24 de maio de 2013

O fator comum

"Um homem deve procurar o que existe, e não aquilo que ele acha que deveria existir..."

(Albert Einstein)

Uma citação sempre é uma maneira elegante de começar um texto. Por coincidência, meu último texto tinha uma citação também. Isto não se tornará um hábito... Foi apenas um recurso de estilo.

A citação faz referência a materialidade da existência. Ao fato de que devemos nos apegar ao real e não ao sonho. Devemos sonhar sim, mas antes de tudo, enxergar a realidade.

No meu caso, minha realidade é um tanto dura... Não é um completo desastre e com certeza existem realidades muito mais dolorosas. Mas minha frustração existe não porque minha vida está longe da realidade que idealizei, mas porque eu tinha tudo... absolutamente tudo o que era necessário para realizar aquilo que planejei. Tinha todos os meios... o apoio financeiro... uma boa formação acadêmica... poderia ter sido médico. Poderia mesmo.

Mas faltou responsabilidade, faltou sabedoria, faltou maturidade... Embora eu dispusesse de todos os meios materiais eu estava desprovido de todos os meios, digamos, racionais...

Fiz uma cagada e tanto na minha vida. A maior delas foi ingressar em uma faculdade de medicina e ter realizado a proeza de perdê-la. Já se passaram mais de dez anos e até hoje não encontrei ninguém que tenha realizado burrada tão original quanto a minha. Agora estou cursando biologia... E de novo... Não estou dando conta do recado.

E o que me falta desta vez? Dinheiro não é uma boa justificativa pois tenho emprego, contas em dia e algum planejamento. Eu diria que não está faltando, mas não está sobrando também.

Falta de estrutura também não se justifica... Tenho a maioria dos livros solicitados pela faculdade, acesso a Internet, impressora, laptop, e-Reader... Não posso me queixar de falta de estrutura.

Então, onde está o problema?

Dizem que quando você encontra alguma coisa em comum em 4 ou 5 problemas, então na verdade, seu problema é apenas um: a coisa em comum.

Em todos os meus problemas, a única coisa em comum que encontro sou eu... E isto me leva a uma conclusão bem simples... Chega a ser absurda de tão óbvia.

Eu sou o meu único problema... O fator comum a tudo o que está errado.

E por conta disto, minha revolta... Não é fácil admitir que tudo de errado em sua vida aconteceu apenas por sua culpa. Um desastre, um acidente, uma calamidade seriam um atenuante. Mas ser o único responsável é um fardo bem pesado.

Agora que achei o problema, tenho que trabalhar na solução. E este será apenas mais um agravante. Afinal, quantas vezes na história da humanidade, o problema encontrou sozinho sua solução?

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