Nesta última semana a cidade de São Paulo presenciou algumas manifestações populares contra o reajuste das tarifas do transporte público. Em princípio, os manifestantes criaram algum barulho, mobilizaram simpatizantes e bloquearam algumas vias públicas importantes.
E isto no caótico trânsito de São Paulo…
Também em princípio, a polícia militar tratou de garantir o direito constitucional do ir e vir de qualquer cidadão.
E o confronto foi inevitável. E houve exageros de ambos os lados…
Em alguns momentos tive a impressão que a polícia e os governos municipal e estadual trataram a manifestação como um movimento de vândalos. Um amigo relatou em seu Facebook suas impressões sobre o movimento e o meu comentário foi o seguinte:
Algo está muito errado e distorcido. Ordem? Paz pública? Não entendo onde os revoltosos querem chegar impedindo o direito das pessoas de ir e vir pela cidade, mas entendo menos ainda onde a polícia quer chegar com esta reação desmedida a um movimento que - em princípio - seria apenas uma manifestação de insatisfação ao que se apresenta ao cidadão paulistano.
De qualquer forma, certo ou errado, os protestos prosseguiram. E hoje a manifestação atingiu proporções nacionais. Várias capitais pararam.
E – pelo menos em São Paulo – tudo feito pacificamente.
E uma manifestação popular desta magnitude não pode estar acontecendo sem nenhum motivo. E obviamente, o problema não é o aumento R$ 0,20 tarifa do transporte público.
Alguns partidos políticos tentaram levar vantagem com o movimento (leia-se PSTU e PSOL), mas foram rechaçados pelo movimento com palavras de ordem: “Partido não! Partido não!”
Genial… é um movimento popular de protesto… E é legítimo!
O recado é claro: o povo cansou. Cansou do descaso do poder público. Cansou do abuso do poder. Cansou de ser tratado como idiota. Cansou…
Volto a dizer: não se trata do reajuste. A questão é que o povo quer ser representado. Quer que seus anseios e valores sejam defendidos por que os representa. Quer ser ouvido…
E o aumento pode até não ser cancelado (acho que não será), mas o recado está dado: nós os elegemos, portanto, lembrem-se que vocês nos representam.
Respeitem-nos…
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