- Foi bloqueada a página do Facebook do humorista Danilo Gentili. Nem sei o que foi que ele disse, mas acompanho meio de longe a briga dele com setores da esquerda. Marcelo Madureira (ex-Casseta&Planeta) bate bem mais doído, mas certamente por ter mais consistência é pouco contestado. Chegar ao ponto de suspender a página de Gentili é um ato obsceno, intolerante, mesquinho e tosco - adjetivos que já foram dirigidos ao tipo de humor do ex-CQC. Gentili me incomoda por parecer um sujeito feliz. Humoristas, sambistas e professores de matemática são tão melhores quanto forem melancólicos. Mas o fato de ser um anátema não dá a ninguém o direito de achincalhar o moço, tampouco de retirar sua página da internet.
- Foi detectado na página do Centro Cultural da Juventude (CCJ) - http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br/ - a retirada do nome de Ruth Cardoso, que batizava o local. O Centro fica na Vila Nova Cachoeirinha, que pelas estatísticas é uma das regiões mais violentas da Capital. Ganhou este nome em 2008, na gestão de José Serra, que assim prestava uma homenagem à ex-primeira dama que havia acabado de falecer. Pela página, dá para ver o trabalho que lá é feito. Coisa muito digna. Certamente os frequentadores não se darão pela falta do nome de Dona Ruth, acostumados que estão com violências bem menos sutis.
- Rachel Sheherazade é uma jornalista bonita que ficou famosa ao sentar o sarrafo no Carnaval, num vídeo que se espalhou pelo You Tube. Silvio Santos ficou animado com a estampa e a verve da moça e a trouxe para ancorar o jornal do SBT. Rachel é acaciana. Suas opiniões tem algo de uma dissertação de cursinho pré-vestibular. Mas vão contra a maré. Ela é corajosa. Mas ao contrário de Danilo Gentili, não espezinha o politicamente correto. Não foi esposa do político que a petezada mais odeia. Pergunto o que então levaria um professor de filosofia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a desejar que em 2014 ela "abrace bem forte, após ser estuprada, um tamanduá". O nome do professor é Paulo Ghiraldelli. Obviamente os posts já foram apagados do Twitter, mas a sequência foi documentada e está aqui http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2013/12/27/o-curioso-caso-de-ghiraldelli-contra-sheherazade/.
Um típico tamanduá... (fonte: Wikimedia) |
“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.
Stalin também apagava membros do partido de fotos oficiais, para depois apagá-los da mesma forma que a turma do PCC apaga desafetos na Vila Nova Cachoeirinha. A lógica de apagar, ou de desejar acintosamente a desgraça de quem discorda é uma chaga da humanidade. Enquanto houver gente que acha este tipo de postura normal a democracia estará ameaçada. Quando essa gente se sente protegida por um coletivo, por um partido ou por uma cultura vigente, a tendência é que as ações totalitárias saiam do discurso.
O problema é que no Brasil atual temos estes três fatores bem estabelecidos: o coletivo, o partido e a cultura esquerdopata vigente. Não surpreende Haddad ter sido eleito mesmo depois de ter dito a estultice acima. Eles estão se sentindo muito fortes. Já estão entrando em nosso jardim sem tomar precauções.
É bom que a gente diga alguma coisa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário