27 de maio de 2013

Todas as pessoas que existem em nós mesmos…

Lembranças… sejam boas ou ruins, todos nós as temos. E sejam boas ou ruins, nós as guardamos em algum lugar. Seja em nossos pensamentos, sejam em nossos pertences, seja em um diário, fotos, objetos… a lista é enorme.

Houve um tempo em que eu registrava todas as minhas lembranças em um caderno. O caderno ainda existe: é um caderno de capa amarela com mais de 200 folhas que eu montei em 1994 para estudar para o vestibular para medicina. Acabei não usando o caderno para resolver exercícios, mas comecei a escrever tudo o que vinha em minha cabeça; de bom e de ruim.

Vez ou outra volto a leitura do meu velho caderno. Tem coisas que me fazem rir, outras ainda me fazem chorar, algumas ainda me trazem dúvidas sobre o que escrevi. O fato é que, quase sempre que tive uma lembrança, eu a registrei por escrito.

O engraçado (para mim) é que eu me lembro claramente das coisas que que escrevo, mas nem sempre me lembro bem quando o registro é – por exemplo – uma fotografia…

Aliás, eu nunca fui um cara de registrar muitas fotografias. Fui a muitos lugares, conheci muitas pessoas, escrevi sobre muitas situações, mas são poucos os registros que tenho do passado. E mesmo quando faço as fotos, eu quase não apareço nelas.

Entretanto, fazendo uma arrumação em algumas coisas que trouxe para minha casa depois que me casei, encontrei uma pequena caixa. Nela, uma porção de carteirinhas e documentos antigos. Muitos com fotos 3x4. E ao vasculhar estes papéis, deparei-me com meu passado.

A foto a seguir é uma montagem das fotos que achei na caixa…

fotos-momentos-da-vida

A única foto que não estava na caixa é a última… eu a coloquei aí apenas para registrar a “linha do tempo”.

Curiosamente, cada uma destas fotos me trouxe uma lembrança. Uma história. Algumas delas engraçadas, outras tristes; uma ou outra poderia ser contada em apenas um parágrafo; duas ou três poderiam ser contadas em uma vida.

São histórias que podem não fazer algum sentido para os outros. Mas fazem todo o sentido para mim. Afinal, contam a minha vida. Contam meus acertos, meus erros, o que aprendi (ou deveria ter aprendido). Contam quem é Ricardo Marques.

O engraçado é que, ao pensar nestas histórias, fico com a impressão que muitas vezes foram vividas por outra pessoa. Ou outras pessoas. Como se cada uma delas fosse uma pessoa diferente.

Todas estas fotos são o reflexo de uma pessoa só… eu. E a cada reflexo, um olhar, um gesto, algo sempre diferente. Acreditem, eu em algum momento da vida, fui cada uma destas pessoas.

Quantas pessoas estão retratadas ali? Hoje, restou uma só, que é o resultado da experiência de cada uma delas. Mas se incluirmos ali a dimensão “tempo”, então surgem diversas pessoas.

E sinto vontade de contar a história de cada uma delas…

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...