 03/12. Simples assim.
Acompanhando alguns sites especializados em música, descobri sobre sua volta e fui atrás do disco novo, e que grata surpresa. Tudo o que me fazia pirar na sonoridade dos caras estava lá, mas agora com uma nova roupagem, uma nova voz. Confesso que de início estranhei um pouco,mas ao ouvir o disco repetidas vezes, acabei curtindo demais a dinâmica da banda com a voz do Ferraz.
dos caras no Facebook. Era algo restrito, lista de confirmação de presença e tal. Pra poucas pessoas. Assim que tive a minha presença confirmada, bastou esperar ansiosamente.
Na quarta-feira (03/12), chegando lá, um grande estúdio na região de Pinheiros, não sabia o que esperar, como seria, o que tocariam, seria só o disco novo? Só descobriria empiricamente. Enquanto
esperava o começo do show, os caras da banda transitavam pelo lugar numa boa, cumprimentando todo mundo, simpatia pura. Ainda antes da entrada, tive a oportunidade de trocar uma ideia com o Marco (um dos meus guitarheroes), sobre guitarras, equipamentos e sonoridades. Baita cara bacana e atencioso. Até que o mesmo Marco, nos chama pra dentro do estúdio e avisa que a brincadeira iria começar.
Abrem o show com o primeiro single do disco novo, "Sem Saída", mas a tocam com muito mais energia, muito mais pegada. Mesmo essa sendo uma música nova. já era cantada por todos, o que aumentou ainda mais o clima de proximidade entre a banda e o público. Durante o show, transitam por músicas de todos os discos ("Gram"/2004 e "Seu Minuto, Meu Segundo"/2006), e não há em
momento algum, qualquer comentário negativo sobre o jeito que o Ferraz canta essas canções. É engraçado, mas o cara está tão a vontade naquele lugar, que parece ter sido sempre ele a cantar aquelas músicas. Se adaptou às canções com uma habilidade absurda.
Mas o foco ainda é o disco novo, e essas canções funcionam muito bem ao vivo, mantem a essência do que é o Gram, mesmo sendo um novo Gram.
Em determinado momento, antes de começarem a tocar uma das novas, "Condição", Ferraz e Marco convidam a galera pra subir ao palco e se ajeitar por lá mesmo. Todo mundo aceita o convite e o palco passa a ser uma "roda de violão", tamanho clima intimista que a coisa passa a ter. Daí pra frente, não havia mais barreira alguma entre banda e público. Éramos pessoas, em um mesmo ambiente, apreciando uma das melhores bandas que a música brasileira foi capaz de nos proporcionar. Mas o ápice (ao menos pra mim), veio ainda depois.
Ao anunciarem a música que encerraria o setlist, a clássica "Você pode ir na janela", todo mundo se empolga e ela é cantada em uníssono por todos os presentes. Não satisfeito, Ferraz chama um cara da plateia pra cantar em seu lugar. Outro rapaz sobe também. Quando menos imagino, Marco, tira seu microfone do pedestal e o dá na minha mão, me chamando pra participar da festa.
Sensação indescritível.
Fazer parte da festa que foi, e ainda ter a honra de subir ao palco e participar do show de uma das suas bandas preferidas, é história pra contar aos netos.
O Gram nos mostrou que uma banda de verdade não é feita apenas por bons músicos, mas sim por gente de verdade, e por uma cacetada de virtudes que são raras nos dias de hoje: simpatia, humildade, veracidade, além do talento, que eles tem de sobra.
Fim de show, todos com sorriso de orelha a orelha, já sedentos pela próxima apresentação. Fotos, autógrafos e convite pra ficar e tomar mais uma com os caras (pena que já tava quase no fim do horário do metrô, senão ficava, com certeza).
Longa vida ao Gram!!!
Logo menos tem mais, até.
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